Tony Iommi ficou bravo com palavras ásperas de Roger Waters, mas na verdade não foi ele
Por Bruce William
Postado em 26 de junho de 2025
Nos primeiros anos do Black Sabbath, a banda enfrentou uma enxurrada de críticas da imprensa musical, especialmente no Reino Unido. Em meio à desconfiança dos jornalistas e ao som pesado demais para os padrões da época, os integrantes acabaram se tornando alvos de avaliações duras em colunas especializadas. Uma delas ficou na memória de Tony Iommi por décadas, mas com um detalhe curioso: ele se confundiu sobre quem a fez.
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A crítica em questão teria vindo de Roger Waters, baixista e letrista do Pink Floyd. Pelo menos é isso que Iommi afirmou em 2017, ao recordar uma resenha particularmente dolorosa: "Houve um momento que realmente doeu, e na verdade não veio da imprensa. Veio de Roger Waters. Ele analisou 'Paranoid' quando foi lançado como single, porque estava revisando os singles daquela semana para um jornal de música. Ele deu uma crítica terrível. Eu pensei: 'Nossa!' Ouvir isso de um colega músico pareceu realmente severo."
Waters realmente participou da seção Blind Date, da revista britânica Melody Maker, onde artistas escutavam músicas sem saber de quem eram. Mas a faixa que ele avaliou não foi "Paranoid". Na edição de 10 de janeiro de 1970, ele comentou sobre "Evil Woman", o primeiro single do Sabbath, e não poupou ironia: "Bem, bem, bem... Estou sem palavras - bem, quase. Tem aquele tipo de começo como as séries americanas de detetives Dragnet e Peter Gunn. Você continua pensando que vai começar, passa um minuto pensando nisso, até que percebe que tudo que vai acontecer ali é aquilo."

Ou seja, Waters de fato mandou uma patada, mas na música errada, pelo menos segundo a memória de Iommi. Já "Paranoid", que foi lançada meses depois, acabou recebendo uma crítica negativa em outra edição da mesma coluna. Quem a fez foi Paul Rodgers, vocalista do Free: "É um som pesado, mas não sei quem é. Está muito bem gravado, mas sinto que já ouvi tantas coisas assim antes. O baixista e o baterista não parecem muito entrosados, e o guitarrista também não. Talvez sejam melhores ao vivo. Gosto que as coisas soem pesadas, mas melódicas ao mesmo tempo, além de estarem bem ajustadas."
A confusão de Iommi é compreensível, especialmente considerando a quantidade de críticas que a banda recebeu no início. Mas também serve como lembrete de como certas feridas permanecem abertas por décadas, mesmo quando o culpado não era exatamente quem se pensava.

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