Hartmann: entrevista com Oliver Hartmann sobre o novo álbum
Por Vicente Reckziegel
Fonte: Witheverytearadream
Postado em 07 de outubro de 2012
Essa é para quem curte um AOR de primeira linha. Oliver Hartmann já é uma figurinha carimbada de bandas como At Vance, Avantasia, Edguy, e na banda Hartmann demonstra toda categoria e a incrível capacidade vocal que possui. Lançando recentemente seu quarto disco "Balance", ele concedeu essa entrevista, falando de toda a carreira e suas participações nos demais projetos, demonstrando simpatia e, principalmente, paixão pela música. Confiram o que Oliver tem a dizer e, quem ainda não conhece, está ai uma grande dica, só procurar no youtube e acharão algumas apresentações ao vivo da banda, vale a pena...
Vicente - Conte-nos um pouco sobre os sete anos de existência do Hartmann.
Oliver - Ah, essa é uma história muito longa, mas vou tentar resumi-la (risos).
Eu comecei a compor para um novo projeto solo depois que eu saí do At Vance, em 2002. A banda em si foi fundada em 2005 com Mario Reck na segunda guitarra, Armin Donderer no baixo (ex-PARADOX e Ex-FREEDOM CALL), Dario Ciccioni na bateria (TWIN SPIRITS, GENIUS, EMPYRIOUS, etc) e Juergen Wuest nos teclados. Embora tenha começado como um projeto solo e sempre fui o compositor principal, felizmente logo nos transformamos em uma banda de verdade depois dos primeiros shows ao vivo em 2005 com o nosso álbum de estréia, "Out in the Cold" e a turnê de apoio para o TOTO. O segundo álbum "Home" foi lançado em 2007 e seguido por turnê com o EDGUY, HOUSE OF LORDS, HOOTERS e muitas outras bandas. Logo depois que gravamos e lançamos o DVD ao vivo e CD "Handmade", lançamos o concerto ao vivo no final do mesmo ano. Foi uma coisa muito legal para nós fazer isso, mas, infelizmente, devido à grande formação incluindo três vocalistas, nunca fomos capazes de fazer como gostaríamos. Em 2009 gravamos nosso terceiro álbum de estúdio, "3", que foi lançado pela SONIC11 Records e seguido novamente por muitos shows ao vivo. Depois de fazermos uma pausa em 2010 devido à turnê mundial do Avantasia e outros projetos, começamos a escrever novas músicas e lançamos o nosso novo álbum "Balance", agora em junho. Até aqui tudo bem (risos).
Vicente - Você lançou em junho seu quarto álbum "Balance". Como está a divulgação? Quando e onde foi gravado?
Oliver - Como eu já disse, trabalhamos neste álbum um pouco mais do que estávamos acostumados no passado - perto de dois anos e meio. A principal razão é que eu estava viajando muito com outros projetos como Avantasia em 2010 e Rock Meets Classics no inverno passado, então eu não tive tempo para me concentrar apenas no HARTMANN. É por isso que a composição das músicas para o novo álbum de alguma forma aconteceu em etapas. Embora já tínhamos material novo suficiente em meados do ano passado, eu não estava satisfeito com algumas músicas, então decidi escrever mais faixas e trabalhar nos arranjos aqui e ali. Enfim, foi à decisão certa, porque nós não tivemos qualquer pressão do tempo para lançar um novo álbum, assim tivemos a oportunidade e tempo para escolher apenas as melhores faixas para o novo álbum. Nosso baixista Armin também escreveu algumas músicas dessa vez, e decidimos gravar "Like a river" e "From a star", que são grandes canções e perfeitamente adequadas. A maior parte do material foi gravado em meu estúdio caseiro, e a bateria foi adicionada em outro estúdio daqui chamado de "Mix-Box". Baixo foi gravado no estúdio do Armin e o disco foi novamente mixado por Sascha Paeth. Ele é um grande produtor e é sempre bom tê-lo na mixagem - um par de orelhas novas (risos).
Vicente - E a reação dos fãs foi como você esperava?
Oliver - A reação foi absolutamente ótima! Nós realmente só tivemos respostas positivas dos fãs de todo o mundo. Uma vez que temos a sensação de que "Balance" é definitivamente o melhor álbum que fizemos até agora, é bom ouvir que a reação dos fãs é a mesma.
Vicente - "Balance" foi lançado na Argentina pela ICARUS Records. Qualquer previsão de lançamento do álbum no Brasil?
