Queensryche: "Começamos apenas como cinco amigos querendo tocar!"
Por Rafael Carnovale e Rodrigo Scelza
Postado em 12 de maio de 2008
Aproveitando a passagem do QUEENSRYCHE pelo Brasil, pudemos ter uma conversa descontraída e reveladora com os simpáticos Geoff Tate (vocalista) e Scott Rockenfield (baterista), aonde abordamos alguns aspectos da carreira da banda, o novo CD "Take Cover", algumas polêmicas e ainda falamos, mesmo que de leve, de política. Confira abaixo o que rolou nos camarins do Citibank Hall (RJ), algumas horas antes do show.
Perguntas elaboradas por Rafael Carnovale
Whiplash – Inicialmente está turnê foi marcada para o mês de março...
Scott Rockenfield – (Interrompendo) Março? Na verdade não me lembro de termos marcado nada para este mês na América do Sul.
Geoff Tate – Pode ser que tenha sido negociado, mas nossos empresários não nos contataram sobre esta possibilidade.
Whiplash – Bem, independente disso muito se falou da possibilidade de vocês trazerem todo o show contido no DVD "Mindcrime At The Moore", mas no final das contas a banda estará executando um "Best of" de sua carreira. Vocês chegaram a cogitar vir com o show completo com os atores e tudo mais?
Geoff – Gostaríamos muito de vir com todo esse show. Mas temos que pensar que faz muito tempo que não tocamos no Brasil e muitas pessoas não viram músicas como "I Am I", ou até mesmo nosso material mais recente.
Scott – Fora que trazer todo o aparato que cerca este show é um tanto quanto complicado e nos obriga a parar um bom tempo para ensaiá-lo e preparar. Seria complicado, mesmo que viéssemos apenas com o básico e usássemos, por exemplo, atores brasileiros.
Geoff – É claro que queremos um dia levar este show ao Brasil, e espero que os resultados desta turnê nos permitam fazer isso em breve, quem sabe em 2009. Mas temos consciência que este show não é apenas um show musical, é um espetáculo teatral, com efeitos, atores, telões e imagens. É algo maravilhoso, mas que nos deixa exaustos. Satisfeitos, mas exaustos. Mas sem dúvida se for possível traremos esse show ao Brasil.
Whiplash – "Take Cover" funcionou muito bem e mostrou toda a habilidade da banda em trabalhar com músicas que inicialmente estariam fora de seu espectro musical, como a ótima "Odissea"...
Geoff – (Interrompendo) Obrigado. Também fiquei muito feliz com esta música.
Whiplash – Como foi para vocês estarem gravando músicas de suas bandas favoritas e ao mesmo tempo alguns clássicos do rock, como foi com as músicas do Queen, The Police e Pink Floyd?
Geoff – Pura diversão. Posso te dizer sem medo... estávamos preparando o sucessor de "Operation Mindcrime II" e tivemos esse "insight" de entrar em estúdio, ensaiar algumas músicas que gostávamos muito e gravá-las. Pensamos conosco: "Porque não?".
Scott – Foi realmente uma idéia ótima, mas devo dizer que este CD não foi planejado, foi algo que surgiu de repente e cuja idéia abraçamos.
Whiplash – Vocês disseram nas notas do encarte de "Take Cover" que esse projeto nasceu nos "soundchecks", quando tocavam várias músicas de artistas que os influenciaram.
Scott – De fato, o "soundcheck" é o melhor lugar para fazermos esse tipo de coisa. Podemos testar novas idéias, tocar o que quisermos, e num desses momentos vimos que estávamos nos divertindo muito.
Whiplash – De fato, nesses momentos é que surgem grandes idéias no meio musical!
Geoff – (Rindo) Com certeza... por isso digo que este trabalho foi antes de tudo muito divertido. Entramos em estúdio, permanecemos 10 dias trabalhando duro e saímos com o CD pronto.
Whiplash – Em "Eyes Of A Estranger" você se pergunta por que está aqui e por quanto tempo ficará... como você se sente sabendo que a banda continua ativa após 27 anos e que "Operation Mindcrime" está fazendo 20 anos em 2008?
Geoff – Cara... não há muito o que dizer. Como toda banda nunca planejamos ficar na ativa por tanto tempo. Começamos apenas como cinco amigos querendo tocar juntos e as coisas foram aparecendo, nosso primeiro EP, o primeiro disco, os primeiros shows... acho que se fôssemos nos dar conta disso não chegaríamos até aqui. Aliás para te ser sincero nem consigo acreditar que um trabalho nosso faça 20 anos.
