Os fãs mais chatos do mundo da música
Por Gravatai Merengue
Fonte: Blog de Gravatai Merengue
Postado em 09 de setembro de 2008
Todo fã é chato. Todo fã é insuportável. Todo fã adota o dogmatismo como filosofia de vida, é cego, surdo, mudo e esclerosado desde a adolescência. Além disso, todo fã tem cara de melão.
Nós, os não-fãs, vez ou outra, sentimos contrações peristálticas quando essa gente se manifesta bradando palavras de ordem e gritos de guerra para enaltecer o objeto de seu fanatismo.
Chegou a hora e a vez de desnudar essa porção menos aprazível da fauna humana, e começo com os fãs musicais. Vejam só:
Beatles / Rolling Stones
Para os beatlemaníacos, toda produção cultural do Ocidente é oriunda de Lennon e McCartney. E não adianta discutir. Eles só não inventaram a roda, por exemplo, por mero descompasso cronológico. Os fãs dos Stones são ainda piores, pois têm a mesma devoção por uma banda que passou parte da carreira COPIANDO os Beatles na cara dura – e agora vive de se exibir como peças de museu cantando em playback.
Pink Floyd / Queen / Yes...
Eles são chatos de galocha, acham que tais bandas fazem o "verdadeiro rock de qualidade" e enaltecem os roqueiros como se fossem encarnações do Todo Poderoso (ora em forma de bocó lisérgico, ora na pele de um bigodudo estranho). Em comum, tais bandas tinham o seguinte: shows insuportáveis e fãs idem. O Queen, inclusive, não acaba nem com a morte do Freddie Mercury. Trataram de colocar outro bocó para cantar e, assim, lançar algum caça-níquel para esfolar os fãs babacas. Até que não estão errados...
Chatices Teen
Não dá nem pra tentar ser atual, pois corro o risco de publicar o texto e a "novidade do momento" ser outra. Não sei se são os Irmãos Isso, Primos Aquilo, RBD, HSM ou algo assim. Assim como há milhares de cantoras cada vez mais novas e não menos lascivinhas. Os fãs, claro, são uma versão mirim (às vezes, pré-mirim!) dos dogmáticos mais velhos. Hoje, Hanna Montana. Amanhã, Pink Floyd. E sempre, sempre, sempre: uma pessoa chata.
Heavy Metal
Metaleiros, assim como todos os demais, acham que apenas o "metal" é um ritmo de respeito. No máximo – e em casos minoritários –, toleram coisas como a música clássica ou, vá lá, o jazz. Mas é metal, metal e metal. Não importa a roupa colada, o cabelo de hippie com chapinha, a maquiagem de top model e outros detalhes bem pouco louváveis – dentre eles, as performances vocais dignas de cantoras líricas soprano em TPM.
Jim Morrison
Jimbo foi e é o maior picareta da história da música. Nunca soube fazer poesia, mas conseguiu se vender como poeta. Não cantava nada, mas passava por cantor. Nunca tocou porra nenhuma, mas ficou reconhecido como músico genial. Isso, claro, apenas para os fãs. Na real, Jim Morrison era um pinguço que nunca fez nada demais e morreu na merda. Seus fãs são como devotos daqueles santos que nunca existiram: falam de façanhas inexistentes e historietas fabulosas.
Bandas Obscuras do Além
Esses fãs são foda... Não basta gostar "do que ninguém gosta", o negócio deles é venerar aquilo que existe apenas em porções remotas do planeta, sobretudo na circunscrição do Círculo Polar Ártico (sabe-se lá por que, mas há um afeto especial pela Escandinávia e a Islândia). Eles são, com as bandas, como os meninos de 13 anos são com suas amadas. Cada semana é uma nova "paixão pro resto da vida". E, se você discorda, a culpa é sua por não ter profundidade bastante para não reconhecer o talento daquela banda com integrantes cujos nomes têm 50 consoantes para cada vogal.
Músicas Politizadas
A "Patrulha do Engajamento" não tolera que nada – NADA! – seja feito sem uma dose de "responsabilidade social". Nem blog, nem Twitter, nem um passeio de patinete ou mesmo uma volta no quarteirão. E, é claro, a música entra na dança. Essas pessoas não toleram qualquer tipo de canção que não tenha motivações políticas – assim como fiéis religiosos mais fundamentalistas não permitem cantigas que não enalteçam seus deuses. No fim das contas, são todos farinha do mesmo saco dogmático.
De Raiz (Qualquer Coisa)
Todo e qualquer ritmo – até dance music! – possui o "roots". E os fãs "da raiz" são bem chatinhos. Eles não aceitam nada que não siga os fundamentos mais primários das estruturas às quais se filiam os artistas. Como é de se presumir, essa "tribo" – sentido literal, eu diria! – se atém a ritmos "regionais". E são um pé no saco.
Exceções
Isso irrita. É aquele povo que não gosta "dos Beatles", mas sim "apenas do George Harrison", sabe como? Nos Stones, preferem o baterista – que, a rigor, é uma mosca morta e tem como única virtude o fato de, aparentemente, não ser embasbacado com a fama. Esses fãs não se importam em ter preferências no mainstream, pois, ainda assim, se consideram "alternativos", já que nunca vão na onda dos líderes das bandas. O ápice da chatice é quando justamente o bocó adorado lança um trabalho solo. Seguuuuuuuura!
Los Hermanos
É o pior tipo de fã, disparado. Vejam o caso desse novo disco do Dromedário, por exemplo: é uma porcaria, notadamente uma bosta, mas antes mesmo de ouvir já tinha gente imputando ao trabalho um valor épico. É compreensível que gostem de uma coisa ou outra da banda, já que esses fãs passaram parcela da vida gostando de Xuxa, Paquitas etc. No fim das contas, dá quase na mesma – embora as composições de Massadas e Sullivan sejam mais ricas que as de Amarante e Camelo.
Evamoquevamo!
P.S.: fãs, por favor, vão plantar batatas!
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