O grave problema do The Clash segundo John Lydon, vocalista dos Sex Pistols
Por André Garcia
Postado em 12 de abril de 2025
Tecnicamente, agora que os Sex Pistols se reuniram, seu vocalista é Frank Carter. Mas na prática o vocalista dos Pistols sempre foi e será Johnny Roten/John Lydon.
Ao longo dos anos ele ficou conhecido por seu cabelo arrepiado, seus olhos arregalados e pelas críticas que dispara contra (quase) tudo e todos, como uma metralhadora giratória. Até mesmo o The Clash já foi alvo dele.
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O The Clash surgiu pouco depois dos Sex Pistols e logo se tornou um dos maiores representantes do punk inglês depois deles (se não o maior).
Uma das diferenças mais marcantes entre as bandas era que o Clash a partir teve como marca registrada sua mistura sonora de punk com ritmos como jazz, rockabilly, pop e muito mais. Entrou muito no caldeirão sonoro deles ritmos de música negra também, como reggae, ska hip hop.
E é aí que estava o problema para Lydon:
"Por que eles estavam fazendo aquilo? Eles não têm nenhum histórico de herança multicultural. Quero dizer, eles não foram criados em apartamentos públicos como nós [dos Sex Pistols] fomos. Eles não sabem o que é isso. 'Ah, vamos fazer alguns amigos negros, vai ser maneiro!' A situação ficou muito ruim para eles assim que isso foi descoberto."

Ao contrário do que disse Lydon, o the Clash seguiu fazendo música inspirada em ritmos como reggae e hip hop por anos. Em 1982 eles até tocaram em Kingston no Jamaica World Music Festival.
"Eles não tinham descendência [negra] para fazerem aquele tipo de música. Eram garotos brancos tentando imitar a música dos negros. Isso é muito doloroso e, para mim, é racismo".
Ele, aliás, detonou o próprio Sex Pistols agora que se reuniram sem ele, comparando a versão atual a um desrespeitoso "karaokê":
"Quando soube que os Sex Pistols fariam uma turnê este ano sem mim, fiquei puto. Aquilo me incomodou. Pensei 'Eles vão acabar com tudo o que tinha de bom nos Pistols, acabando o objetivo e o propósito de tudo que fizemos'. Eu não escrevi aquelas letras de brincadeira. O que eles estão fazendo é banalizar o show para se faturar com um karaokê. Só que lá na frente o pessoal vai perceber o que tem valor e o que não tem."

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