Panndora: A força feminina no Heavy Metal
Por Vicente Reckziegel
Fonte: Witheverytearadream
Postado em 14 de junho de 2012
Heavy Metal é sim para as mulheres, como comprova essa banda paranaense. Vivendo do mais Puro Heavy Metal, com influência de Running Wild. Judas Priest, Iron Maiden entre tantas outras, o Panndora é formada por Luana Bomb (guitarra), Taise Bijora (baixo), Renata Paschoa (vocal) e Adrismith (bateria), com quem fiz esta entrevista, onde falou de toda a carreira, e de outros aspectos musicais do nosso país.
Vicente: A banda lançou "Heretic’s Box", seu primeiro full length, em Julho de 2011. Como está sendo a divulgação e repercussão do mesmo na mídia especializada?
Adrismith – O Cd "Heretic’s Box" está sendo muito bem recebido pelos fãs e mídia/críticos especializados. Ficamos muito contentes com todo o trabalho, mas é claro, depois que passa tudo, você percebe alguns erros e melhoras que poderiam ter sido feitas no decorrer, mas acredito que isso acontece com todas as bandas. Com certeza nosso próximo álbum sairá mais maduro que o anterior. Várias pessoas do mundo todo, principalmente Alemanha, Suécia, França, Itália, Japão, etc, me escrevem à procura do material ou de conhecer melhor a banda. Fora no Brasil que a saída têm sido muito boa e a recepção também.
Vicente: Antes de "Heretic’s Box", a banda já tinha lançado uma demo e o ótimo EP auto intitulado. Vocês consideram o novo disco uma evolução natural do estilo apresentado anteriormente? Como se desenrolou a gravação do mesmo?
Adrismith – Ah com certeza, e isso é natural! Uma banda precisa sempre andar para frente, mas sem perder as raízes! Precisávamos de um full length e a hora veio a calhar. Acho que já estava passando da hora de gravarmos um álbum oficial e o momento foi ideal. Na época a formação da banda estava sólida, então retratou bem o momento em que estávamos vivendo.
Vicente: A banda participou da seletiva no Paraná para o Wacken Open Air em 2009. Como se desenrolou essa participação, foi tudo como esperado por vocês?
Adrismith – Fomos convidadas à participar da seletiva e tiramos do próprio bolso para irmos tocar em Curitiba. Foi como esperávamos sim o resultado, pois pra mim essas seletivas sempre são "combinadas" anteriormente. Mas fazer o que néh! Tinha outras bandas ali que mereciam ganhar ali (não estou falando da Panndora inclusive) e não foi isso que aconteceu. Infelizmente esse mundo "business" tem suas controvérsias e tudo isso é muito triste, ainda mais se tratando de Metal.
Vicente: A Panndora já tem mais de 10 anos de estrada, tendo tocado em diversas cidades do Brasil. Como avaliam o cenário para as bandas nacionais nesse momento? Há mais espaço para divulgação e realização de shows, ou não houve nenhuma mudança substancial nesse sentido?
Adrismith – Hoje em dia não basta ter só talento ou se sua música é boa. Tem que ter grana! Esse é o ponto crucial, além de apoiadores com grana (risos). Influência é tudo hoje em dia (acho que sempre foi) ou estar na hora e local certos. Isso terá um papel fundamental no sucesso de sua banda! A Panndora já tem 12 anos de estrada e com certeza em relação aos shows e às condições da mesma, melhorou muito pra gente. Hoje em dia não tocamos em qualquer lugar, acredito que a banda já passou dessa fase de tocar em qualquer buraco pra divulgar. Temos um nome a zelar e garantir a qualidade de nosso som! Temos que estar atentas com quem vamos fechar os shows e as parcerias, para não cairmos em furadas!
Vicente: A banda fez shows em diferentes estados e regiões do Brasil, inclusive em Rio Branco no Acre. Como foi está experiência, principalmente por ser um estado que, pela distância, não se tem muita informação sobre a cena local e espaço para shows?
Adrismith – Tocar no Acre foi uma experiência maravilhosa! O público de lá é insano e a produção foi nota 100. O governo de lá apoia os eventos de Metal, totalmente diferente aqui no sul. Querem nos levar novamente para lá, pois a repercussão do show foi muito boa e não vemos a hora de tocarmos lá novamente. A cena de lá merece grande atenção pois não perde pra nenhuma outra região do Brasil, inclusive notei que a galera lá apoia bastante as bandas do cenário underground.
Vicente: Existe alguma música em especial que o público pede que toquem? Particularmente acho que "My Heretic Lips" e "Choose your Side" são perfeitas para serem executadas ao vivo.
Adrismith – O pessoal pede bastante "Choose Your Side", pois é considerada a "clássica" da banda, foi a primeira composição e tudo mais. É super gratificante ir tocar e a galera cantar junto com você as músicas.
Vicente: O Metal sempre foi uma cena essencialmente machista. Vocês acham que ainda continua dessa forma, ou nunca enfrentaram problemas com relação a isso?
Adrismith – Sim, o Metal sempre foi e sempre será machista, mas a diferença está na forma como você encara tudo isso e a maneira como se impõe. Obviamente o número de fãs masculinos são maiores que os femininos, mas isso não é barreira quando você lida com algo sério e tem uma proposta honesta! Já enfrentamos esse tipo de problema sim, mas nada tão grave a ponto de nos abalar.
Vicente: Após algumas mudanças de formação, a banda estabilizou-se como um quarteto. Vocês preferem esse formato, ou pensam em mais adiante adicionar uma segunda guitarra na banda?
Adrismith – Nossa ideia é continuar como um quarteto. A banda ficou boa parte sendo um quarteto também, de 2003 a 2007. Está sendo legal e estamos com uma formação legal. Facilita também para nosso transporte aos shows.
Vicente: Qual a visão de vocês sobre tudo que ocorreu no "Metal Open Air" em Abril?
Adrismith – Acho que o MOA quis dar o passo maior que a perna. Pensaram em trazer muitas bandas grandes ao mesmo tempo e se esqueceram se tinham estrutura para isso. Foi provado que não. Acredito que se tivessem sido mais "humildes" em relação ao cast, talvez não teria acontecido isso. O Wacken na Alemanha quando começou, foi pequeno e foi crescendo. Isso que ocorreu prejudicou a todos na verdade, principalmente os shows no Brasil. Ou seja, todos nós perdemos com isso!
Vicente: Quais seriam os melhores discos de todos os tempos para vocês?
Adrismith – Vários discos, mas vou citar alguns: "Judas Priest" – "British Steel" e "Painkiller", "Aerosmith" – "Rocks", "Running Wild" – todos, "Saxon" – "Crusader", "Iron Maiden" – todos, "Stormwitch" – "Walpurges Night", "Manowar" – "Kings of Metal", Bom, poderia ficar o dia todo aqui falando sobre isso (risos), mas vou me limitar a esses apenas.
Vicente: Uma mensagem para os fãs e amigos que curtem a Panndora e apostam no Metal Nacional.
Adrismith - Gostaria de agradecer ao fanzine e à você Vicente pela oportunidade e agradecer à todas as pessoas que têm nos apoiado!
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