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Kattah: "... Hoje não adianta ser apenas bom..."

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 03 de julho de 2011

Os curitibanos do Kattah voltaram de uma turnê ao lado do Angra pela Europa e, aproveitando a pausa para um descanso, o Whiplash! conversou com o pessoal para saber mais sobre o debut "Eyes Of Sand" e suas experiências pelo Velho Mundo. Confiram a seguir:

Whiplash!: Olá pessoal. O Kattah é um novato na cena, mas já deu consideráveis passos em sua jornada. Que tal começarmos com um breve histórico para os leitores conhecê-los melhor?

Victor Brochard: Tudo começou no início de 2006, quando eu e o Cristian Alex nos juntamos para tocar alguns covers, onde tocamos com várias formações durante alguns meses. Depois de deixarmos alguns anúncios à procura de um vocalista, Roni Sauaf nos contatou e logo se juntou à banda apresentando a proposta inovadora de juntar Heavy Metal à cultura árabe e, em conseqüência disso, em setembro de 2006 surgiu o Kattah.

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Brochard: O nome foi criado pelo Roni e representa um personagem árabe que vive as emoções de cada um dos integrantes. A partir daí, a banda passou a se comportar de forma profissional e, após vários testes, o Jean Buzzello e Pablo Parra se juntaram completando a formação e, com a grande amizade, união, dedicação e profissionalismo que existe entre todos, foi possível a realização de todas as conquistas que conseguimos até hoje, vencendo sempre os obstáculos que tentam nos surpreender.

Whiplash!: O Heavy Metal Melódico se tornou clichê, com várias bandas novas iguais, sem talento e nenhuma diversidade musical. Tendo isto em mente, que cuidados o Kattah tomou quanto ao direcionamento musical de seu primeiro disco?

Roni Sauaf: Procuramos colocar experiências novas no disco, trabalhar cada música com um conceito diferente e retratando a proposta geral da banda. Este serve como entrada para os próximos trabalhos. Grandes produtores já nos disseram: ‘... Sem dúvida sairá vários clássicos deste disco para a carreira da banda...’ . Isto realmente é fato!

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Pablo Parra: Nas composições não pensamos em fazer Heavy Melódico ou Power Metal, pensamos em colocar nossas influências próprias, misturadas com técnica, feeling e elementos de música oriental e brasileira. Temos algumas influências musicais como Heavy Tradicional, Hard Rock, Thrash, Power, Melódico, Progressivo, Música Clássica, brasileira e árabe, e isso incentivou a criação do "Eyes Of Sand".

Whiplash!: O quanto a produção de Fernando Quesada (Shaman) e a mixagem de Vlado Meller no Universal Mastering Studios de Nova York influenciaram a sonoridade final de "Eyes Of Sand"?

Parra: Fernando Quesada nos ensinou muito. Ajudou a ter uma visão diferente sobre as coisas, a música e etc, nos indicando a direção certa. Foi uma experiência única, gostamos muito da sua pré-produção. Em relação à masterização de Vlado, tivemos informações recentes que foi, sim, masterizado na Universal Mastering Studios em NY, mas pelo Mark e não Vlado. Houve um equívoco de informações entre o produtor e a banda. Mas estamos aí, agora trabalhando forte para divulgar este trabalho e a cada dia colhendo vários frutos. Graças a Deus, a banda e a equipe estão super empenhadas na divulgação.

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Whiplash!: Algo que chamou a atenção foi o Kattah já ter partido para a "Eyes Of Sand World Tour" por 15 dias pela Europa, ao lado do Angra. Quais foram os destaques e pontos fracos desta viagem? Houve retorno concreto de todo este investimento?

Brochard: Foi uma experiência incrível para a banda em vários sentidos, porque nenhum de nós havia saído para uma turnê e nem ido para a Europa. Ficamos muito impressionados com a receptividade, onde conquistamos vários fãs e vendemos vários CDs. Também fizemos grandes amizades, não só com os integrantes do Angra, mas também com a crew, alguns fãs e os presidentes do fan clube do Angra da Itália e da França.

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Brochard: Outro ponto foi que evoluímos muito como músicos e conseguimos também vários contatos muito importantes. Os únicos pontos fracos foram a viagem longa e a pizza (risos). Apesar de ainda não termos conseguido o retorno do capital investido, foi uma das melhores e mais importantes experiências da banda, principalmente pela repercussão que conseguimos e pelos reviews positivos da crítica estrangeira e brasileira.

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Whiplash!: "Eyes Of Sand" possui excelentes faixas como "Lebanese Aura" e "Maracatu". Como este debut está sendo recebido pelo público europeu?

