Por que show do Led Zeppelin é bom e do Bob Dylan é um saco, segundo Paulo Ricardo
Por Gustavo Maiato
Postado em 07 de janeiro de 2025
Shows de rock precisam de várias coisas para serem memoráveis: carisma, interação com o público, um setlist bem pensado, energia trocada entre artistas e plateia etc. Alguns espetáculos não conseguem reunir nem dois desses elementos, enquanto outros simplesmente gabaritam, deixando o público mais do que feliz.
Em entrevista ao canal de Júnior Coimbra, no YouTube, o cantor Paulo Ricardo (ex-RPM) analisou dois extremos dessa balança: o impacto inesquecível do Led Zeppelin no palco e a decepção que, segundo ele, é assistir a Bob Dylan ao vivo.
"O Led Zeppelin era outra coisa. Eles eram músicos tão bons que improvisavam no palco como ninguém. Cada show era uma experiência única. Não tinha essa de repetir fórmula, como acontece com muitas bandas. Era algo ‘jazzístico’, sabe? Liberdade total na criação. Até nos discos ao vivo, você sente isso. Lembro que no nosso álbum de vinil duplo, por exemplo, tinha um lado inteiro dedicado a uma música deles cheia de improvisações. Eles usavam arco de violino na guitarra, faziam coisas inesperadas. Às vezes, ficava maravilhoso; outras, nem tanto. Mas era sempre incrível ver aquela entrega no palco."
Paulo Ricardo destacou que o Led Zeppelin tinha uma capacidade única de transformar cada show em uma experiência exclusiva, o que tornava cada apresentação inesquecível. Ele lamentou, no entanto, que a banda nunca tenha se apresentado no Brasil. "Nós éramos fanáticos pelo Led Zeppelin. Eles eram um barato, uma viagem musical completa. É uma pena que nunca pisaram aqui no Brasil. Isso teria sido histórico."
Já ao falar de Bob Dylan, o tom foi mais crítico. Apesar de reconhecer a genialidade do compositor, Paulo Ricardo não poupou palavras para descrever sua frustração com os shows do músico.
"Olha, o Bob Dylan é um gênio, isso é inegável. Mas assistir a um show dele... é complicado. Ele virava de costas para o público, mudava os arranjos de última hora, trocava os andamentos das músicas. Era difícil até reconhecer que música ele estava tocando! Fui assistir a um show dele em Las Vegas e, honestamente, achei um saco. De vez em quando, vou no YouTube ver alguma apresentação dele, mas não tem jeito, é aquilo: ou é ruim, ou é desordenado."
Confira a entrevista aqui.
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