Jordan Rudess: de Bach ao Dream Theater às apps, a jornada do mago
Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 26 de novembro de 2018
Não leia a entrevista abaixo se não gostar de spoilers. Você já pode ir comprando os ingressos para ver o extraordinário tecladista do DREAM THEATER, Jordan Rudess, que virá ao Brasil em dezembro para se apresentar nas cidades de São Paulo (07/12 – Teatro Opus), Belo Horizonte (09/12) e Rio de Janeiro (10/12) e apenas embarcar de olhos fechados em uma viagem sensorial. O concerto solo de Rudess viaja em sua fascinante jornada musical e tenta resumir e explicar como um jovem prodígio do piano, com apenas 9 anos de idade, formado pela renomada escola Juilliard e destinado a uma carreira de música clássica, evoluiu para um fenômeno "rockstar" que enche arenas pelo mundo todo. Além de conversarmos com Rudess sobre o show, tentamos conseguir o máximo sobre o novo álbum do DREAM THEATER, "Distance Over Time", anunciado para o ano que vem. Outro assunto que nos chama atenção quando falamos de Rudess são seus empreendimentos no desenvolvimento de apps (o homem dá valor tocar num IPad de vez em quando - e faz isso em aplicativos que ele próprio criou). Se você chegou até aqui, confira a entrevista completa logo abaixo.
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Daniel Tavares: Esta será a primeira vez que o Brasil verá a sua turnê "From Bach to Rock". Você poderia nos contar um pouco mais sobre esses shows? O que podemos esperar? O que entra no setlist? Alguma música do DREAM THEATER na lista? É uma jornada musical onde você voa de volta no tempo em sua carreira?
Jordan Rudess: Utilizando o piano como meu veículo, levo você em minha jornada musical, começando com meu tempo na Juilliard quando jovem e levando até o dia atual. Começa literalmente com Bach e termina com o Dream Theater. Ao longo do caminho, falo sobre minhas sessões secretas de improvisação nas salas dos fundos da escola Juilliard, tocando Blues e Boogie Woogie, e como descobri o rock e o rock progressivo. Apresentarei músicas do PINK FLOYD, KING CRIMSON, GENESIS, LTE (Liquid Tension Experiment) e muito mais!
Daniel Tavares: E quanto ao DREAM THEATER? Quais são os planos para a banda inteira voltar para o Brasil? Podemos adivinhar que vocês estarão vindo em direção ao sul depois de 4 de maio, quando vocês tocam na Cidade do México?
Jordan Rudess: Tenho certeza de que nossa próxima turnê nos levará ao Brasil, mas não logo depois do México.
Daniel Tavares: O que mais você pode acrescentar sobre "Distance Over Time"? Estamos extremamente curiosos.
Jordan Rudess: Enquanto digito isso, acabei de revisar uma das mixagens do novo álbum! Estamos todos super animados com isso. Não há muito o que adicionar nesse momento, mas este álbum retorna ao som nuclear do DREAM THEATER e é um esforço sólido da banda. Nós nos divertimos muito distantes dos olhos do público em um celeiro que foi convertido em um espaço de estúdio e tudo resultou em um redemoinho de energia criativa!
Daniel Tavares: Você é um multi instrumentista talentoso e há rumores de que você estaria tocando guitarra no álbum. Isso é verdade? Você já fez isso ao vivo quando a banda costumava trocar instrumentos no final dos shows, certo?
Jordan Rudess: Eu não toquei guitarra no álbum Dream Theater. Dito isso, eu tenho uma guitarra de assinatura feita pela Druzkowski Guitars chamada de The Wizard Guitar que eu toco no meu próximo álbum solo pela Mascot Records. Será lançado em abril e os detalhes seguirão!
Daniel Tavares: Você acha que nos próximos séculos, nomes como Dream Theater, King Crimson, Pink Floyd e outros ícones do rock progressivo vão ser vistos como os compositores de música clássica, como Carl Orff, Bach e Tchaikovsky em termos de qualidade musical e inovação pelas gerações futuras?
Jordan Rudess: Eu acho que esse período será um momento importante na história da música. Honestamente, acho que o Dream Theater será devidamente notado, porque foi o Dream Theater que realmente trouxe o Metal Progressivo para o mundo.
