Ian Anderson relembra vitória do Jethro Tull sobre o Metallica no Grammy de metal
Por André Garcia
Postado em 13 de maio de 2023
Ian Anderson relembrou a noite em que o Jethro Tull venceu o Grammy de Hard Rock e Metal de 1989 sobre o franco favorito Metallica: "Foi uma enxurrada de vaias e assobios e suspiros de descrença."
Conforme publicado pela Blabbermouth, em entrevista para a rádio norte-americana KSHE 95 Anderson foi perguntado se teve a chance de "esfregar na cara do Metallica" por ter vencido eles no Grammy de Hard Rock e Metal.
"Eu ouço [essa pergunta] muito mais de jornalistas americanos", observou. "Isso não é lá grande coisa por aqui [na Inglaterra]. Foi um ano em que teve uma nova categoria para 'hard rock' barra 'metal', categoria que ainda existe hoje. E fomos, por alguma razão estranha, indicados! Na época, ninguém prestou atenção ao fato de que fomos indicados. Ninguém deu um pio, porque pensava que não tinha chance do Jethro Tull ganhar — e nem Iggy Pop, ou o Jane's Addiction. [Todos esperavam que o vencedor] seria o Metallica, que tinha um enorme e novo talento. Todos deram como certo que o Metallica levaria o Grammy (até o Metallica). Quando foi anunciado que Jethro Tull venceu, foi uma enxurrada de vaias e assobios e suspiros de descrença."
"Gosto de acreditar que os seis mil votantes da National Academy Of Recording Arts And Sciences não votaram no Jethro Tull como uma banda de rock pesado, ou metal pesado. [Creio que] nos deram o prêmio porque éramos caras legais que nunca tinham ganhado um Grammy. Pena que, mesmo após todos esses anos, não tenha a categoria Melhor Flautista que Toca em uma Perna Só — eu venceria todo ano."
Ele reconheceu ainda o fato de James Hetfield e companhia terem levado a derrota na esportiva, ao invés de se ressentir:
"Bem, para mim, o Metallica foi bem cavalheiro. Quando ganharam o Grammy no ano seguinte [pelo 'Black Album'] (como eu previ), eles publicaram um anúncio na Billboard agradecendo à gravadora e aos amigos e familiares por apoiá-los, o cachorro… agradeceram a todo mundo, inclusive ao Jethro Tull, por não ter lançado disco naquele ano. Eles levaram na esportiva, mesmo que todos estivessem dizendo que eles ganharam o Grammy e, infelizmente, naquele ano [1989] não ganharam. Mas eles eram o novo, o quente, e certamente ganhariam no ano seguinte. E, claro, eles ganharam."
Esse papo de Grammy não faz a cabeça de Ian Anderson, no entanto, como ele revelou em recente entrevista para a rádio WRIF, de Detroit: "Eu não sou um caçador de troféus. Você não vai encontrar Grammys exibidos na minha casa, nem álbuns de ouro na parede, ou a cabeça de um alce que eu tenha caçado com um rifle de alto calibre. Eu simplesmente não sou esse tipo de pessoa. Não me ligo em troféus."
Aquele polêmico Grammy marcou um período em que o rock vivia um momento particularmente confuso, com estilos dos mais diversos em alta: o post punk com Depeche Mode e The Cure; o thrash metal com Metallica e Megadeth; o hair metal com Poison e Winger; o hard rock com Guns N' Roses e Skid Row… tudo isso enquanto a cena grunge começava a transbordar Seattle, prestes a atropelar a tudo e a todos.
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