Sepultura: se não estão criticando, estamos fazendo algo errado
Por Fernando Portelada
Fonte: Blabbermouth
Postado em 16 de outubro de 2013
Aniruddh "Andrew" Bansal, do Metal Assault, recentemente conduziu uma entrevista com o guitarrista Andreas Kisser do SEPULTURA. Alguns trechos desta conversa estão disponíveis abaixo.
Metal Assault: Não me entenda mal. Eu conheço a história por trás do título do novo álbum do SEPULTURA, ["The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart"], e as razões dele, mas você teve dúvidas ou receios por causa de seu tamanho?
Andreas: "De jeito nenhum! Primeiro, o tamanho da frase tornou o título ainda mais excitante, na verdade. É algo diferente. O título expressa a importância de ser humano, não perder seu coração, não se tornar completamente um robô, e o título expressa esse tipo de diferença do lado humano. As pessoas estão tão acostumadas as certas coisas que quando algo novo acontece, todos acham que é estranho ou errado. Isto é um tipo de sentimento robótico. Qualquer coisa fora do normal, fora da nossa rotina, é considerada errado. Mas não é. A arte em geral está aqui para quebrar as regras, e você sabe, para o SEPULTURA, é nosso modo operante desde o início. Nós realmente tentamos olhar para as coisa de forma diferente o tempo inteiro: nova música, novos instrumentos e nós tivemos o privilégio de viajar o mundo inteiro com essas ideias. Então eu diria que nunca houve dúvida ou uma tentativa de achar um nome mais curto, porque esta frase é longa demais. [...]"
Metal Assault: Falando sobre a música, após ouvir o álbum, eu sinto que ele retém algumas qualidades do antigo álbum, "Kairos", e esse álbum foi muito bem recebido pelos fãs. Vocês tentaram uma abordagem mais próxima a esse?
Andreas: "Bem, todo álbum do SEPULTURA é definitivamente uma influência em cada novo álbum em que começamos a trabalhar. Claro que 'Kairos' foi o mais próximo deste, e ele é muito bem recebido e tudo mais. Nós fizemos dois anos de turnês em suporte dele e tocamos em grandes lugares e em grandes festivais. Foi nosso primeiro álbum pela Nuclear Blast também. Então sim, há definitivamente uma referência a 'Kairos' neste álbum em todos os aspectos, mas musicalmente, nós sempre tentamos algo diferente, porque não queremos produzir um álbum antigo novamente, você sabe, mas nesse aqui nós tivemos influências de coisas mais velhas, mais do tipo death metal, e eu acho que ele é mais sujo e mais cru que 'Kairos'. Eu acho que a principal diferença é o baterista Eloy Casagrande. Esta é a primeira vez que trabalhamos com ele, ele tem só 22 anos, tem muita energia e já fez muito mais metal que nosso prévio baterista, Jean Dolabella. Quero dizer, não me entenda mal, Jean é um ótimo músico e um grande baterista. Nós fizemos 'Kairos' com ele e acabamos de dizer que 'Kairos' foi muito bem recebido, mas o novo baterista tem um background maior no mundo do metal. Ele é um grande fã do SEPULTURA e adora tocar esse estilo de música. Ele fez uma grande diferença no som e nos inspirou a compor este material."
Metal Assault: Acho que você está certo, mas o SEPULTURA tem tantas pessoas querendo que a banda pare, e os críticos em geral, eu não vou entrar nessas razões, porque está tudo bem documentado, mas isso lhe inspira a continuar indo ainda mais longe, o fato das pessoas aí fora dizerem essas coisas negativas?
Andreas: "Sim! Esta é a história de nossas vidas. Desde o primeiro dia que o SEPULTURA foi criado, mesmo antes de eu entrar na banda, muitas pessoas estão constantemente falando merda sobre a banda. Imagine soar desse jeito em 1984, no Brasil. Foi algo assim, com o heavy metal em geral. Tivemos que lutar contra a mídia normal, a mídia não especializada, Heavy Metal ainda é visto como algo violento, mas isso é totalmente mentira, porque é bem o oposto. Ele é bem unido e pacífico. Quero dizer, nós tocamos em todos os lugares do mundo, não importando cultura, política e religião, os fãs do metal são bem pacíficos. Já vi mais assassinatos e violência em carnavais do que já vi em shows de metal, mas isso é algo com que estamos acostumados agora, e nós sobrevivemos. O criticismo sempre pareceu estar lá, não importa o que aconteça. Então isso não nos incomoda. Até nos ajuda. Algumas críticas são boas de ouvir, mas quando você está começando um disco, você não consegue fazer nada se parar para ouvir as 35 opiniões diferentes. Claro, eu não concordo com todas elas, mas eu respeito todas, porque o SEPULTURA tem tipos de fãs muito diferentes, da era do death metal, da era do thrash e pela influência brasileira. Nós sempre ganhamos fãs, mesmo com estas críticas. Mesmo quando Max e IGor [Cavalera] deixaram a banda, nós tivemos críticos. É algo bem natural para nós. Se as pessoas não estão criticando, significa que estamos fazendo algo errado."
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