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Cannibal Corpse: Chris Barnes fala sobre DVD triplo histórico

Por César Enéas Guerreiro
Fonte: Brave Words
Postado em 15 de maio de 2008

Em 8 de julho, o CANNIBAL CORPSE lançará um DVD triplo com uma retrospectiva de sua carreira, intitulado "Centuries Of Torment – The First 20 Years", pela Metal Blade Records. O primeiro disco mostra a história completa da banda desde 1987 até agora. O segundo disco está repleto de imagens de shows e o terceiro disco contém uma tonelada de bônus. O ex-vocalista Chris Barnes falou com o redator Aaron Small, do site BW&BK, sobre o lançamento.

As contribuições de Chris estão principalmente no disco 1 – a primeira metade mostra com detalhes sua passagem pela banda de 1987 a 1995. "A maior parte é material novo, mostrando eu falando sobre os velhos tempos. O disco mostra quase toda a história, com imagens daquela época, reunindo o que todo mundo falava. Denise (Korycki – diretora e produtora) faz perguntas parecidas para cada um dos membros e reúne tudo com imagens históricas, o que é bem legal. Eu literalmente dei uma entrevista de seis horas. Eu falei sobre tudo, e fiquei realmente contente com o trabalho deles para reunir todo o material. Ficou excelente. Eu fiquei muito surpreso, porque não sabia o que esperar. Parecia que tudo estava indo bem rápido. Senti que isso era algo muito importante, então achei que eles iriam com calma pra fazer do jeito certo. Eu fiquei fascinado quando vi aquilo! Eu fiquei realmente chocado.

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Fiquei sem palavras. Ver aquilo me deu até saudades", diz Barnes, rindo. "Eu digo pra você que foi praticamente como ver minha vida passar diante de meus olhos. Aquilo foi algo incrível. Eles contaram toda a história da banda como deveriam. Tudo o que estava relacionado à minha saída foi mostrado da maneira como aconteceu. De certa forma, muito do que as pessoas… o folclore sobre o início da carreira da banda, a minha saída e a do Bob Rusay (guitarrista)… espero que o que é dito no documentário esclareça as idéias das pessoas sobre o que elas acham que realmente aconteceu. É realmente um relato verdadeiro sobre a história da banda e fiquei muito contente por ter participado. Fiquei feliz por ter sido convidado".

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A participação de Barnes no "Centuries Of Torment" aconteceu de uma maneira um tanto acidental. Brian Slagel, chefe da Metal Blade, estava visitando Chris na Flórida e os dois estavam num jogo de hóquei quando, de acordo com Chris, "Ele calmamente me perguntou: ‘Alguém falou com você sobre esse negócio do Cannibal?’ Que negócio do Cannibal? Ele explicou que estavam fazendo um documentário, o que eu achei interessante. Alguns meses se passaram e ele me perguntou de novo, mas ninguém tinha me chamado. Mas depois as coisas começaram a acontecer. A Metal Blade perguntou se eu queria participar e eu disse que sim. Não foram os caras (do Cannibal Corpse) que me chamaram, mas eu não esperava isso. Eu fiquei muito contente com o que eles disseram no vídeo. Eles foram bem honestos e gentis comigo na parte em que apareço no vídeo".

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Não entenda mal. Esse DVD não vai resultar numa reunião da formação original do CANNIBAL CORPSE, como explica Chris: "Eu não acho que alguém, depois de assistir ao vídeo, vá ficar com a idéia de que isso nunca acontecerá, porque isso não é mencionado. Mas eu vou dizer agora – eu não acho que isso algum dia vai acontecer. O melhor que as pessoas poderão ter são as velhas imagens desse vídeo, porque não consigo ver aquilo acontecendo de novo. Se eles sugerissem que eu tocasse algumas músicas, eu toparia. Mas eles não querem. Eles estão seguindo em frente e eu estou com o SIX FEET UNDER. Eu faria isso porque eu adoro aquelas músicas; eu ainda as ensaio. Mas eles não precisam que eu o faça. Acho que isso atrapalharia o que eles estão fazendo. É a carreira deles. Se eles quisessem, eu adoraria, mas tenho 100% de certeza de que isso nunca vai acontecer".

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Cada um dos álbuns do CANNIBAL CORPSE dos quais Barnes participou – "Eaten Back To Life", "Butchered At Birth", "Tomb Of The Mutilated" e "The Bleeding" – tem seu próprio capítulo no disco 1. Voltar no tempo certamente reavivou a memória de Chris. "Havia imagens das quais eu nem me lembrava mais. Isso mostrou quantas vezes eu já subi no palco. Foi um tanto estranho lembrar desses shows tão antigos. Mas eu me lembrava de quase tudo. Acho que Denise ficou impressionada com o quanto eu lembrava, já que eu sou um maconheiro doido", diz Chris, rindo. "Ela disse: ‘Meu Deus! Quem disse que a erva acaba com a memória não te conhece!’. Eu me lembro de quase tudo aquilo porque eu estava muito envolvido com a banda naquele momento. Eu estava cuidando da parte comercial, conversando com as gravadoras, agendando shows... foi interessante ver o quanto eu envelheci", diz rindo o homem que já arrancou as entranhas de uma virgem pela vagina (NOTA: referência à música "Entrails Ripped From A Virgin's Cunt"). "Eu não me lembrava que eu já fui tão jovem. Isso foi o que provavelmente mais me chocou. A estrada tem sido longa mas surpreendente".

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O disco 2 contém performances ao vivo – o atual vocalista do CANNIBAL CORPSE, George "Corpsegrinder" Fisher, canta 26 músicas, mas Chris canta apenas quatro. Isso é devido em grande parte ao avanço da tecnologia desde 1995, quando Chris saiu da banda. Mas essa diferença não incomoda Barnes. "Há muito mais desse material, mas eles provavelmente não quiseram que fosse o ‘show do Chris Barnes’. Mas não fico chateado com isso. É a banda deles. O principal para mim foi a história. Fiquei bastante contente com o fato de que eles terem se esforçado tanto para serem honestos e sinceros com a coisa toda. Eles não minimizaram o meu papel no início da carreira.

Com relação aos shows, esse material está no YouTube. Eles não me pediram nenhum vídeo. Eu tenho uma tonelada de vídeos antigos gravados na Europa, mas eles não me pediram, então... é assim mesmo. Mas estou muito satisfeito pelo disco do documentário ter ficado tão bem feito e pela minha participação ter sido tão destacada". Relembrar esses momentos me deixa ainda mais orgulhoso daquela época".

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Sobre César Enéas Guerreiro

Nascido em 1970, formado em Letras pela USP e tradutor. Começou a gostar de metal em 1983, quando o KISS veio pela primeira vez ao Brasil. Depois vieram Iron, Scorpions, Twisted Sister... Sua paixão é a música extrema, principalmente a do Slayer e do inesquecível Death. Se encheu de orgulho quando ouviu o filho cantarolar "Smoke on the water, fire in the sky...".
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