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Machine Head: Robb Flynn comenta os 30 anos de carreira e shows no Brasil

Por Damaris Hoffman
Postado em 27 de outubro de 2023

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O Machine Head está de malas prontas para vir ao Brasil para sua turnê "An Evening With Machine Head", que passará por Curitiba (27/10), Rio de Janeiro (28/10) e São Paulo (29/10). Na entrevista abaixo o vocalista/guitarrista e líder da banda, Robb Flynn, contou um pouco sobre o atual formato dos shows, sua relação com os fãs virtuais com seu Electric Happy Hour e de quebra falou um pouco a respeito de seu podcast "No Regrets Podcast". Confira!

Machine Head - Mais Novidades

Foto: Atom Splitter PR
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Como você se sente por já estar há 30 anos na estrada fazendo shows e ainda ser relevante na cena musical?

Robb Flynn - É uma loucura! Certamente não é um marco típico de uma banda de metal e sabe, a gente vendeu tantos álbuns em nossa primeira fase da carreira quanto na segunda fase, e isso é muito louco. Eu me sinto ainda mais abençoado porque eu fazia música antes do Machine Head, pois fui integrante da banda Vio-lence por sete anos da minha vida e isso poderia ter sido uma vida boa para algumas pessoas, então ter mais 30 anos de música certamente me torna um sortudo.

Após um ano do lançamento de ‘Of Kingdom And Crown’, como foi o resultado do álbum para você?

Estou muito feliz com a reação dos fãs e da mídia especializada. Blabbermouth deu nota 10/10 e outros meios deram 5/5 então recebemos um retorno muito positivo. Ver os fãs sabendo as letras de cor e cantando com a gente é sempre algo muito legal. Nem sempre é assim, às vezes você toca uma música e eles meio que não reagem do jeito que você espera, mas desta vez os fãs realmente receberam este novo álbum de braços abertos.

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Você já fez mais de 100 shows na sua vida. Qual é a sua relação com as músicas do passado?

Sabe, eu não penso muito nisto. Eu já toquei "Davidian" umas 2000 vezes e pra mim é um processo – tento tocar as músicas da melhor forma possível, tentando colocar intensidade e me esforçando para que elas soem cada vez melhor. Nunca penso em quantas vezes eu já toquei a música, e sim em tocar a música para aqueles que a amam - e eu estou tocando para estas pessoas!

Tocar estas músicas por três horas deve ser um grande desafio. Você imaginou que tocaria suas músicas por tanto tempo?

Nunca. Eu nunca vi uma banda tocar tanto tempo assim quando eu era mais novo. Eu acho que em algum ponto quando você tem muitos álbuns e a gente tem sorte de ter muitas músicas antigas que os fãs gostam, definitivamente isso faz muito sentido. A primeira banda que vi fazer um set longo destes foi o Pearl Jam e eu amo esta banda, sou fã de carteirinha e amo todas as fases deles. Quando vi que as pessoas ficariam com um show de três horas, eu achei que seria legal fazer o mesmo para o Machine Head. Poderia até dar errado, pois as pessoas dentro do metal podem não se interessar nisto, mas no final eles amaram, os shows foram incríveis e é o que temos feito nos últimos dez anos. Deixamos os festivais e os apoios para outras bandas de lado e decidimos fazer shows de três horas com o "Evening With Machine Head" e eu tenho amado cada minuto.

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Você também curte fazer shows online, não?

Interessante que a gente também faz o Electric Happy Hour que são shows de duas horas e é muito mais tempo do que uma banda que encerra festivais normalmente toca.

Você acha válido fazer estes shows online?

Acho que fazer shows online é para um público pequeno. Não acho que pode traduzir para um público maior, mas acho que é uma forma incrível de ter uma conexão profunda com os fãs mais próximos da banda. Tentamos fazer shows diferentes a cada semana. A gente toca álbuns inteiros como, por exemplo, tocamos o ‘Of Kingdom And Crown’, que recentemente completou um ano. Fizemos ‘Supercharger’, ‘Burn My Eyes’, isso torna tudo muito diferente. Provavelmente mais diferente do que um show normal nosso ao vivo. Não íamos visitar um país e tocar ‘Of Kingdom And Crown’ inteiro, pois ainda é um álbum novo, mas podemos fazer isto online. A gente até fez uma collab com os caras do Fear Factory, o que foi totalmente diferente.

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Como você vê esta experiência de tocar músicas de outros artistas neste tipo de formato de show online?

Tocar músicas de outros artistas é, na verdade, como comecei minha vida como músico. Aprendi a tocar guitarra tocando músicas de outras pessoas, Bonded By Blood do Exodus ou músicas do Mercyful Fate, Celtic Frost, como também DRI, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, e quando tocamos músicas assim, rapidamente começamos a tocar músicas dos outros artistas também. Eu já sabia tocar todas as músicas do Fear Factory, nós fizemos quatro turnês juntos e o Dino Cazares logo disse: "vamos tocar umas músicas do Hatebreed", e lá fomos nós... Então foi algo muito natural para nós tocarmos músicas deles e eles tocarem nossas músicas – foi muito divertido. Foi uma collab única e simplesmente maravilhosa.

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Você não é muito fã de entrevistas, mas você já se aventurou como jornalista com o seu podcast ‘No Regrets’. Como é estar do outro lado da mesa?

Eu tive que parar de fazer o meu podcast (No Regrets Podcast) assim que começamos a sair em turnê novamente, pois é muito difícil manter um calendário para estas coisas quando você está viajando o tempo todo. Eu realmente curti fazer ele por um ano. Eu acho muito legal aprender a habilidade de saber fazer perguntas, aprender a não falar de você mesmo e deixar o outro falar. Foi uma lição, muitas vezes amigos chegavam pra mim e diziam: "Meu Deus, você precisa ouvir a entrevista de tal pessoa, ele tem uma história muito parecida com a sua" e eu sempre respondia que eu tinha que deixar o entrevistado falar, pois a história dele era tão boa que não dava pra frear. Eu não queria compartilhar a minha história, sabe? Mas isso é algo que você tem que aprender. E é algo legal de se aprender.

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Você tem alguma história que gostaria de contar e que nunca contou antes para um jornalista?

Eu sou bem aberto, as histórias estão por aí.

Qual a sua expectativa para os shows no Brasil?

Eu estou muito empolgado para os shows. Não poderia estar mais animado, pois não tocamos aqui há sete anos e temos um setlist incrível, muito bem ensaiado e estou pronto para um show intenso e preparado para a energia que o brasileiro transmite. Eles são loucos aqui e são loucos nos shows também, pois cantam, fazem círculos e rodas de mosh – o caos. Sim, eu realmente estou empolgado para tudo isso!

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Sobre Damaris Hoffman

Damaris Hoffman, 28 anos, concluiu seu curso de Licenciatura em Filosofia, porém logo partiu para a área da Comunicação Social. Desenvolveu um estilo único de trabalho atuando no departamento de marketing artístico e produção de sua própria empresa. Responsável pela comunicação das bandas Cavalera Conspiracy e Soulfly na América Latina e assessora de imprensa full time das bandas Angra, Project46, Sioux66, Rygel, Capadocia, La raza, Bioface, Worst, e inúmeras outras. Assessora de comunicação das empresas Top Link Music e Honorsounds.
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