Furia Louca: diversão e um grande Hard Rock
Por Vicente Reckziegel
Fonte: Witheverytearadream
Postado em 26 de novembro de 2012
O Hard Rock viveu seu ápice na segunda metade da década de 80, sofrendo no inicio da década seguinte do mesmo mal que afligiu outros estilos musicais: O Grunge.
Com isso boa parte das grandes bandas do estilo encerraram suas atividades, ou aos poucos foram alterando seu som e assim por diante. Nos últimos anos, porém, o estilo vem ressurgindo com força (um processo parecido com o Thrash Metal, guardada as devidas proporções e diferenças entre os estilos). E no Brasil a coisa começou a mudar também, e é ai que chegamos na banda da entrevista de hoje, o Fúria Louca, que faz o Hard/Heavy clássico, seja nas letras quanto na música em si, a banda agradará os fãs do estilo e, por que não, de todos que curtem uma boa música, sem a pretensão de mudar o mundo, mas sim trazer prazer em quem escuta. Confiram mais do Fúria Louca...
Vicente – Inicialmente, conte-nos um pouco sobre a trajetória do Fúria Louca?
Henrique Sugmyama (vocal): A Fúria Louca nasceu há 7 anos na capital maranhense, São Luís, trazendo consigo o propósito de resgatar os tempos em que o Heavy Metal fazia álbuns clássicos com muito jeans, couro e bebidas. Sem essa de se levar a sério demais, preferimos um riff enérgico a obras conceituais super inteligentes. Nossas músicas são simples e diretas e tem o propósito único de sempre poder celebrar uma noite de Rock n Roll.
Vicente – Para quem ainda não sabe, como surgiu a ideia de batizar a banda com este nome?
Henrique Sugmyama: Pergunta muito interessante. Na verdade, "Fúria Louca" surgiu como uma piada frente a interminável moda das bandas se batizarem com nomes em inglês com significados muito distantes. A maioria dos nossos ouvintes de primeira viagem não digerem esse nome, mas trocá-lo seria muito menos significativo do que ver a surpresa das pessoas ao notarem que Fúria Louca trata-se muito mais do que um nome estranho. Soa assim no começo, mas você acostuma e depois adota.
Vicente – Vocês lançaram este ano seu primeiro disco. Como foi a gravação do mesmo, rolou tudo como esperavam?
Henrique Sugmyama: Foi uma prova de que as bandas independentes de hoje não devem esperar por alguma intervenção de engravatados ou alguém muito importante. Entre a banda e ajuda de parceiros, gravamos 10 músicas de maneira livre e já estamos trabalhando em nosso segundo álbum. Pra sobreviver e se perpetuar nesse meio, você deve usar as armas que tem e não abaixar a cabeça para os que se dizem grandes.
Vicente – E o retorno dos fãs?
Henrique Sugmyama: Sempre ótimo! Depois que lançamos o CD e o divulgamos pela internet, recebemos muitos retornos positivos que não se limitaram apenas ao Brasil. É realmente muito empolgante, temos conhecido muita gente legal.
Vicente – Normalmente como ocorre o processo de composição da banda, vocês criam a música em si primeiro e depois as letras, ou não há uma "fórmula" que sigam?
Henrique Sugmyama: Não há uma fórmula básica. Às vezes tudo começa com um riff, uma melodia cantada ou até mesmo um título. As musicas do CD, por exemplo, foram todas criadas apenas com o auxílio de um violão. Tudo depende do momento
Vicente – Vocês disponibilizaram o disco completo para download. A que se deve essa atitude? Acreditam que essa "nova realidade" mais prejudica ou traz benefícios às bandas que lutam por seu espaço?
Henrique Sugmyama: A internet é uma vitrine livre e muito democrática, nosso objetivo é espalhar o nosso nome o máximo possível, sendo assim, nada mais infinito que a própria web. Essa realidade pode ser prejudicial a quem insiste em permanecer nos moldes do mercado antigo, em contrapartida pode trazer muitos benefícios aos que se adaptam da maneira correta. Nosso CD também está à venda, já o download, que é FREE, tem nos gerado bastante mídia espontânea e viralização nas redes. Disponibilizar as músicas de graça nem sempre significa prejuízo.
