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Nemphis Belle - desdatando o Rock and Roll

Por Vitor Franceschini
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 15 de janeiro de 2013

Fazer Metal no Brasil não é fácil, pois são tantos os preconceitos e estereótipos que bloqueiam mentes comuns que fica difícil atingir um público não restrito. Fazer Rock então é ainda mais difícil, pois além de tudo, o termo Rock é confundido com diversos gêneros que é melhor nem mencionar aqui. O Nemphis Belle faz Rock de verdade. Focado no Classic Rock dos anos 60 e 70 com uma veia 'bluesy', a produtiva banda de Porto Ferreira/SP é ousada e não se faz de rogada quando a questão é boa música. Divulgando seu primeiro trabalho, intitulado "It´s Amazing", o Nemphis Belle já se prepara para o segundo ato e a voltar a se apresentar. Falamos com Rodrigo Francalacci (vocal/guitarra), Renan Martins (guitarra) e Leo Vituri (baixo) em uma esclarecedora entrevista que nos conta detalhadamente sobre o álbum e tudo que envolve a banda. Completam a formação Régis Berreta (bateria) e Tadeu Parisoto (teclado).

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Primeiramente conte-nos como surgiu a Nemphis Belle e a origem deste nome?

Renan Martins: A banda surgiu em ano 2004. Eu, Leo e o nosso primeiro baterista (Victor Villalva) tinham saído da nossa banda de Death Metal (que se chamava Setharus), pois estávamos passando por um processo de renovação musical: queríamos tocar Rock And Roll. Nossa primeira formação foi: nós três e aí o Leo convidou o Francalacci pra cantar. E com a banda formada, ensaiamos, tiramos alguns covers e começamos a fazer show num bar chamado Blue Beer, em Porto Ferreira. Éramos novos, 15 ou 16 anos, e nos divertíamos com aquilo. Começou assim. E, ao longo do tempo, tivemos outro baterista: Niltinho Tavares, que foi o nosso primeiro baterista da Steopand The Poets, quando começamos a compor. Aí, com a saída do Niltinho, convidamos o Régis pra tocar, mas aí já tínhamos voltado a ser Nemphis Belle e estávamos compondo, mas tocando covers em alguns bares da região. Até que em um determinado momento em 2011 decidimos parar de tocar covers e gastarmos nosso tempo com as nossas próprias músicas, não achávamos que seríamos alguma coisa tocando músicas de outros artistas. Quanto ao nome, eu, certo dia, estava vendo TV. Tinha um canal de filme onde estava passando "Memphis Belle: A Fortaleza Voadora", que é um filme bem conhecido sobre a segunda guerra. Memphis Belle era o nome de um avião norte americano da segunda guerra. Eu simplesmente gostei do nome e pensei que este talvez fosse um nome legal pra banda. Falei pro pessoal, e aí não me lembro quem, sugeriu que trocássemos Memphis por Nemphis, pois Memphis soava muito clichê, parecia ser um nome muito comum para uma banda de Rock. E assim ficou este nome por um tempo. Quando começamos mesmo a compor, o nome virou Steopand The Poets. Daí, não me lembro também exatamente porque, mas este nome me incomodava, não gostava muito dele, aí sugeri voltarmos o nome pra Nemphis Belle novamente e assim ficou.

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Como foi o processo de composição de "It´sAmazing"?

RM: O disco foi resultado de anos de composição, tanto que eu creio que o disco tem uma sonoridade heterogênea. Muito do Rock sessentista, mas com muita pitada de coisas novas. Ele é um disco que varia na forma. Pois ele se formou sobre a variedade de influências que tivemos ao longo dos anos, desde a formação da banda. Músicas como Goodbye e Close The Way são bem antigas, existem quase desde quando começamos a compor.

O som de vocês é influenciado por diversos estilos, mas com foco no rock sessentista e setentista, algo incomum hoje em dia. Com você definiria a música da Nemphis Belle?

RM: Eu acho que é mais ou menos o que dissemos na segunda pergunta. O primeiro disco por mais que caracterize a banda por ser muito influenciado pelo Rock clássico, não deixa de soar contemporâneo. Temos muita influência do Rock clássico e é o que queremos realmente fazer. Queremos fazer esse tipo de música, compor para que soe assim. No entanto, nesse momento, depois de termos lançado o nosso primeiro disco, é que estamos realmente confiantes em concretizar esse desejo. O nosso segundo começará a ser gravado esse mês e tem muito mais Classic Rock e Blues, bem anos 60.

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"It´sAmazing" mostra exatamente a sonoridade citada na questão anterior, mas mesmo assim não soa datado. A que você acha que deve este fato?