Sauaf: Percebemos que antes de iniciar cada show, o público era apreensivo, com muita expectativa e bastante analisador. Já no final da primeira música o público nos transmitiu uma energia muito grande, resposta esta foi que esgotamos toda a vendagem de CDs que levamos para a turnê, cerca de 500 CDs em 14 shows. Recebemos e-mails diariamente, tanto do público que tem nos acompanhado, quanto de organizadores. Tudo indica uma nova turnê européia para este ano e presença do Kattah no próximo festival de verão em 2012. Este é o site do fã clube italiano: www.kattahitalia.blogspot.com.

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Whiplash!: O Heavy Metal é considerado uma cultura artística marginal no Brasil. Após sua experiência em território europeu, quais as expectativas e o que vocês pensam em relação ao cenário nacional, já que a idéia agora é encarar os palcos de nosso país?

Parra: A realidade de lá é outra. O Heavy Metal na Europa, no nível de expectadores, é o pop rock daqui, é mais acessível e tem um grau de compromisso diferente. Estamos preparados para encarar a realidade daqui, somos músicos preparados, com experiência de música e de palco. Buscamos com o Kattah divulgar ao máximo o Metal no Brasil, para todos os gêneros, classes, culturas e etc... E rezo para um dia o Heavy Metal se popularizar e se fortalecer muito em nosso país.

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Whiplash!: Pois é, temos bandas incríveis, mas o Brasil dificilmente revela nomes para o cenário internacional. A que você atribui esse fato?

Sauaf: Talvez seja pelo número expressivo, não só no Brasil, mas que no mundo inteiro tem de bandas. Hoje não adianta ser apenas bom, tem que ter algo a somar, ter competência, profissionalismo, a música está carente em algo inovador, deve-se buscar sempre mais.

Sauaf: No exterior há muitas bandas de qualidade focada em seus objetivos; equipamentos top de linha, o que influencia no desenvolvimento musical; estúdios top; constantes festivais direcionados ao rock; público fiel. As bandas brasileiras de qualidade devem sempre pensar em se aprimorar para poder estar até acima dos conceitos das bandas internacionais.

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Whiplash!: Aproveitando a deixa, poderia falar um pouco da MS Metal Records, um novo selo que começou a liberar alguns discos muito interessantes no mercado brasileiro?

Sauaf: Estamos com MS Metal Press há alguns anos, desde sempre o Kattah é muito bem assessorado. Firmamos uma amizade sem igual com Edu Macedo. Ele toma conta de nossa expressão na mídia e sabe como e quando devemos agir em diversas situações direcionadas a ela. A MS é uma empresa muito dedicada para com seus artistas, retrato a isso os vários nomes consagrados que estão no cast da empresa, como Angra, Sepultura e vários outros importantes do Rock brasileiro. A favorecer o trabalho dedicado das bandas, a MS seleciona alguns materiais pra lançar através da MS Metal Records. Sem dúvida este é um novo conceito de selo brasileiro, com artistas de muita categoria e apetite musical! Vale a pena conferir o cast: www.msmetalpress.com .

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Whiplash!: Pois bem, há muito para ser explorado em uma proposta como a do Kattah. Já tem algo em mente o próximo álbum?

Sauaf: O Kattah já está em estúdio fazendo as composições das músicas do 2º disco. Temos umas 30 músicas prontas e já escolhidas as 12 ou 13. Já estão finalizadas seis músicas, aguardando apenas a produção. Como é um processo longo que exige muita atenção e dedicação, já iniciamos esta primeira etapa. Previsão de lançamento de uma demo para janeiro de 2012 e do 2º disco pra agosto/setembro de 2012. Adianto que a proposta da banda estará super evidente, muito expressiva, com bastante inovação e também com muita exploração dos elementos orientais e brasileiros, com o peso ideal do Rock/Heavy.

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Whiplash!: Ok, pessoal, o Whiplash! deseja boa sorte ao Kattah e deixa o espaço aberto para seus comentário finais...

Sauaf: Muito obrigado a todos que estão acompanhando a carreira do Kattah, com certeza tudo o que fazemos é para vocês terem cada vez mais opções de qualidade no portfólio brasileiro! No próximo mês será divulgado o clipe oficial da banda: "I Believe", está super temático e retrata perfeitamente a mensagem que a banda deseja passar. Não percam a oportunidade de assistir. Viva o Rock Brasuka! Viva Kattah!

Sauaf: Contatar a banda para shows, entrevistas e demais no: [email protected] ou pelo fone: 41 9679-2618 / 41 3013-2668.

Assalamaleikun: Roni Sauaf, Victor Brochard, Pablo Parra, Cristian Alex, Jean Buzzello.

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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