Vicente – Uma grande sacada da banda foi incluir o songbook com as letras em inglês e a tradução das mesmas. De quem foi a ideia?
Henrique Sugmyama: Temos muito prazer em responder as perguntas a respeito das nossas letras, pois são composições feitas com muito zelo. A idéia do songbook surgiu disso, já que disponibilizamos o CD completo, por que não as letras também? Queremos envolver cada vez mais os fãs e compartilhar nossas verdades com eles.
Vicente – O som da banda é aquele Hard Rock pesado, sem tanto espaço para baladas. Como vocês vêem essa cena nos dias de hoje. Quais novas bandas estão chamando a atenção de vocês, tanto no Brasil como no exterior?
Henrique Sugmyama: Fazer música com influência da escola oitentista em pleno século 21 pode parecer perda de tempo, mas nunca fomos taxados de demodê ou musicalmente desgastados. O que vemos hoje são roqueiros de diversas idades, novos ou velhos, sedentos por bandas que traduzam Rock n' Roll com atitude e veracidade. Nesse quesito é satisfatório ver que temos alguns tesouros em nossa terra como Carro Bomba, B.I.T.E, Baranga, Sioux 66, Motorocker, Slippery, entre outras. Das gringas, Airbourne, Enforcer e Black Stone Cherry.
Vicente – Quais são as suas maiores influências?
Henrique Sugmyama: Basicamente clássicos do Heavy Metal e Hard Rock. Accept, Motley Crue, AC/DC, WASP, Cinderella, Krokus e The Rods.
Vicente – Como vocês vêem o cenário no nosso país nesse momento? Acreditam que piorou ou houve uma pequena melhora na divulgação e espaço para shows?
Henrique Sugmyama: O cenário mudou completamente com essa nova realidade digital, hoje o social do Rock não se faz mais em bares, casas de show ou lojas de discos. Todo o engajamento vem das redes sociais, com as milhares de opiniões e formadores de opiniões. É daí que surgem as oportunidades pra tocar e divulgar suas música
Vicente – Em poucas palavras, o que acham das seguintes bandas:
Tiago Guinevere (baixo)
Ratt O Ratt é o Accept americano, o maior símbolo dessa geração da Califórnia e a maior fábrica de hits e de riffs de guitarra daquela geração.
W.A.S.P Pra resumir, quando digo que o Fúria Louca faz o Heavy clássico, me perguntam o quão verdadeiro é esse termo. Eu respondo que tentamos ser tão Heavy Metal quanto o WASP.
Alice Cooper Junto ao KISS, é uma das carreiras mais camaleônicas do rock. Gosto mais da fase do Alice Cooper Group nos anos 70. Naqueles moldes viajantes do glam rock, fizeram músicas geniais como Halo of Flies e Desperado. A atmosfera dessa fase era muito "doida".
Motley Crue Gigante e Imortal. É a representação da música urbana, que cheira aos mais decadentes bares das zonas do baixo meretrício.
Gotthard Não é bem a nossa praia, por ser elegante em demasia. Reconheço mais as power ballads
Vicente – Uma mensagem para os fãs e amigos que curtem o trabalho do Fúria Louca e para aqueles que gostariam de conhecer melhor seu som e apostam no Rock e Metal nacional.
Henrique Sugmyama: Nascemos em meio ao caos do underground para trazer de volta os tempos áureos da música pesada. Chega de enfiar subgêneros e seriedade no Rock n Roll, queremos diversão, descompromisso e celebração. Enquanto existirem irmãos e irmãs que valorizem essas regras, a Fúria Louca terá sua fonte de energia. Essa é a nossa verdade, essa é a verdade de quem nos acompanha. UP THE FÚRIAS!
Website:
http://furialouca.com.br/
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