Rodrigo Francalacci: Outra característica que fui percebendo é que eu era capaz de captar a essência das coisas, e mais uma vez isso foge do âmbito da música. Por exemplo, uma pessoa fala comigo, se eu gosto do trejeito da pessoa, do sotaque, eu simplesmente consigo fazer igual. Nessa altura que comecei a ouvir muito Beatles, e tem muita coisa lá pra gente captar. O timbre das guitarras, o jeito como o baixo encaixa, as melodias, o valor e o papel que cada instrumento tem na mixagem, a riqueza de sonoridades e principalmente a forma de cantar do John e do Paul. Então nesse momento eu captei a essência dos Beatles e uni com a minha vontade de criar. Muita gente descobre os Beatles, vira fã, e depois monta uma banda pra tocar Beatles. Acho que a minha diferença é que o lado da criação falou mais forte que o lado de fã. Mas o lado de fã fez eu criar minha música usando elementos que estavam presentes nos Beatles. Principalmente a forma de cantar. Percebe? É uma diferença sutil, mas importantíssima, porque eu estou cantando a minha melodia, mas de um jeito que eu vi o John cantar. Os Beatles foram os primeiros, mas depois ouvi muitas outras bandas das quais absorvi elementos, e todas principalmente da década de 60, mas também algumas de 70, como The Hollies, The Byrds, The Guess Who, The Kinks, Dylan, e mais uma porrada delas. Também não posso deixar de falar, que sempre ouvi muita música clássica, principalmente Chopin. Minha avó Lygia é uma pianista de mão cheia, estudou 21 anos de piano, e toca magistralmente. Ainda hoje aos 84 anos foi capaz de colocar um piano na faixa GoodBye, um piano que também 'desdata' o disco. Cheio de levadas de tango. Quando eu tinha 6 anos minha avó começou a me ensinar a tocar piano. Ela é uma das grandes responsáveis por eu gostar de música. A mágica disso é que quando você tem vários elementos então você os soma, até perder as contas. Acho que no limite quando já temos infinitos elementos, a gente acaba então sendo nós mesmos. Eu sou eu mesmo, mas os tijolinhos que me fizeram estão todos na década de 60 e 70. Tem gente que ouve a música Its Amazing e diz que parece o John cantando, tem gente que fala que parece o Alex Tunner, tem gente que diz que parece o Gran Parsons, e na verdade são todos eles juntos e mais uns mil somado com o som das minhas cordas vocais. Esse exemplo que eu dei pro jeito de cantar também serve pra todos os outros instrumentos. Misturo elementos inconscientemente sempre, e em tudo na vida. E obviamente também pra minha forma de gravar (enfático). Como o disco foi gravado por mim, também inseri esses elementos. Gravo no quarto desde os 12 anos, e você pode ver no meu blog como eu fazia isso sem ter um computador (http://www.rfrancalacci.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html). Aprendi a buscar a essência da sonoridade sessentista. E isso é algo, acredite, que foge o microfone ou a guitarra que você vai usar pra gravar. A essência, é a essência. É difícil explicar isso ! Primeiramente acho que existem algumas músicas neste disco que fogem um pouco dos anos 60, como I Really Don't Know, Close The Way e Interdict. São músicas em que os caras da Nemphis tem um papel forte na composição, que praticamente foram feitas por todos nós juntos. Em segundo lugar temos que lembrar que cada instrumento passou pela mão de um instrumentista da Nemphis Belle. Ou seja, independentemente das composições serem minhas, as mãos que tocaram são deles, e isso automaticamente mudam as coisas. Todos da Nemphis gostam de 1960, mas também ouvem outras coisas, por exemplo. O Régis (bateria) ama Rock 60's, mas também tem influência forte de Red Hot Chili Peppers. O Zinho (guitarra) ouve muita coisa nova. O Leo (Baixo) tem um passado no Metal e escuta música clássica. Isso contribui para 'desdatar' o disco. E o último motivo, com certeza foi a mixagem feita pelo Chuck e a masterização do Rafael Ramos. Quando o Chuck (Hipolitho, mixagem) me mandou as 5 primeiras mixagens ele escreveu exatamente assim: "Então, acho que tem coisa muito legal ali, queria que você ouvisse as músicas como se não fossem suas, acho que dei uma cara bem "estranha interessante antigo mas parece ter sido feita ontem... sabe!?. Mostrei para alguns amigos e eles babaram, ninguém acreditou que a banda é brasileira, e ninguém conseguiu me dizer de onde seria, e melhor de tudo, de quando seria..." Acho que o Chuck tem um mérito nisso também. Mas ele conseguiu fazer isso porque as pistas já estavam gravadas à moda antiga. O que eu quero dizer é: ele não conseguiria fazer as músicas soarem modernas. Primeiro por que não são, segundo por que a gravação não é. Mas ele tentou, e conseguiu com que elas não soassem nem modernas nem antigas. O que é genial!