Oliver - Não, infelizmente não. Nós ainda estamos tentando encontrar um bom selo para trabalhar em um lançamento brasileiro do álbum, mas no momento está apenas disponível como um download digital no iTunes e outros, ou pela ICARUS na Argentina. Nós esperamos ter também uma versão física ainda este ano. Vamos ver.
Vicente - Qual é a maior diferença entre o "Balance" e os demais álbuns do Hartmann?
Oliver - A principal diferença é que talvez tínhamos mais tempo e uma certa situação de tranquilidade desde o início que começamos a compor as músicas até a mixagem final do disco. Essa foi uma das razões pela qual intitulamos o álbum de "Balance". De alguma forma, este álbum tem o equilíbrio certo de tudo o que é importante para nós como banda em relação à música. Por outro lado, o equilíbrio interno, em geral, é importante para tudo que você faz em sua vida. Não há preto sem branco, bom sem mal, não há ying sem yang. O objetivo é talvez encontrar a mistura certa de ambos os lados, para conduzir a sua vida na direção certa - e há sempre algo ou alguém que tenta puxar e arrastá-lo para o outro lado. Então, às vezes é realmente como dançar em um fio (risos).
Vicente - Além disso, vocês lançaram "III" em 2009, "Home" em 2007, e "Out in the Cold", em 2005. Conte-nos um pouco sobre cada um.
Oliver - O primeiro álbum "Out in the Cold" e a turnê seguinte com TOTO, ambos foram um grande sucesso para nós que eu não esperava, porque em relação ao estilo e som, que foi e ainda é puro rock moderno e Hard Rock, que, naturalmente, é diferente do que as pessoas e os fãs ligam ao nome de "Oliver Hartmann". "Home" foi o nosso segundo lançamento na Frontiers Records e talvez um pouco mais pesado em relação à produção e som, que era o nosso objetivo. E contem canções como "The Sun's Still Rising", "Coming Home to You" e outras que estão sempre em nosso set list. Infelizmente, o último álbum "3" não teve a atenção que nós esperávamos, embora eu acho que foi, mais uma vez, um passo à frente para nós e para além de "Balance", um dos melhores álbuns que gravamos até agora. Mas também tivemos alguns problemas aqui e ali, com a distribuição e promoção do álbum e, no final, decidimos voltar para uma gravadora normal, que é a Avenue of Allies agora, e dividir a música e a parte promocional de novo. Você não pode cuidar de tudo ao mesmo tempo e, para mim como compositor, e para nós como uma banda a música ainda é a parte mais importante. Isso é o que nós temos que cuidar em primeiro lugar - o resto vem em segundo lugar.. Mas a minha gravadora ainda existe e é útil para os relançamentos dos nossos álbuns mais antigos como "Out in the Cold", que não estava disponível para venda por um determinado tempo. O relançamento do nosso DVD "Handmade" será em seguida, com a esperança de encontrar uma boa distribuição durante os próximos meses.
Vicente - Em agosto vocês fizeram alguns shows com TOTO. como foi essas apresentações?
Oliver - Oh, eu tenho que dizer que foi realmente um ótimo tempo e ganhamos um monte de novos fãs! Eu conhecia Steve Lukather, pessoalmente, desde a minha turnê com o Rock Meets Classic em Janeiro. Então, conhecendo bem uns aos outros, nunca fomos tratados como banda de apoio que ninguém se preocupa e tem apenas uma pequena quantidade de tempo para passagem de som e no show. Tudo foi muito tranquilo e fomos tratados com respeito e recebendo uma ajuda que nem sempre é natural. E eu tenho que dizer que Steve é realmente um músico excelente e uma pessoa muito engraçada!
Vicente - Sua música é uma mistura entre o Melodic Metal e AOR. Esta é a proposta desde o início de Hartmann?
Oliver - Eu não chamaria de Metal, eu considero "AOR-2012" ou "Rock Melódico moderno" talvez a descrevesse melhor. Quando começamos a escrever as primeiras canções eu não pensei muito sobre o estilo ou para satisfazer as expectativas - que naturalmente estavam lá devido a At Vance, a minha participação no Avantasia e outras coisas bem conhecidas. Eu só queria fazer algo novo, onde eu pudesse me expressar melhor. O que fazemos com o Hartmann é uma combinação do meu e do nosso gosto musical, por um lado e, claro, uma mistura de toda a música que me influenciou desde minha infância. Tudo começou com os discos dos meus pais, Beatles, Abba, Hendrix, outros artistas, o rock clássico, Hard Rock e bandas de metal que eu ouvia quando era um garoto – são muitos para mencionar - música que eu gosto e que me influencia de alguma forma. Então, o que sai no final do HARTMANN é uma música com, claro, uma grande variedade estilística, mas com o nosso próprio som. E isso vem cem por cento da minha pessoa.
