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Dynahead: sem limites para sua criatividade

Por Junior Frascá
Postado em 13 de maio de 2013

Uma das bandas mais diversificadas do cenário nacional, o DYNAHEAD chega agora a seu terceiro registro, "Chordata I", que tem chamado a atenção da mídia especializada, sendo considerado um dos melhores discos do ano. Batemos um papo com o líder da banda, Caio Duarte, um cara muito inteligente e que não tem medo de ousar e dar asas a sua criatividade. Caio nos conta um pouco mais sobre o processo de composição do novo disco, a história da banda, e os planos para o futuro. Confiram:

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Whiplash: Os dois primeiros discos do DYNAHEAD foram muito bem aceitos pela crítica e pelo publico, tanto nacional como internacionalmente. Contudo, acredito que com "Chordata I" vocês atingiram o ápice da carreira. Você concorda? O que você acha que diferencia este novo disco dos trabalhos anteriores da banda?

Caio Duarte: Antes de mais nada obrigado por acompanhar nosso trabalho com tanto carinho, e pela gentileza nos elogios. Eu concordo com você, realmente acho que estamos no nosso ápice criativo. É consequência do nosso processo de crescimento, vamos amadurecendo enquanto pessoas e músicos, e isso reflete no som. Esse disco se diferencia dos outros justamente por que não somos mais os mesmos caras meio perdidos de antes; já sabemos qual é o nosso som, já conhecemos um ao outro e sabemos onde queremos chegar.

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Whiplash: Caio, você também foi o responsável pela produção do disco, que ficou excelente. Quais foram os pontos mais trabalhosos no processo de produção do álbum? Você ficou satisfeito com o resultado final?

Caio Duarte: Eu fiquei muito satisfeito, mas sempre é mais complicado do que eu gostaria (risos). Produzir a própria música dá um certo 'medo' de faltar perspectiva, objetividade. É bem esquisito mixar sua própria voz, por exemplo... Sabe quando você ouve sua própria voz gravada e pensa "nossa, minha voz é assim?" Esse estranhamento também acontece comigo. Apesar disso, por ser nosso terceiro disco, eu aprendi a lidar com esses fenômenos, e a gravação foi bem mais tranquila e prazerosa que os demais.

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Whiplash: Conte-nos um pouco a respeito da abordagem lírica de "Choradata I", e o que podemos esperar para a segunda parte desta obra.

Caio Duarte: Este é um álbum temático sobre a evolução da vida numa perspectiva biológica, darwiniana. A Parte I, que lançamos esse ano, acompanha a vida desde sua origem até o surgimento do conceito de 'sociedade'. A Parte II, que vem em 2014, pega deste ponto e vem até os dias atuais, onde domina o Homo sapiens. Por ter essa divisão, a Parte I é mais filosófica, existencial, enquanto a Parte II é mais política e crítica.

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Whiplash: Sem dúvida o novo disco é o mais diversificado da carreira da banda, com arranjos riquíssimos e ótimas melodias, e a cada nova audição se tornam perceptíveis novos detalhes. Durante a composição, vocês se preocuparam com todos esses detalhes, tentando diversificar ao máximo as faixas, ou foi algo que surgiu naturalmente?

Caio Duarte: A diversidade é muito natural para nós. Somos muito ecléticos e sempre partimos do princípio de que música é música, tentamos ver além da mera estética. O apego a rótulos é algo mercadológico, e não artístico. Assim, não ficamos nos 'podando' quando surge a ideia de transformar uma harmonia de jazz em um riff brutal, e depois partir para uma intenção intimista. Isso dá uma dimensão totalmente nova na música, que abre novas possibilidades para as letras e para os sentimentos que a música pode evocar.

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Whiplash: Para você, quais seriam as melhores faixas do álbum, e quais você acha que se sairão melhor ao vivo?

