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Por Bruce William
Postado em 20 de abril de 2025
Músicas de Bob Dylan estão por toda parte. Seja num bar, em algum sarau ou num cantor de rua com um violão, é quase inevitável não esbarrar em uma versão de "Blowin' in the Wind", "Mr. Tambourine Man" ou "Knockin' on Heaven’s Door." Desde os anos 1960, suas composições viraram parte do "repertório básico" de quem toca folk e rock, como se fossem uma espécie de rito de passagem.
Com tantos covers surgindo a cada geração, é raro ver o próprio Dylan comentar abertamente sobre alguma dessas versões. Mais raro ainda é vê-lo elogiando uma interpretação a ponto de dizer que alguém fez melhor do que ele mesmo. Mas foi exatamente o que aconteceu em 2015, durante a cerimônia do MusiCares, em sua homenagem, quando Bruce Springsteen subiu ao palco acompanhado por Tom Morello e uma banda completa para tocar "Knockin' on Heaven's Door."
Dylan ficou impressionado com a performance, e disse em um relato publicado na época em seu site oficial (via Far Out). "Incrível! Ele tocou a música como no disco, algo que eu mesmo nunca tentei", declarou. Ele ainda explicou que nunca havia achado que valia a pena fazer isso, talvez por nunca ter tido uma banda com a força necessária para alcançar o que Springsteen e os músicos conseguiram naquela noite.
A versão foi tão marcante que fez Dylan resgatar o verdadeiro espírito da canção. "Pra falar a verdade, eu tinha esquecido como essa música deveria soar. O Bruce tirou dela toda a força, espiritualidade e beleza como ninguém jamais fez", disse. Segundo ele, Springsteen foi totalmente fiel à gravação original, e isso teve um impacto inesperado: "Eu não sou nostálgico, mas por um segundo tudo voltou à lembrança."
Fechando o comentário com uma reverência digna de fã, Dylan completou: "Bruce é um cara profundo e consciente, e isso ficou evidente na performance. Ele consegue alcançar o coração das pessoas - o meu, pelo menos." Palavras assim, vindas de Bob Dylan, valem mais do que qualquer Grammy.
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