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O álbum conta com uma ótima sonoridade. Com foi ter o disco produzido por um próprio integrante e qual a vantagem disso para a banda?

RM: Foi ótimo ter o disco gravado por um próprio integrante da banda, penso eu que se não fosse por isso não teríamos chegado nesta sonoridade e não poderíamos ter participado em conjunto na produção do disco. Íamos à casa do Rodrigo, no estúdio que ele tem no fundo da casa dele, e lá ficávamos numa boa. Tivemos uma imensa liberdade nas gravações, gravávamos separados, cada um ia ao estúdio no dia que podia e tínhamos o tempo que quisesse pra fazer algo com paciência e calma. Além de tudo, o Rodrigo aprendeu muita coisa nas gravações, o que dá base maior para gravarmos o segundo disco.

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Além disso, Chuck Hypólito (Forgotten Boys) foi responsável pela mixagem. Como surgiu a oportunidade de ter o trabalho dele em "It´sAmazing"?

RF: Bem, somos de Porto Ferreira, mas tocávamos muito em Pirassununga. E lá conhecemos os caras do Suéteres (que também são de Pirassununga, assim como o Chuck). O vocalista deles, o Lucas Faria, estudou com o Chuck, algo assim, eu sei que eles se conhecem de longa data. Nessa época a Nemphis Belle ainda não existia nesse formato, tocávamos mais covers, contudo eu estava planejando uma carreira solo, estava gravando um disco no fundo de casa, existe inclusive uma versão de The Way The Sun Comes que foi gravada e mixada completamente por mim. Existe também uma versão de duas músicas que irão entrar para nosso segundo disco, Rock FM e Stay Close. Enfim, conversei muito com o Lucas (Suéteres), um cara muito legal, defensor e incentivador de bandas que compõe seu próprio som. Mostrei minhas músicas para o Lucas e ele adorou ! Nessa época os Suéteres estavam gravando o primeiro disco deles "Rua Caetês", no estúdio Costella, com o Chuck Hipolitho. O Lucas simplesmente pegou as músicas que eu tinha gravado pro meu disco solo e mostrou para o Chuck que também gostou. Fiquei extremamente feliz quando o Lucas me disse: "Cara, o Chuck quer mixar esse som". Então escolhi duas músicas daquelas que havia gravado, escolhi Rock FM e Stay Close e mandei as pistas pra ele mixar. E ele fez! Enquanto tudo isso acontecia, a Nemphis começou a se voltar pro som próprio, talvez encorajada no sucesso positivo dos Suéteres, porque no fundo o que sempre quisemos mesmo foi tocar nosso som, talvez pelo contato com o Chuck, talvez por tanto que o Lucas nos encorajava. O fato é que a vontade de fazer o nosso som ficou grande. Nessa época rolou até uma proposta por parte do Chuck de irmos para São Paulo gravar o disco no seu estúdio Costella. Mas ele estava muito ocupado e a coisa não se concretizou. Senti que ambos, Nemphis e Chuck, queríamos. Mas não rolou. Bom, gravar um disco eu até conseguia, mas mixar era muito difícil, porque eu não tinha os monitores de referência, sem eles a gente não sabe se está fazendo a coisa certa, saca? Sem eles é como pintar um quadro com uns óculos de lentes vermelhas, sei lá. Mas um belo dia eu pensei: "Cara, eu adorei as músicas que mandei pro Chuck mixar. E se a gente gravar o disco em casa e ele mixar no estúdio dele?" Bem, liguei pra ele e propus a ideia. E ele agarrou a ideia! A coisa não foi do nada, ele já tinha mixado duas músicas pra mim, eu já tinha trocado uma ideia com ele. Não tenho intimidade com ele, mas acho que ele gosta da gente, ele é um cara importante pro Rock nacional, está envolvido com tudo que tenha Rock. Ele grava bandas, tem uma banda, caça bandas, ajuda bandas em que ele acredita, é uma figura do folclore do Rock, saca? Tipo o Lobão. Fiquei feliz de ele ter mixado o nosso disco.

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Com tem sido a repercussão do álbum até o momento?

RF: Existe certa dificuldade em traçar a repercussão do disco de uma maneira geral, pois existem diversos pontos que podemos utilizar para traçar a repercussão dele. Uma delas, a mais fria, porém de certa maneira interessante, é o parâmetro estatístico do disco. Nós ultrapassamos há algum tempo, a marca de 1000 downloads. Apesar de isso parecer um simples número, nós acreditamos que isso represente algo muito interessante. Pensar que mais de 1000 pessoas entraram no site e fizeram o download do nosso disco é algo que acaba trazendo, inevitavelmente, certa satisfação com a repercussão deste. 1000 pessoas pode ser pouco para uma banda já consagrada, mas 1000 pessoas para uma banda que está se lançando agora para o cenário musical nacional talvez seja um número de muito valor.

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Como está a agenda de shows e quais composições tem sido mais bem aceita pelo público?

RM: Então nesse ano que passou de 2012, fizemos alguns shows no primeiro semestre: tocamos em Beco em SP; tocamos na Casa Fora do Eixo de SP; em Serrana, Jaú, em vários festivais, a maioria deles, promovidos pelo Circuito Fora do Eixo, sabe? E no segundo semestre ficamos sem shows, pois dois integrantes (Leo e o Rodrigo) estavam se formando na faculdade, e decidimos ficar apenas ensaiando. E, agora, dedicaremos o nosso tempo livre à gravação do segundo disco, e, portanto, creio que a agenda não ficará muito cheia. Tocamos em 2012 em vários Grito Rock e agora em 2013, a rede de festivais do Grito Rock será ainda maior. Portanto, se fizermos shows esse primeiro trimestre do ano, eu creio que será em alguns desses festivais.

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Quais os planos da NemphisBelle?

Leo Vituri: É um pouco difícil falar de planos, pois nem sempre o que a gente planeja de fato acontece... Porém, de qualquer forma, dá para falar sobre o que gostaríamos que acontecesse daqui pra frente... O foco agora é o nosso segundo disco. A questão é que temos muitas músicas para serem gravadas. Talvez tenhamos o "It´sAmazing II" e o "It´sAmazing III" todo. O Francalacci é muito produtivo e isso faz com que a banda sempre esteja atrasada. Por algum motivo nós sentimos que já estamos muito atrasados em relação ao segundo álbum, assim sendo, não vemos a hora de gravá-lo. Gostaríamos então que o segundo disco ficasse pronto em 2013. E os planos para depois deles ainda não temos muito claramente, creio que nossa cabeça irá mudar bastante em quanto estivermos gravando o "It´sAmazing II". Mas talvez seja legal falar sobre o projeto desse disco. O Rodrigo é um cara muito trabalhador em relação à música, não só compondo e tocando, mas também em termos de construir o próprio estúdio. Creio que o estúdio dele está cada vez melhor e quando entrarmos para gravar o "It´sAmazing II" haveremos de ter os aparatos para gravar um disco com uma qualidade incontestavelmente profissional. Além disso, as músicas desse disco serão mais uniformes e isso fará com que o disco tenha uma concepção, uma cara, uma identidade. Cara, sério, eu não vejo a hora de gravá-lo, temos algumas músicas muito boas para ele. It´s Amazing II, Little Tom Boy, You Got to Live Without it, Stay Close, Jwells Thief, Rock FM, Flamenco Nite e por aí vai. Acho que este é o grande plano da Nemphis Belle, o "It´sAmazing II". Além disso, eu gostaria muito de ver o disco solo do Rodrigo Francalacci. É um lance um tanto diferente da Nemphis, é uma pegada mais Folk, tem músicas geniais a serem gravadas nele. Uma delas se chama Staying Young at Heart, sério, é uma das músicas mais loucas que eu já ouvi na minha vida. Gostaria de gravar os baixos desse disco, mas isso nós vamos ver mais para frente. Então se eu pudesse escolher duas coisas para acontecer em 2013, seria o lançamento destes dois álbuns.

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Muito obrigado, deixe uma mensagem.

RM: Agradecemos muito pela oportunidade de darmos esta entrevista e de mostramos nosso trabalho. Para conhecerem nosso som temos a nossa BandPage no Facebook, é só procurar Nemphis Belle e acessar nossa FanPage. Ou então conhecer o nosso humilde site: www.nemphisbelle.com.

http://www.facebook.com/NemphisBelle?fref=ts

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Sobre Vitor Franceschini

Jornalista graduado tem como principal base escrever sobre Rock e Metal, sua grande paixão. Ex-editor do finado Goredeath Zine, atual comandante do blog Arte Metal, além de colaborador de diversos veículos do underground.
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