O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Por Gustavo Maiato
Postado em 26 de outubro de 2025
Antes que o rock nacional dos anos 1980 explodisse com sintetizadores e refrões pop, houve um músico que fez multidões olharem para o teclado com o mesmo fascínio que antes era reservado apenas às guitarras. O nome dele é Mú Carvalho, e para o tecladista Humberto Barros - que tocou com Heróis da Resistência, Kid Abelha e diversos artistas do cenário carioca -, ele foi o primeiro popstar das teclas no Brasil.
Em entrevista ao canal Corredor 5, Humberto relembrou como o som da A Cor do Som marcou sua adolescência e despertou nele a vontade de subir aos palcos. "Quando eu vi a Cor do Som, eu pirei. Já estava ouvindo os teclados dos progressivos - Rick Wakeman, Emerson, Lake & Palmer, Genesis - e de repente vi o Mú, que fazia tudo aquilo ali na minha frente. Ele foi o primeiro tecladista popstar de verdade", afirmou.

O músico se recorda com entusiasmo dos timbres e da energia do grupo. "Eles tinham tudo: o Minimoog funcionando, o Hammond, o Clavinet... E o Mú tocava com uma intensidade absurda, parecia um karateca. Além de tudo, eram todos lindos, e as garotas ficavam loucas - e a gente, claro, ficava louco junto", brincou.
Barros contou que assistiu a um show da banda no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, ainda adolescente. "Eu devia ter uns 14 anos. Fui porque era amigo dos filhos do Armandinho, e eles moravam ali perto. A gente era criança, nem sabia direito pra onde estava indo. Mas quando começou o show, fiquei hipnotizado", relembrou.
Mú Carvalho e A Cor do Som
O tecladista também se diverte ao lembrar de dois detalhes curiosos daquela noite: "O Gilberto Gil tentou subir no palco para cantar e o segurança perguntou: 'Quem é esse cara aí?' (risos). E quem estava sentada do meu lado era ninguém menos que Glória Pires, a atriz do momento. Ela olhava para o Mú encantada, e eu pensava: 'Caraca, a Glória Pires tá aqui do meu lado!'".
Mais do que o charme e o carisma, Humberto destaca a importância musical da banda. "O Armandinho é um gênio, e o Mu tocava coisas que eu tentava estudar no piano, como Brejeiro e músicas do Ernesto Nazareth. Eles misturavam a música brasileira de raiz com o virtuosismo e a energia do rock. Foi uma revolução", explica.
Quando perguntado se A Cor do Som era rock, MPB ou outra coisa, Humberto não hesita: "Eles não cabiam em categoria nenhuma - ainda bem! Eles eram A Cor do Som, e só isso já bastava. Recomendo todo mundo a procurar o disco ao vivo de 1978, que o Mu gravou no dia do aniversário de 21 anos dele. Curiosamente, foi o mesmo dia em que o Gil gravou Ao Vivo em Montreux."
Para Humberto Barros, o impacto daquela banda foi profundo: "Foi o show que me fez querer tocar teclado. O Mú mostrou que o tecladista podia ser protagonista, podia ser um astro. E naquele dia, vendo ele tocar e a Glória Pires encantada, eu percebi: a música também podia ser um espetáculo."
Confira a entrevista completa abaixo.
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