Scott – Devo dizer que ainda não me dei conta desse fato (Rindo). É muito gostoso, mas assustador... poxa... um filho seu quase maior de idade! (Gargalhadas).
Whiplash – Geoff, no passado você chegou a lançar um CD solo, e este ano já fez um show como artista solo. Podemos esperar um novo CD?
Geoff – Sem dúvida. Estou trabalhando paralelamente ao novo CD do Queensryche em novas idéias para um trabalho solo futuro. Espero lançá-lo ainda em 2008, mas não sei se conseguirei. Aguardem notícias em breve.
Whiplash – Pudemos conferir alguns "set-lists" e vocês têm tocado uma ou duas músicas do "Take Cover". Uma certamente porá a casa abaixo, que é "Neon Knights" (Black Sabbath).
(Gargalhadas)
Geoff – Fico feliz em saber que o pessoal curtiu essa nossa versão, porque esta foi uma das primeiras músicas que tocamos juntos quando formamos a banda, e somos grandes fãs do Black Sabbath, principalmente com Ronnie (Dio) nos vocais. "Neon Knights" foi uma das unanimidades quando estávamos decidindo o repertório de "Take Cover".
Whiplash – Mas voltando a pergunta, como vocês escolhem as músicas de "Take Cover" que irão entrar no "set-list"?
Scott – Na verdade pegamos uma, duas ou três... (Pensativo) é meio difícil porque todo o material é especial, então...
Geoff – (Interrompendo) Pode falar a verdade Scott! (Risos)
Scott – Okay! (Mais Risos) O culpado é Eddie (baixista). Ele escolhe nossos "set-lists" porque eu e Geoff não conseguiríamos jamais chegar a um consenso. Portanto, se "Neon Knights" não estiver no "set", ou se você sentir falta de uma música, não nos xingue, pode xingar Scott, a culpa é toda e exclusiva dele! (Gargalhadas).
Whiplash – O Queensryche sempre se caracterizou por experimentar muito dentro do heavy-metal, mas a partir de "Empire" essa característica se acentuou bastante. O que vocês podem dizer sobre isso, já que muitos os chamam de "um dos pais" do metal-progressivo?
Geoff – Não sei como dizer algo sobre tal fato... nunca nos preocupamos com isso. Vejo a música como uma forma de arte amplamente mutável. Procuramos sempre ter em mente que somos uma banda de heavy metal, mas nunca quisemos fazer um disco igual ao outro. Se algo que ouvimos em algum lugar nos faz surgir uma idéia, levamos adiante e procuramos analisar o resultado final.
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Scott – Olhando para o passado vejo nossos trabalhos com muito orgulho, porque sempre pensamos em evoluir como músicos. E é como Geoff disse, tudo o que vemos gera algo dentro de nós que acaba se tornando música. É complicado, talvez você tenha que esperar nosso próximo trabalho de estúdio para ver o que experimentamos desta vez. (Risos)
Whiplash – Todo o conceito de "Operation Mindcrime" mantém-se atual no cenário político mundial. Até mesmo no DVD "Mindcrime At The Moore" vocês pedem a saída das tropas americanas do Iraque e procuram por uma Mônica Lewinsky para pagar um boquete para Mr. Bush filho...
(Muitos Risos)
Whiplash – Podemos esperar um filme como o The Who fez com Tommy?
Geoff – Sempre estivemos muito próximos de fazer isso. Inclusive um grande roteirista nova-iorquino escreveu um trabalho muito bom para fazermos um filme e isso nos entusiasmou. Porém algo que, na minha opinião, impede qualquer projeto deste calibre atualmente é que teríamos que abraçar este projeto em tempo integral, afinal é uma obra de nossas vidas que seria posta nos cinemas, e precisaríamos estar nisto 100% para que desse certo.
Scott – Mas não descartamos a hipótese. Só que de fato, para que isso aconteça tem que ser muito, mas muito bem feito.
Whiplash – Na sua opinião seria George W. Bush o novo Dr.X?
Geoff – Na verdade acho que esse papel caberia a Dick Cheney! (Gargalhadas) [Nota: Dick Cheney é o atual vice-presidente dos EUA]
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