A condição que Ian Anderson impõe para gravar com o Metallica, de quem tirou o Grammy em 1989
Por Bruce William
Postado em 20 de fevereiro de 2025
Em 1989, o Jethro Tull surpreendeu o mundo do rock ao vencer o Grammy na categoria Melhor Performance de Hard Rock/Metal, superando favoritos como o Metallica. O próprio Ian Anderson admitiu que nem esperava ganhar e, por isso, sequer compareceu à cerimônia. "A gravadora não achava que tínhamos qualquer chance de vencer. Eles consideraram que seria um gasto desnecessário bancar nossa ida a Los Angeles", explicou Anderson.
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O músico afirmou que, na época, estava mais focado nas gravações de um novo álbum do Jethro Tull e que a própria banda não foi convidada para a cerimônia. "Não fomos porque nem fomos convidados, o que estava tudo bem. Não esperávamos ganhar. Eu já tinha ficado surpreso só por termos sido indicados, especialmente porque a categoria era nova naquele ano. Mas vencemos. Acho que não foi porque fôssemos uma banda de heavy metal ou mesmo de hard rock. Ganhamos porque os votantes acharam que era a hora de nos darem um Grammy. Como não existe uma categoria para melhor flautista de uma perna só, eu tive que aceitar o que estava disponível."
Depois da polêmica derrota, o Metallica finalmente levou o prêmio no ano seguinte, algo que Anderson já previa. "Na época, eu disse que o Metallica era uma banda nova e promissora, com uma grande contribuição a fazer. E que, com certeza, eles ganhariam o Grammy no ano seguinte. O que de fato aconteceu."
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E em entrevista de 2014 conduzida por Thomas S. Orwat Jr. como parte do Rock Interview Series, ao ser perguntado se colaboraria com o Metallica para criar uma "música de heavy metal definitiva", Anderson revelou que já tocou com diversas bandas do gênero e que sempre encara isso como um desafio, principalmente por tocar flauta. "Já participei de alguns álbuns genuinamente pesados. O último em que toquei foi há algumas semanas, para uma banda indie rock dos EUA chamada JEFF the Brotherhood. Eles têm um som bem distorcido e cheio de energia."
Sobre uma possível parceria com o Metallica, ele garantiu que aceitaria, mas com uma condição: "Se o Metallica me ligasse ou mandasse um e-mail pedindo para eu tocar em uma faixa, eu diria sim. Mas deixaria claro que não iria até os Estados Unidos para isso. Eles teriam que me enviar uma mixagem da música, me dizer onde gostariam que eu tocasse e dar uma ideia geral do que estavam buscando. Então, eu gravaria e mandaria de volta. Se gostassem, poderiam usar. Se não, poderiam simplesmente apagar o arquivo, sem custos e sem ressentimentos."
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Anderson ainda destacou que nunca cobrou por suas participações especiais. "Sempre colaborei com outros músicos nesses termos. Nunca aceitei pagamento ou royalties por tocar em discos de outras pessoas. Só faço isso porque quero, porque é um desafio e porque me sinto honrado em ser convidado, seja por artistas renomados ou por bandas desconhecidas. Isso me dá a liberdade de dizer não quando quiser. Não estou me vendendo. Não sou um prostituto musical fazendo isso pelo dinheiro."
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