O hit do Pink Floyd que é o favorito de Roger Waters para shows: "Deixo eles seguirem"
Por Gustavo Maiato
Postado em 27 de agosto de 2025
Poucos artistas entenderam tão bem a força de um show ao vivo quanto o Pink Floyd. Desde os primeiros dias no circuito psicodélico londrino até as gigantescas produções em estádios lotados, a banda sempre soube transformar suas criações de estúdio — densas, conceituais e cheias de experimentação — em espetáculos que iam muito além de simples apresentações musicais. Entre porcos infláveis gigantes, lasers cortando o céu e a aura mística de lugares históricos como o anfiteatro de Pompeia, o Floyd moldou uma nova dimensão para o rock de arena.
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Roger Waters, que por décadas foi o cérebro por trás de muitas dessas experiências, nunca abandonou essa vocação para os palcos, mesmo após a conturbada saída do grupo nos anos 1980. Ainda que sua relação com David Gilmour continue marcada por atritos, Waters mantém viva a paixão pelas músicas que criaram juntos. E entre elas, uma ocupa um espaço especial em seu coração quando se trata da experiência de tocá-la diante de uma plateia: "Wish You Were Here".
Em uma sessão de perguntas e respostas no Instagram em 2024 (via Far Out), Waters revelou que a faixa do álbum homônimo de 1975 é a sua preferida de se apresentar. O motivo, segundo ele, não está apenas na melodia ou na letra, mas na conexão imediata que ela cria com o público.

"Eu meio que amo ‘Wish You Were Here’. Só porque eu quase posso parar de cantar e, em praticamente qualquer lugar do mundo, especialmente no último verso… eu peço a eles, na verdade. Digo: ‘Cantem comigo’. E então eu meio que me calo e deixo eles seguirem."
Pink Floyd, Roger Waters e "Wish You Were Here"
Um dos aspectos mais lembrados é a forma como a faixa-título surgiu. Roger Waters contou que a canção nasceu de um riff que David Gilmour já tinha em mãos, mas não sabia como desenvolver. Foi Waters quem pediu para experimentar sobre a melodia, e dali saíram versos que pareciam brotar naturalmente, quase prontos para serem encaixados na música. Nascia assim uma das últimas grandes colaborações entre os dois.
Outra curiosidade é a reação de Syd Barrett, o membro fundador cuja sombra pairava sobre todo o álbum. Embora a homenagem explícita estivesse em "Shine On You Crazy Diamond", Barrett chegou a ouvir parte do material em uma rara visita ao estúdio Abbey Road. Gilmour recordou que Syd achou as faixas "muito boas, mas meio longas" — um comentário que hoje soa quase irônico, vindo de alguém que ajudou a dar forma às primeiras viagens psicodélicas da banda.

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