Åkerfeldt: "Não sinto necessidade de criar um projeto solo"
Por Kako Sales
Fonte: Blabbermouth.net
Postado em 28 de abril de 2014
Steve Rosen, do Ultimate-Guitar.com, entrevistou recentemente o vocalista e guitarrista Mikael Åkerfeldt, da banda de Metal Progressivo sueca Opeth. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
Ultimate-Guitar.com: "Pale Communion" (o novo álbum do Opeth) continua onde "Heritage" parou?
Mikael Åkerfeldt: Acho que isso é inevitável, porque ele foi o álbum anterior. Não que eu tenha passado por um tipo de renascença. Acredito que o que queríamos com esse álbum... Eu queria que ele fosse um pouco mais pesado e mais sonoramente sensato; eu queria que ele fosse um pouco mais atual.
UG: Atual de que maneira?
MÅ: Não necessariamente moderno. Eu sempre gostei do som do "Heaven and Hell", do Black Sabbath, e do "Mob Rules". Eu gostava das produções do fim da década de 70 e início dos anos 80 e acho que queríamos algo daquele tipo, o que justifica termos procurado o Rockfield Studio, no País de Gales (onde o Queen gravou "Bohemian Rhapsody") e gravado lá. Mas musicalmente, não tenho certeza. De certa forma, acho que o novo álbum é uma continuação do "Heritage", mas não acho que eles sejam parecidos.
UG: Em que sentido eles são diferentes?
MÅ: O novo álbum é mais melódico, ligeiramente mais pesado e um pouco mais esquizofrênico. Inevitavelmente, também é uma continuação do "Heritage", eu acho.
UG: Como você qualificaria a sonoridade do novo álbum?
MÅ: Acho que o novo álbum ainda está agarrado ao som dos anos 70, que é um som ardente, natural, mas a tecnologia utilizada é atual e mais avançada. Então ele soa como anos 70, porém melhor de uma certa forma... Entende o que eu quero dizer? Acho que era isso que queríamos. Eu não curto o som das gravações atuais. Acho que muitos deles soam não-humanos. Você também se cansa e seus ouvidos se cansam de ouvir álbuns contemporâneos de Metal. Enquanto alguns daqueles álbuns que eu mencionei ainda soarem como novos, nunca envelhecem.
UG: Você tem falado sobre estar desencantado, desanimado com o Metal atual. Isso é parte do que você disse agora?
MÅ: Sim. Acho que muitos desses álbuns – e eu não estou falando da música em si, mas da sonoridade – iriam provavelmente se beneficiar por terem um uma sonoridade mais old-school. Acho que os próprios músicos iriam se beneficiar, porque menos retoques com softwares provavelmente iria fazê-los se esforçarem mais como músicos.
UG: Você fala sobre o uso de tecnologia digital, onde você pode tocar um compasso com perfeição e então copiá-lo e colá-lo na música inteira.
MÅ: Muitos desses álbuns de Metal, você os ouve e nada mais são do que samplers de bateria para mim. É tudo quantizado, consertado na pós-produção e tudo mais e soam como uma máquina de datilografia com um contrabaixo acompanhando. O bumbo soa como uma máquina de escrever – tac tac tac – e um baixo para acompanhar. Tudo deve ser claramente audível, o que não acontece com gravações reais ou sons reais. Você tem que relevar o fato de que talvez uma batida do bumbo não estará lá na mixagem, se é que você me entende...
UG: Entendo totalmente.
MÅ: É contra isso que o mundo do Metal está trabalhando, está tudo lá pra ser feito daquele jeito... No meio do processo, algo se perdeu. E essa é a humanidade do som, porque nós já fizemos daquele jeito também e eu quis voltar para a realidade.
UG: Há algum tempo, você falou sobre um álbum solo. O que você tem a nos dizer sobre isso agora?
MÅ: Não é uma necessidade primordial para mim, porque eu me sinto bastante confortável compondo para o Opeth. Posso criar basicamente qualquer coisa para o Opeth e não sinto necessidade de criar um projeto solo só para me satisfazer como músico, porque eu faço de tudo no Opeth. Eu disse aquilo há alguns anos porque eu estava interessado em gravar um álbum no estilo cantor/compositor porque eu realmente adoro isso. De forma que obviamente necessitaria de uma banda. Mas era também algo que eu queria fazer apenas para ver se eu poderia produzir um álbum do zero em meu próprio estúdio. Foi tipo um experimento e, para ser honesto, não era algo pelo qual eu estava ávido. Eu falo demais e aí as pessoas pensaram que a coisa realmente iria acontecer. "Quando será lançado?" e eu respondia "Bem, é só conversa. Só papo." Mas quem sabe? Se um dia eu tiver na mão algumas músicas legais para um projeto solo, talvez elas sejam lançadas.
Leia a entrevista na íntegra no Ultimate-Guitar.com.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Site de ingressos usa imagem do Lamb of God para divulgar show cristão
Dorsal Atlântica termina gravações do seu novo disco "Misere Nobilis" e posta vídeo reflexivo
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
Metal Hammer aponta "Satanized", do Ghost, como a melhor música de heavy metal de 2025
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025

Site americano aponta curiosa semelhança entre Sepultura e Opeth que poucos notaram
Opeth anuncia show no icônico Anfiteatro da Pompeia para 2026
Os 25 maiores álbuns de metal lançados após o ano 2000, em lista da Loudwire
Alice in Chains: a triste entrevista final de Layne Staley, ciente de que morreria
Motorhead: Lemmy fala sobre Jimi Hendrix, drogas e mais


