At The Gates: 10 álbuns que formaram Tomas Lindberg, agora pela Revolver
Por Vagner Mastropaulo
Postado em 22 de agosto de 2021
Em 30/07, postamos "At The Gates: 10 álbuns que mudaram a vida de Tomas Lindberg" a partir de original no site da Metal Hammer e só depois descobrimos que o frontman já havia dado depoimento similar à Revolver em "At The Gates’ Tomas Lindberg: 10 Albums That Made Me", matéria assinada por Jon Wiederhorn em 15/05/18.
Surpreendentemente, pelo menos a princípio, apenas as gravações de Metallica e Possessed se repetem, porém, analisando melhor, o alto índice de 80% de trocas é até normal, pois: apontar os full lengths que "mudaram a vida" é diferente de pegar os que te "formaram" e selecionar algo em 2018 é uma coisa e três anos mais tarde é outra – nós mesmos talvez indicássemos trabalhos distintos se nos perguntassem hoje ou amanhã (ou dependendo para quem fossem as respostas).
Eis as "novas" escolhas, no padrão "play (ano de lançamento) – banda" e links do YouTube, full albums em sua maioria, mas com o do Joy Division ripado do vinil e os faixa a faixa de Swans, King Crimson e David Bowie. Encerrando, traduzimos livremente boa parte do conteúdo e contamos com seu prestígio à fonte a fim de conferir as justificativas integrais. Divirta-se.
- Stained Class (78) – Judas Priest
"Este resume o que heavy metal é para mim. No começo dos anos oitenta na Suécia, heavy metal era gigantesco e metade das crianças na escola eram metaleiras. (...) Arrumei Stained Class em fita de um primo quando eu tinha uns nove ou dez anos. Ele me enviava fitas pelo correio e elas ficavam, como uma C90, com um álbum em cada lado. Era perfeito porque a maioria dos plays durava menos de quarenta e cinco minutos. Eu odiava quando uma banda fazia um disco mais longo e você tinha que virar a fita para ouvir uma ou as duas últimas músicas".
- Master Of Puppets (86) – Metallica
"Você pode argumentar que Ride The Lightning é tão bom quanto ou que Kill’ Em All tem uma vibe mais de vanguarda, mas Master Of Puppets foi realmente mais importante para mim. Saiu quando eu tinha quatorze anos e foi o primeiro disco do Metallica que tive. Comprei-o no dia em que saiu e todos meus amigos fizeram o mesmo. (...) Ele se encaixava perfeitamente numa fita cassete de sessenta minutos e você não tinha que avançar muito o final para tocar o outro lado, então todo mundo tinha a fita consigo o tempo inteiro e todos o aprendemos nota por nota".
- Seven Churches (85) – Possessed
"As pessoas debatem se este disco é death ou thrash metal. Acho que é um pouco de ambos, mas, para mim, é um símbolo de tudo que veio depois. É difícil escolher entre Mental Funeral (Autopsy) ou Horrified (Repulsion), então a solução é este do Possessed, que, para mim, foi o primeiro play que tinha toda aquela coisa abertamente satânica e loucura distorcida nas guitarras esmagadoras e vocais insanos. E ele ainda serve de base a todos os outros álbuns de death metal. É audível, tem um grande senso de articulação, mas ainda é tão cru".
- Closer (80) – Joy Division
"Para mim, ele resume a experiência inteira do rock inglês. (...) Quando ouvi a primeira música, ‘Atrocity Exhibition’, disse: ‘O que é isso? O que estão fazendo?’. Nunca tinha ouvido algo igual antes. Era um som despido que ia diretamente ao coração. Quando penso neste disco, também penso em Bauhaus e bem no comecinho de The Human League, Echo & The Bunnymen, The Psychedelic Furs e The Fall. Para mim, todos eles vieram deste álbum. Não sei se jamais teria me tornado um grande fã de Jesus And Mary Chain mais tarde se nunca tivesse sido apresentado a Joy Division".
- Sister (87) – Sonic Youth
"Escutei este disco praticamente mais do que qualquer outro em minha vida. (...) O primeiro álbum do Sonic Youth que ouvi foi Bad Moon Rising e ele poderia ter entrado na lista. Mas, para mim, Sister é apenas mais completo e todas as músicas são boas. Bastante do material posterior do Sonic Youth tinha muito instrumental bem como boas canções. Sister não tem música para preencher espaço, você pode argumentar que Daydream Nation talvez soe até mais completo, mas Sister significa mais para mim, pessoalmente. Foi um play artístico com um grande lado pop".
- Cop (84) – Swans
"Swans é minha banda favorita de todas, principalmente porque eles têm uma gama ampla. Se você diz que gosta de Swans, tem que dizer de qual play porque eles têm coisas tão diferentes. Cop é um álbum realmente direto que não te larga. Ele é uma placa de barulho totalmente niilista e super pesado. Eu o comprei quando tinha uns dezesseis anos e estava vasculhando uma loja de discos local daqui chamada Pet Sounds".
- Death Church (83) – Rudimentary Peni
"Diversas bandas do começo do hardcore significam muito para mim. Fiquei pensando se deveria listar o primeiro disco do Discharge, mas Death Church tinha algo que continuou a afetar o que faço hoje – um modo mais artístico de se expressar. Eles eram de vanguarda e poéticos e eu adorava o modo estranho e angular como tocavam. Para mim, ele simboliza todo aquele movimento anarco-punk britânico. Descobri Death Church em 85 ou 86".
[an error occurred while processing this directive]- In The Court Of The Crimson King (69) – King Crimson
"Há tantas bandas de prog, mas o King Crimson é tão artístico e ninguém pode jamais competir com eles. Não é meu play favorito deles, prefiro Red, mas este foi o primeiro que me pegou – a loucura dele. É tão lindo em algumas partes e então é completamente maníaco. Você tem a cena de perseguição de carros e partes rítmicas estranhas. É um disco simplesmente sensacional e ele tem de tudo um pouco. Eu tinha doze anos quando o ouvi na coleção do namorado da minha irmã e a primeira impressão foi: ‘Que diabos? Música pode soar assim?’.
- Raw Power (73) – The Stooges
"MC5 deve ser a maior banda da era proto-punk e rock de garagem e talvez seja a banda mais essencial, mas eles nunca lançaram ‘aq uele’ álbum. The Stooges sim, quando lançaram Raw Power. Também o descobri na coleção do namorado da minha irmã e, quando vi a capa, pensei: ‘Que diabos?’. Era tão sujo e malvado e, exceto por ‘Penetration’, é mais completo do que os outros trabalhos da banda. Raw Power é como um monumento, realmente não dá para discutir com isso, embora eu ache que agora gosto um pouco mais de Funhouse porque é mais experimental".
[an error occurred while processing this directive]- Scary Monsters (And Super Creeps) (80) – David Bowie
"Eu tinha oito anos quando ele saiu. Minhas irmãs eram grandes fãs de Bowie então conheço o catálogo inteiro dele de cor. Ele é meu cantor favorito em todos os tempos, tem alma, muito caráter e é um artista de verdade. Não há roubo ou carreirismo para ele, que podia fazer qualquer coisa e o fez repetidamente. Scary Monsters é meu favorito porque é, de fato, o mais estranho, mas ainda tem sensibilidade pop. Eu o escutava quando era criança e o adorava, então o ouvi de novo muitos anos depois e pensei: ‘É realmente um disco fodido. Como pode ser tão cativante ao mesmo tempo?".
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