Daniel Tavares: Ainda exercitando a imaginação (e isso é por causa da seção "Você sabia?" No site da DT - "James LaBrie foi um dos candidatos a substituir Bruce Dickinson quando Bruce deixou o Iron Maiden em 1993"). Você se juntou à banda em 1999. Mas se LaBrie realmente tivesse ido para o IRON MAIDEN, você provavelmente teria se juntado a uma banda completamente diferente. Você pode imaginar como a música do DREAM THEATER seria hoje se essas coisas acontecessem?
Jordan Rudess: Uau, eu não sabia disso .. Engraçado como cada passo de nossas vidas afeta completamente o próximo!
Daniel Tavares: Eu também falei com Mike Portnoy e Tony Levin e eles disseram que estavam completamente abertos para uma nova turnê ou álbum do Liquid Tension Experiment. E você? O que você pensa sobre isso?
Jordan Rudess: Eu tô dentro... Agora tudo que precisamos é tempo e que todos concordem!
Daniel Tavares: Vamos falar um pouco sobre o seu trabalho como desenvolvedor de aplicativos e empreendedor. Você tem alguns aplicativos, todos relacionados à criação de músicas. Como você começou neste negócio e o que você gosta mais nele? Você já viu muitos resultados, muita músicas de outros músicos produzidos em um de seus aplicativos? MorphWiz, GeoSynth, Jordantron etc.
Jordan Rudess: Meu mais recente aplicativo de instrumentos musicais, GeoShred, é um enorme sucesso na Índia. Na verdade, está mudando a história lá da maneira como a música é tocada. Essa é uma coisa incrível e louca de se ver. Como permite que se passe facilmente entre o domínio fretless e diatônico, há um grande controle de pitch, o que significa que você pode expressar sua frase musical com grandes detalhes ... Sou apaixonado pela tecnologia e realmente gosto de criar instrumentos musicais de ponta que mudam a possibilidade de expressão musical.
Daniel Tavares: Eu toco teclado também, mas só o suficiente para brincar na minha casa, com meu filho. Que dificuldades você enfrentou e quando percebeu que seria um dos tecladistas mais influentes do mundo? Existe algum plano para lançar outro álbum de teclado?
Jordan Rudess: Como eu mencionei, eu tenho um novo álbum solo saindo em abril. É um álbum do tipo rock / prog. Até hoje ainda pratico o teclado com muita dedicação. Não subestimo nada e trabalho duro para ser o melhor músico que posso ser.
Daniel Tavares: Ainda sobre influências, há uma pergunta que sempre faço a todos os meus entrevistados, mas não perguntei quando conversamos da última vez. O que você sabe sobre a música brasileira? Existe algum artista brasileiro que você conhece, que ouve em sua casa ou que tenha tido alguma influência sobre seu som ou estilo de tocar?
Jordan Rudess: Villa Lobos - Jobim - Deadato, Gismonti todos estiveram no meu olho musical. Existe uma grande cultura musical aí e eu estou sempre interessado e tenho ouvidos abertos para absorver esta música maravilhosa!
Daniel Tavares: Você é chamado The Wizard e usa um chapéu de mago. E isso nos traz à memória Gandalf, de Tolkien, além dos personagens de Harry Potter e mitos de Merlin dos contos do Rei Arthur. Qual é o seu relacionamento com o mundo e os livros de Tolkien? Você é um fã de Tolkien?
Jordan Rudess: Eu sou mais fã de magia em geral. Não especificamente qualquer uma das coisas que você mencionou. Dito isso, eu certamente amo um bom filme!
Daniel Tavares: Agora, por favor, fique à vontade para enviar uma mensagem para nossos leitores, para todos os fãs de boa música no Brasil, convide-os a vir a um dos shows, etc. Por favor, sinta-se à vontade para dizer o que quiser.
Jordan Rudess: Os fãs brasileiros são alguns dos mais apaixonados fãs do mundo. Eu estou realmente ansioso para chegar aí e dividir com todos vocês esses shows solo. Eu não posso esperar !! Vai ser tão incrível. Por favor, embarquem comigo nessa minha jornada musical. Eu vou tocar um pouco de Bach para vocês e guiá-los em um caminho até dia atual e apresentar algumas músicas do Dream Theater também. Deve ser muito divertido. Vejo você lá!
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