Caio Duarte: Eu realmente não saberia apontar faixas 'melhores', visto que todas elas funcionam de jeitos totalmente diferentes. Algumas são muito pesadas, outras experimentais, outras minimalistas, outras musicalmente simples... Num contexto de show, o público headbanger tende a preferir as mais agressivas. Por outro lado, às vezes surpreende quando tocamos uma música progressiva, acústica, e as pessoas ficam arrebatadas de uma forma diferente. É legal explorar esses extremos... Mas não sei se teremos um 'hit'. A ideia é ter nove (risos)!

Whiplash: Um dos pontos que mais chama a atenção no novo disco são as linhas vocais, repletas de ótimas variações, transitando entre o brutal e o suave com muita naturalidade. Você acredita que também atingiu seu auge como vocalista em "Chordata I"? Essa variação de vocais esta sempre diretamente relacionada a abordagem lírica tratada na faixa correspondente?

Caio Duarte: Sem dúvidas esse disco é o que mais me satisfez enquanto vocalista. Eu evoluí bastante desde o 'Antigen', e isso fica bem evidente pra mim. A variação vocal quase sempre se relaciona com o conteúdo das letras: Algumas vezes eu apresento 'perspectivas' diferentes com as vozes, ou níveis de emoção distintos... É como mudar uma paleta de cores, de algo luminoso para algo sombrio. A voz permite fazer isso de uma forma muito legal.

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Whiplash: E as influências presentes no álbum não se restringem apenas ao metal, transitando por outros campos da música, como, por exemplo, o Jazz. Digo isso pois vi alguns comentários de pessoas dizendo que essa grande variedade musical presente em certas faixas acabaria tirando um pouco a identidade da banda. O que você pensa a respeito?

Caio Duarte: Eu acho que as pessoas se confundem um bocado quando se referem a 'identidade'. O que seria a 'identidade'? Alguns fãs de metal, condicionados pelo pensamento comercial dos artistas e gravadoras, pensam que é soar de uma forma bem específica (geralmente compondo músicas bem parecidas entre si). Mas, para mim, a identidade está na capacidade do artista de experimentar, inventar, de ser criativo enquanto mantêm a sua 'voz'. Evocar diferentes pensamentos e sensações, mas sempre sendo reconhecivelmente 'ele': É isso que buscamos com o Dynahead.

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Whiplash: Alias, quais seriam as principais influências musicais do DYNAHEAD?

Caio Duarte: Somos headbangers de coração, mas gostamos de valorizar o nosso ecletismo. Não posso falar pelos demais, mas todo tipo de música feita ao longo das últimas décadas que seja original, evocativa e intensa é uma referência pra mim.

Whiplash: E quais são os planos da banda para o futuro? Já passa pela cabeça de vocês o lançamento de algum material ao vivo?

Caio Duarte: Adoraríamos lançar algo ao vivo, já existem vários vídeos no YouTube, mas seria legal algo com uma produção realmente bacana. Infelizmente não dispomos do tipo de recurso necessário para fazer uma captação ao vivo tão bonita como gostaríamos, mas caso haja demanda do público para isso, adoraríamos fazer. O plano agora é tocar o máximo que pudermos, e contar com as pessoas que gostam do nosso trabalho para continuar nos ajudando a chegar ao máximo de ouvidos.

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Whiplash: Obrigado pela entrevista Caio. O espaço é seu para suas considerações finais.

Caio Duarte: Muito obrigado pela entrevista e pelo interesse em nosso trabalho! No nosso site oficial - www.dynahead.com.br - você encontra muitos vídeos, canais no Facebook, YouTube e Twitter, além da loja onde você pode comprar ou baixar gratuitamente o nosso material. Não deixe de curtir música sem preconceito de nacionalidade: O patrimônio metálico nacional está só esperando. Se gostar de alguma banda, compartilhe, mostre sem medo. É através dessa cultura simples e fácil que conseguiremos derrubar os oligopólios que assolam a nossa música. Até a próxima!

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Sobre Junior Frascá

Junior Frascá, casado, é advogado, e apaixonado por heavy metal em todas as suas vertentes (em especial thrash, stoner, doom e power metal) desde seus 15 anos. Também é fã de filmes de terror e séries americanas, faz parte da equipe da revista digital Hell Divine e do site My Guitar, e é guitarrista da banda de metal tradicional MUD LAKE.
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