O álbum do The Who que só existe por causa do Jimi Hendrix
Por Bruce William
Postado em 10 de fevereiro de 2025
O impacto de Jimi Hendrix no mundo da música vai muito além de sua técnica revolucionária na guitarra. Sua presença no palco transcendeu a performance convencional, tornando-se quase espiritual para quem o assistia. Pete Townshend, guitarrista do The Who, foi um dos que sentiram essa influência de forma direta. "Quando você o via ao vivo, ele parecia um xamã. É a única palavra que posso usar. Não sei se é o termo certo. Parecia que a luz saía dele", declarou em entrevista resgatada pela Far Out.
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Apesar de ser um dos mais icônicos guitarristas rítmicos da história do rock, Townshend nunca havia considerado o uso de solos e fraseados individuais como parte essencial de seu estilo. No entanto, ao observar Hendrix misturar acordes melódicos, solos incendiários e uma construção rítmica única, percebeu que havia um novo caminho a ser explorado. "O que Jimi fazia era sublime. Era uma epifania no verdadeiro sentido da palavra. Doía porque, na presença dele e daquela música, você se sentia pequeno e percebia o quanto ainda tinha para evoluir", admitiu Townshend.
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Foi nesse contexto que, em 1970, o The Who enfrentava um momento decisivo. O espírito rebelde que marcou o rock da década de 1960 começava a dar lugar a uma nova era, moldada tanto pela evolução musical quanto pelos traumas culturais da época, como os crimes cometidos por Charles Manson e sua seita. Para se manterem relevantes, Townshend e sua banda precisavam elevar ainda mais a intensidade de suas apresentações.
Foi assim que surgiu "Live at Leeds", um álbum ao vivo que capturou o The Who em seu estado mais bruto e agressivo. O show realizado em fevereiro de 1970 foi um momento de reinvenção para a banda, que incorporou uma nova abordagem ao som, resultando em um dos registros mais pesados da época. Para Townshend, essa mudança só foi possível graças à influência de Hendrix. "Não sei o que me levou a começar a tocar assim. Suponho que tenha sido a influência de Hendrix. Até então, eu não estava interessado em tocar notas individuais", revelou ao Sound International (via Far Out).
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Mesmo sem pretender competir diretamente com nomes como Jeff Beck, Eric Clapton e Jimmy Page, Townshend percebeu que explorar esse lado da guitarra era um caminho válido. "Depois de Hendrix, decidi que valia a pena tentar me expressar através do trabalho de nota única", explicou. O resultado dessa experimentação foi um novo nível de liberdade criativa, que moldou não apenas sua maneira de tocar, mas o som do The Who como um todo. "Se encaixava no meu som e tinha uma qualidade lírica, porque o braço da guitarra ficava tão livre na parte superior que você podia tocar bem alto", concluiu.
O que "Live at Leeds" trouxe ao rock não foi apenas uma performance explosiva, mas a prova de que o The Who poderia se reinventar e continuar relevante em um cenário que mudava rapidamente. E, de certa forma, isso só foi possível porque, em algum momento, Pete Townshend assistiu Jimi Hendrix e percebeu que havia muito mais a se explorar dentro da guitarra.
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