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Headhunter D.C.: Tradição, ideologia e espírito Underground

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 23 de abril de 2008

O Headhunter Death Cult – ou simplesmente Headhunter D.C. – possui uma trajetória cuja fidelidade à rebelião do Death Metal o elevou ao status de ‘cult’ entre os devotos da música extrema. Natural da Bahia e nunca cedendo aos modismos, o grupo está beirando os 21 anos de carreira e lançando seu quarto álbum, "God’s Spreading Cancer..." via Dying Music, que vem sendo considerado por muitos como um dos mais intensos álbuns de 2007 dentro de sua proposta.

A banda é formada por Sérgio ‘Baloff’ Borges (voz), Paulo Lisboa (guitarra), Fábio Nosferatus (guitarra), Zulbert Buery (baixo) e Daniel Brandao (bateria), e o Whiplash! foi conversar com o solícito Sérgio para saber mais sobre seu novo disco, um pouco do passado e planos para o futuro.

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Whiplash!: Saudações Sérgio! Primeiramente gostaria de parabenizar o Headhunter D.C. pelas duas décadas de atividades, devidamente coroadas com "God’s Spreading Cancer...". Creio que vocês estão numa excelente fase!

Sérgio "Baloff" Borges: Deathmetálicas saudações caro Ben & Whiplash!!!! É um prazer para nós estarmos espalhando o Culto aqui e, desde já, obrigado por suas palavras e pelo suporte. Isso só nos traz ainda mais força e incentivo para continuarmos na batalha, apesar de todas as dificuldades. Estamos contentes com tudo o que tem acontecido conosco ultimamente, tudo, inclusive coincidindo com as comemorações de nossos 20 anos de estrada (21 em maio próximo), algo que nos traz muito orgulho por tudo o que tem sido feito ao longo desse tempo. Porém sabemos que muito mais, além disso, poderia estar acontecendo aqui no Brasil, se não fosse algumas barreiras e certas ditaduras que, infelizmente, ainda precisam ser derrubadas na cena nacional e que impedem que bandas como o HEADHUNTER D.C. possam finalmente ter o espaço que merecem – e olha que nem de longe estou falando aqui em projeção ao mainstream ou coisas do tipo, algo que definitivamente não condiz com nossa postura ideológica perante a cena da qual fazemos parte. De qualquer forma, somos muito realistas quanto à atual cena Metal brasileira e seus "ups and downs", e seguimos na luta firmes, fortes e mais vivos do que nunca, sempre com honestidade e integridade, para espalharmos o Culto e conquistarmos nossos objetivos, independente de essa atual cena ser justa ou não. A propósito, só os mais fortes sobrevivem...

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Whiplash!: Não querendo adentrar em polêmicas, mas que barreiras e ditaduras seriam estas?

Sérgio: Também não estou aqui para criar polêmica, e se fosse fazer isso não o faria logo no início desta entrevista! (risos) Quando falo em "ditaduras" me refiro a certas imposições, muitas vezes vindas da própria "cena" e seus ditos "formadores de opinião", que ditam padrões e decidem quem está "in" ou "out" (de acordo com as modas e tendências do momento) para terem ou não espaço na mesma, espaço esse que outrora era conquistado com talento, história e batalha árdua pelos ideais defendidos e que hoje obtém-se mais com o que se tem nos bolsos do que qualquer outra coisa. Trata-se de uma realidade que já está aí há muito tempo, só não vê quem não quer. Quanto às barreiras, elas são as mesmas de sempre, sejam preconceitos ou bairrismos idiotas, o que acabam dando na mesma merda. Digo isso, não apenas em nome do HEADHUNTER D.C., mas de todas as bandas do Norte/Nordeste que merecem um reconhecimento maior e, conseqüentemente, uma projeção maior na cena, mais que infelizmente esbarram nestes (e em outros) obstáculos aqui mencionados. Caso esse quadro não mude em breve, muito dificilmente teremos um dia uma cena mais justa.

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Whiplash!: Vinte anos é mais do que a idade de muitos dos leitores do Whiplash!... Como você vê esta nova geração de bandas, comparada com o início da cena underground no Brasil?

Sérgio: É, o tempo passa, cara, e com ele muita coisa muda também, umas para melhor, outras para pior. Bem, falando sobre bandas, eu acho que dificilmente acontecerão novas revoluções dentro do Metal como aconteceram no passado, o que é em parte compreensível. Creio que tudo de realmente revolucionário já foi criado pelos grandes mestres, então é hora de justamente manter vivo esse espírito revolucionário dentro do Metal, e isso eu tenho sentido falta nessa nova geração de bandas. É claro que muitas delas têm procurado manter viva algumas tradições do Metal em sua música – independente de estilos –, algumas com excelentes resultados, enquanto que outras, talvez até sua maioria, não possuem a essência necessária e acabam soando extremamente forçado, falso. Além desse, outros aspectos poderiam ser mencionados aqui a esse respeito, como a facilidade e velocidade com que se monta uma banda e se grava um CD atualmente, diferente de toda a dificuldade enfrentada há 15, 20 anos, o que pode vir a transformar em negativo algo que deveria ser positivo.