Vicente - Oliver, você tocou em muitas bandas, como At Vance, Edguy, Avantasia e outras. Como foram essas experiências para você?
Oliver - Eu estou feliz que eu tenha sido ou ainda sou parte de todas essas bandas e projetos. Exceto meus 4 anos com o At Vance - que foi muito difícil de lidar - Eu sempre tive somente ótimas experiências com tudo o que fiz até agora. E o que você faz, você sempre aprende alguma coisa. Falando sobre o Avantasia, me sinto absolutamente ótimo por fazer parte desde as sessões de estúdio do primeiro disco, estou feliz que ele se tornou tão bem sucedido e estou mais do que feliz em poder fazer esse tipo de turnê mundial ao vivo, como em 2008 e 2010. Eu sei que há um novo álbum sendo feito e já estou ansioso para ver como será.
Vicente - Como é a cena na Alemanha para o Rock e Metal?
Oliver - É claro que toda a cena musical está ficando mais e mais difícil a cada ano, na Alemanha, também. Mas ainda há um grande público para a boa música - não importa o estilo que for - e nós estamos tentando fazer o nosso caminho com o HARTMANN também. As coisas avançaram de novo com nosso álbum novo, assim acabamos nossa turnê com TOTO e agora estamos planejando outra com o Jaded Heart no final do outono. Além dos meus shows com a banda alemã tributo ao Pink Floyd Echoes - cerca de 20-25 a cada ano, com o Rock Meets Classic, confirmado novamente para fevereiro do próximo ano com convidados do porte de Paul Rodgers, Eric Bazilian, Steve Augeri, Chris Thompson e Bonnie Tyler. Então, eu realmente não posso dizer que eu não tenho nada para fazer - felizmente.
Vicente - O que você conhece do Rock e Metal brasileiro?
Oliver - Para ser honesto, eu não conheço muitas bandas brasileiras, mas é claro que eu sei que o seu país adora o rock e bandas de Metal de todo o mundo. Ainda me lembro de nossos shows com o AVANTASIA em 2008 e 2010 como um dos melhores. Nós também adoraríamos vir ao Brasil com o HARTMANN, então vamos ver se podemos fazer acontecer no próximo ano. Nós já estávamos planejando algo para este ano, mas infelizmente tivemos que adiá-lo por mais um tempo.
Vicente – Quais são as suas maiores influências?
Oliver - Muitos para mencionar apenas nesse espaço (risos). É claro que todos os grandes cantores, guitarristas e suas bandas dos anos 70 e 80, a maioria deles lendas do Hard Rock como o Dio, Rainbow, Deep Purple, Whitesnake, Free, Beatles, AC / DC, Jimi Hendrix, Pink Floyd, Journey, Gary Moore e assim por diante. Muitas bandas de soul, cantores e compositores também - mas eu tenho que parar agora que a lista seria demasiada longa para esta entrevista (risos).
Vicente - Em poucas palavras, o que você pensa sobre essas bandas:
Unisonic: Banda Legal, formação também - Eu ficarei de olhos abertos para ver como vai se desenvolver.
Journey: Uma das minhas favoritas - canções perfeitas de AOR, cantores excelentes e grande guitarrista.
Avantasia: Um projeto perfeito com incríveis e poderosas canções e alguns dos melhores e mais interessantes cantores de Hard Rock em todo o mundo - orgulho de fazer parte desse projeto.
Edguy: Banda legal e engraçada que realmente desenvolveu seu estilo musical ao longo dos últimos 15 anos. Eles têm alguns grandes discos! Eu estou ansioso pelo próximo.
Pink Floyd: Banda única que realmente desenvolveu este estilo progressivo, calmo e melódico. Não pode ser comparado a qualquer outra coisa. Canções atemporais e grandes músicos!
Vicente - Por fim, deixe uma mensagem para todos os brasileiros que conhecem ou queiram saber muito mais sobre a música do Hartmann
Oliver - Eu quero dizer um grande "Olá!" a todos os nossos fãs no Brasil e para todos os seus leitores e nós esperamos vê-los o mais breve possível. Nós estamos trabalhando duro para, de alguma forma, realizar uma turnê na América do Sul em um futuro próximo, porque sabemos que temos muitos fãs no Brasil - e nós adoraríamos fazer alguns shows para vocês!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps