JackDevil: vocalista fala sobre novo disco e sobre o NWOBHM
Por Diogo Miranda de Azevedo
Postado em 17 de abril de 2013
Provavelmente um dos álbuns lançados em 2013 que marcará a estrada do heavy metal brasileiro deste ano é o Ep da banda maranhense JACKDEVIL. Gerando polêmica e atraindo os olhares dos críticos e de fãs por todo o Brasil e de outros países a JACKDEVIL ganha a todo dia mais espaço e tem gerado diversas resenhas e muita badalação acerca do que de fato é a sonoridade que os "thrash demons", nascidos em meio aos casarões assombrados de São Luís do Maranhão, andam fazendo. Fizemos uma entrevista com a JACKDEVIL e confira agora 10 questões que ajudará você conhecer um pouco mais sobre esta nova banda que vem dando o que falar:
Diogo Miranda de Azevedo - Para começar gostaríamos de agradecer por todas as respostas e pela atenção desde o primeiro contato com a banda. Como ponto de partida nos conte um pouco de como tudo começou.
André Nadler - Bem, a JACKDEVIL começou em 2010 e só conseguiu se estabelecer mesmo no ano de 2011 que foi quando conseguimos lançar o "Under The Satan Command", na época tínhamos 4 meses com aquela formação e decidimos gravar por conta própria e produzir nós mesmo o primeiro material fonográfico da banda. As primeiras idéias e planos foram criados por mim e pelo Renato Speedwolf, porém não demorou muito para o Ric Andrade e o Filipe Stress entrarem de corpo e alma para a JACKDEVIL e nos ajudarem a construir este trabalho que nos dedicamos e gostamos tanto de fazer.
Diogo Miranda de Azevedo - A JACKDEVIL tem usado o termo de New Wave of Brazilian Heavy Metal em seus trabalhos (recentemente até vimos o Edu Falaschi do Almah também usando este termo), nos conte qual a intenção e porque de usar essa nomenclatura.
André Nadler - Nós começamos a usar este termo com a intenção de agitar o cenário local, para incentivar bandas a gravarem seus materiais e a se empolgarem com a arte de fazer o metal pesado acontecer no Brasil. Sabemos que existem bandas excelentes espalhadas por todo o Brasil fazendo música pesada e de qualidade, portanto batizar esta nossa geração como a "Nova onda do Metal Brasileiro" seria legal, as pessoas precisam valorizar as bandas que estão vivas em nosso país e enxergar um pouco mais o metal nacional que por muitas vezes é até esquecido. Quanto ao termo estar sendo usado por outras pessoas não existe problema algum, pois quando começamos a usá-lo a nossa intenção era realmente expandi-lo e fazer com que outras bandas e pessoas o adotassem. Não queríamos que fosse uma exclusividade nossa e por fim de contas é só um mero termo, o mais importante é a sonoridade e a atitude da banda, coisa na qual nos esforçamos para fazer o melhor que pudemos.
Diogo Miranda de Azevedo - Muitas bandas têm surgido por estes tempos com um caráter "revival", tocando nos dias de hoje um som mais oitentista, a JACKDEVIL considera-se uma banda desta mesma seqüência?
André Nadler - Veja bem, o heavy metal sempre foi o mesmo e sempre esteve vivo, pelo menos para nós da JACKDEVIL, então não precisamos revivê-lo, porém se ser "revival" é tocar o heavy metal na linha das majestosas bandas fundadas nos anos 80 então a JACKDEVIL seria uma banda "revival" mesmo. Gostamos e vivemos mergulhados no som, no estilo de vida e em tudo que foi produzido naquela época simplesmente porque admiramos, mas fazemos isso hoje, no presente. Até porque nos satisfaz saber que representamos algo que lembra bastante aquela geração, se tratando do metal brasileiro então a honra é maior ainda.
Diogo Miranda de Azevedo - Aqui no Brasil já vivemos momentos formidáveis e momentos caóticos em relação ao heavy metal. Após vários fenômenos como o surgimento de grandes titãs como Sepultura, Sarcófago nos anos 80, vocês acreditam que é possível que uma nova onda de metal pesado domine o Brasil novamente?
André Nadler - Claro! A qualquer momento, e isso pode ser daqui a um mês ou uma década. Existe uma grande relatividade quanto a isso, mas acredito que uma hora ou outra os olhares do Brasil vão se voltar mais para o metal produzido em nosso país. Em outras gerações passadas já pudemos ver o nascimento de grandes bandas como Dorsal Atlântica, Sepultura, Ratos de Porão e hoje ainda podemos ver outras bandas excelentes surgindo a todo o momento, ou seja, é só esperar e ver a história ser escrita.
