O único álbum solo do Ozzy Osbourne que Kurt Cobain realmente gostava
Por Bruce William
Postado em 14 de junho de 2025
Mesmo sendo o rosto da geração que empurrou o hard rock de cabelos esvoaçantes para a aposentadoria, Kurt Cobain nunca se colocou como inimigo de todo som pesado. No meio de tanto grunge torto, punk barulhento e letras existencialistas, o líder do Nirvana sempre deixou claro que tinha reverência por certos nomes, e Ozzy Osbourne era um deles.
Mas entre toda a discografia solo do Madman, só um trabalho conseguiu realmente fisgar Cobain: "Bark at the Moon", lançado em 1983. Na época, Ozzy ainda carregava o peso de ter perdido Randy Rhoads, mas mostrou que podia se reinventar com Jake E. Lee na guitarra. O disco misturava riffs diretos, clima meio de filme B de terror e um ar oitentista que, curiosamente, não espantava Kurt.
Ozzy Osbourne - Mais Novidades


Quem resgata isso é o próprio Cobain, em um comentário sincero resgatado pela Far Out: "Eu respeito o cara. Sempre gostei da música dele, exceto pelos últimos cinco álbuns ou sei lá. Eu não dei atenção pra quase nada da carreira solo dele, além de 'Bark at the Moon'." Entre uma confissão e outra, Cobain admitia que não ligava para o que Ozzy escrevia depois, mas fazia questão de salvar aquele disco específico na estante mental.

Por trás desse gosto pontual, há uma pista: o apelo sombrio e cru de Ozzy sempre foi mais interessante para Cobain do que a pompa do glam metal. Não é à toa que ele, ao gravar o "Nevermind", quis Andy Wallace na mixagem, que era o mesmo engenheiro de som que trabalhava com Slayer, só para garantir que a parede de som batesse pesado de verdade, com sujeira controlada.
Em essência, Kurt não era fã de pirotecnia, solos intermináveis ou letras vazias sobre festas e carros velozes. Ele gostava do som que assustava, cutucava, mas ainda soava humano. Foi por isso que, mesmo a geração Nirvana tendo varrido do mapa várias bandas do hard farofa, Ozzy e Tony Iommi continuaram intocáveis na lista de referências que ele admitia sem vergonha.

No fim das contas, esse detalhe sobre "Bark at the Moon" mostra que, por trás da pose de anti-herói do rock alternativo, Cobain nunca deixou de ser o garoto do subúrbio que curtia um riff pesado e uma aura sombria, desde que fosse de verdade.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps