Geddy Lee e a banda cover do Led que só conseguiu tocar uma música; "não dava pra encarar"
Por Bruce William
Postado em 28 de outubro de 2025
Aos 16 anos, magrelo e obstinado, Geddy Lee decidiu largar a escola para tentar a sorte na música, uma decisão que deixou a mãe desapontada. Ele se lembrou, em declaração publicada na Far Out: "Eu sentia que precisava provar que valia a pena." E também: "Queria mostrar pra ela que eu era um profissional, que estava trabalhando duro, e não apenas um maluco lunático"
Essa pressa de provar valor ganhou direção quando ele, Alex Lifeson e John Rutsey passaram horas na fila do Rock Pile, em Toronto, para ver o Led Zeppelin ainda em ascensão - e o efeito bateu na hora. "Eles literalmente fizeram a casa vir abaixo, porque, no fim da noite, caía gesso do teto." A partir dali, o trio resolveu montar um repertório de covers do Zeppelin para tocar em bares. Mas foi aí que a realidade bateu. Na prática, os arranjos pareciam "difícil demais" para quem ainda estava construindo técnica e entrosamento.

Geddy registrou com todas as letras: "Tentamos várias músicas do Zeppelin quando tocávamos nos bares, mas sentimos que não dava pra encarar. Tivemos 'Livin' Lovin' Maid' no nosso set por um tempo, no entanto." Ou seja: entre tantos clássicos, "Livin' Lovin' Maid" foi a única que eles acharam possível manter de pé com regularidade naquele começo.
Faz sentido. A faixa, do "Led Zeppelin II" (1969), é menos cheia de mudanças e se apoia num padrão repetitivo em Lá maior, com andamento reto, um terreno onde uma banda iniciante consegue se firmar com algum treino. Já números como "Communication Breakdown" exigiam uma combinação de ataque, precisão rítmica e resistência que o embrião do Rush ainda não tinha polido.
Há um sabor extra nessa escolha. Enquanto o trio canadense recorria a "Livin' Lovin' Maid" como degrau para ganhar cancha e cachê, o próprio Zeppelin não a levava com tanto carinho aos palcos (a estrutura simples não era exatamente a favorita do time de Jimmy Page). Para Geddy, porém, funcionou: rendeu apresentação, público reconhecendo a música e, principalmente, um argumento em casa de que o projeto poderia dar certo.
Esse capítulo também ajuda a entender a rota que o Rush tomaria poucos anos depois. Ao perceber na prática onde a mão "embarrancava" nos arranjos do Zeppelin, o trio passou a estudar ritmo com mais cuidado, expandiu vocabulário harmônico e, com a chegada de Neil Peart (1974), desenvolveu uma abordagem milimétrica de acentuação e dinâmica que se tornaria marca registrada.
No fim das contas, aquela juventude que se sentou no chão para ouvir o LP de estreia do Zeppelin como se fosse um amuleto aprendeu duas lições: 1) idolatria sem treino não enche setlist; 2) um bom atalho - no caso, "Livin' Lovin' Maid" - pode virar a porta de entrada para uma banda que, pouco depois, competiria de igual para igual em complexidade com os heróis de 1969.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Cinco grandes bandas de heavy metal que passarão pelo Brasil em 2026
Clemente (Inocentes, Plebe Rude) sofre infarto e passa por cirurgia
O álbum que David Gilmour vê como uma continuação de "The Dark Side of the Moon"
A melhor música de rock lançada em 2025, segundo o Loudwire
É oficial! Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026; confira as informações
O artista que Bob Dylan e Neil Young concordam ter escrito as melhores canções
Steve Harris e Bruce Dickinson comentam tour do Iron Maiden pela América Latina
O que James Hetfield realmente pensa sobre o Megadeth; "uma bagunça triangulada"
Alter Bridge abrirá para o Iron Maiden apenas no Brasil
O rockstar que não tocava nada mas amava o Aerosmith; "eles sabiam de cor todas as músicas"
Mingau aparece sorrindo em vídeo de reabilitação e família atualiza recuperação do músico
Show do Iron Maiden em São Paulo será no dia do segundo turno das eleições
Dream Theater abre venda de ingressos para turnê no Brasil; confira os preços
System of a Down volta à América Latina em maio de 2026


Ex-presidente do Grêmio diz ter proposta para show do Rush em Porto Alegre
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
O guitarrista que Alex Lifeson acha que merecia ter sido muito maior
Como um médico fã de Rush salvou a pele de Matt Heafy, vocalista do Trivium
A faixa do Rush que Geddy Lee disse que "não envelheceu tão bem"
O show que deixou o Rush abismado; "a gente queria tocar que nem eles, mas eram difíceis"