Diogo Miranda de Azevedo - O Faster Than Evil foi lançado no começo deste ano e já chegou causando impacto mostrando uma musicalidade mais madura e trabalhada da banda, houve alguma fórmula para a criação deste álbum e o que vocês podem comentar sobre ele?
André Nadler - Nós tivemos mais tempo para produzi-lo, só este fator já determina uma grande mudança, mas outros fatos como uma pré-produção e pessoas como o Felipe Hyily e Cid Campelo trabalhando em cima deste álbum somou bastante no resultado final. O Faster Than Evil foi feito para soar como um álbum antigo, mas com uma qualidade legal, algo que você pudesse realmente entender o que estávamos produzindo, sem contar que tentamos fabricar um cd realista, algo que fosse bem parecido com o que tocamos ao vivo. Este álbum recebeu esse nome por que, é notável, que nosso som ficou bem mais veloz e agressivo do que no trabalho anterior. Faster Than Evil é um álbum sem muita firula, um álbum aos moldes antigos, heavy metal simples e cru.
Diogo Miranda de Azevedo - Toda banda passa por momentos bons e ruins ao longo de sua jornada e sabemos que a JACKDEVIL apesar de ser uma banda nova (apenas dois anos), já deve contar com alguns momentos marcantes. Descreva alguns momentos interessantes que a banda passou.
André Nadler - Lutamos muito para manter a JackDevil viva e por muitas vezes vimos que tudo parecia indicar que era o fim, mas fomos guerreiros e continuamos. Apesar do pouco tempo já arrecadamos momentos fantásticos como tocar para mais de 7 mil pessoal na maior praça de São Luís do Maranhão e ver o público gritar o nosso nome, mas já vivemos situações complicadas como amanhecer em rodoviárias esperando a hora do ônibus para voltar para casa. Agora uma das situações mais hilárias foi quando gastamos o dinheiro de um de nossos primeiros cachês com uma prostituta somente para ela tirar a virgindade de um dos nossos roadies. (risos)
Diogo Miranda de Azevedo - Percebemos que os integrantes da JACKDEVIL foram batizados recentemente de "thrash demons" e tem sido comum ver várias pessoas chamando a banda carinhosamente de "Zeca Diabo", de onde saíram estes apelidos?
André Nadler - O apelido de "thrash demons" saiu de dentro de uma das resenhas feitas sobre o Faster Than Evil e o apelido "Zeca Diabo" já vem do próprio nome, afinal de contas o nome JACKDEVIL ao pé da letra seria "Zeca Diabo", nome do personagem da obra clássica de Dias Gomes que contava a história do prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu, que contratava Zeca Diabo, um famigerado matador para poder inaugurar o cemitério da cidade.
Diogo Miranda de Azevedo - Vocês irão fazer no meio do ano a primeira turnê da banda pelo Brasil, a Faster Than Evil Tour, O que vocês esperam dessa turnê?
André Nadler - Estamos ansiosos por esta turnê, antes mesmo dela, já vamos fazer mais algumas cidades próximas, mas não vemos a hora da "Faster Than Evil Tour" começar. Estamos indo com todo o gás para estes shows, com certeza quem assistir nossas apresentações durante esta turnê vai curtir muito.
Diogo Miranda de Azevedo - É comum acharmos por aí vários integrantes de bandas alegando que buscaram inspiração em obras literárias, acontecimentos históricos e filmes para criar álbuns e compor suas músicas. A JACKDEVIL possui algum esquema parecido com este?
André Nadler - Várias músicas da JACKDEVIL são feitas dentro de temáticas específicas como a canção Violent Invasion que foi inspirada no best-seller do Stanley Kubrick "Laranja Mecânica". Flashlights foi inspirada no filme "Nascido Para Matar" e a última faixa do nosso último álbum, esta é bem especial para nós, Night of The Killer foi escrita para falar sobre um serial killer do nosso bairro, Lúcio Mauro, conhecido como "O Monstro do Cohatrac", acusado de esquartejar mais de cinco garotas.
Diogo Miranda de Azevedo -. Pra finalizar abrimos este espaço abaixo para a banda colocar seus agradecimentos e informar suas novidades para os leitores;
André Nadler - Queremos primeiramente agradecer a entrevista e o espaço para contar um pouco mais sobre a banda e agradecer todos que ultimamente estão nos dando tanto apoio ajudando a divulgar nosso material e curtindo nosso material. Para quem é de São Luís dia 20 faremos nosso último show na ilha antes de viajarmos para a Tour e aguardem que daqui pra frente vem vídeos novos, músicas novas e um álbum novo no início do ano que vem.
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