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Whiplash!: Então o público mudou também...

Sérgio: Quanto ao público atual, bem, não sei se seria o caso compará-lo com o dos primórdios da cena no Brasil; são épocas diferentes, com realidades diferentes e, na maioria dos casos, mentalidades idem. Eu acho que ao mesmo tempo em que parte dessa nova geração de "bangers" (em alguns casos o uso das aspas é mesmo indispensável) dispõe de toda essa facilidade e acessibilidade a tudo graças à globalização – o que em minha opinião tem sido altamente danoso ao lado ideológico e à manutenção do espírito Underground na cena –, ela também é uma geração carente de verdadeiras emoções, as mesmas emoções que sentíamos ao receber uma carta manuscrita, ou um pacote de fitas cassete com gravações raríssimas conseguidas através de ‘tapetradings’ ou ainda conferir o novo LP de sua banda favorita. Tudo se tornou virtual demais, banal demais, e o valor outrora dado a cada pequena conquista, seja a simples aquisição de um material (antigamente nem tão simples assim...) ou a oportunidade de assistir a um show realmente fudido, por exemplo, cai a quase zero. Felizmente, como em toda regra, existem as exceções, e são essas que mantém a antiga chama acesa.

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Whiplash!: Muitos consideram o Nordeste como um verdadeiro celeiro de bandas extremas. Há algum motivo especial para o fato de nesta região aparecer tantos conjuntos, e de tão grande qualidade?

Sérgio: Já respondi essa questão algumas vezes, e sempre digo que as muitas dificuldades enfrentadas aqui (que vão desde a falta de uma maior estrutura até o preconceito muitas vezes sofrido com relação a outras regiões do país) servem como um grande incentivo para que as bandas desenvolvam seus trabalhos com mais seriedade e com cada vez mais profissionalismo, o que geralmente gera bons resultados. De qualquer forma, antes de tudo é preciso talento e honestidade no que se faz (hoje adjetivos não mais tão essenciais assim para essa atual cena que temos aí, infelizmente), e essas são qualidades muito encontradas na cena nordestina. Exemplos não faltam.

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Whiplash!: Viver da arte no Brasil é um problema, o que dizer então do Death Metal. O Headhunter D.C. conseguiu construir uma respeitável reputação com seu trabalho, mas quais as dificuldades enfrentadas nestes 20 anos que impediu que vocês não liberassem mais do que quatro discos?

Sérgio: Os motivos para esse desequilíbrio entre os anos de estrada e os álbuns lançados são principalmente os freqüentes problemas de formação e os impasses com selos anteriores, o que significa que tanta demora entre um lançamento e outro é algo que independe de nossa vontade. Por outro lado, também procuramos usufruir um tempo especial para compormos um novo material, sem aquela preocupação obsessiva de quanto tempo levaremos até estarmos com um material novo em mãos, pois não se trata de algo mecânico, mas de sentimento, entende? Sempre fizemos a música que vem do fundo de nossos corações, o que significa que estaremos sempre em busca de qualidade e não de quantidade. De qualquer forma, esperamos não demorar tanto com nosso próximo lançamento, até mesmo para compensar um pouco a grande demora nos dois últimos álbuns. A propósito, novas odes à morte e hinos de blasfêmia e heresia estão a caminho...

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Whiplash!: Em janeiro de 2007 vocês realizaram sua primeira turnê sul-americana, chamada "Spreading The Death Cult… Tour 2007 (Destruyendo Sudamerica)". Deve ter sido magnífica! Como rolou tudo isso?

Sérgio: Sim, essa turnê foi mais um grande acontecimento em nossa carreira, e apesar de todo o cansaço que uma turnê nesses moldes sempre traz, o resultado final foi altamente satisfatório. Primeiro que foi a primeira vez que rompemos as fronteiras do Brasil, e segundo – e o mais importante – que foi uma turnê repleta de shows memoráveis e grandes encontros com nossos irmãos sul-americanos. Foi exatamente um mês na estrada, num total de 13 shows – se incluirmos aí o show de B. J. da Lapa/BA em Dezembro/2006 como sendo o primeiro. Tocar em Santiago, no Chile, por exemplo, cuja cena já acompanhávamos desde o final dos ‘80’s via bandas como MASSACRE, SADISM, ATOMIC AGGRESSOR, TOTEN KORPS, DEATH YELL, APOSTACY, HOLY ATROCITY, entre outras, foi inesquecível, também pelo fato de aquele show ter sido produzido pelos nossos metalbrothers Huaira Herrera e Jose Ruiz-Tagle do poderoso Noise And Shit Mag. (#7 mata!!!) e da Friends Of Hell Productions. Tivemos uma receptividade super-calorosa lá, com muito churrasco, cerveja de 1 litro e, logicamente, todos aqueles maníacos e maníacas chilenos batendo cabeça e berrando nossas músicas num dos melhores shows da turnê. La Paz e Santa Cruz De La Sierra na Bolívia e TODOS os shows aqui no Brasil também foram foda! Não poderia deixar de mencionar aqui o precioso suporte do Valdecir "Terror" da Morte Pacífica Produções, que foi nosso tour manager e nos acompanhou durante toda a tour – assim como o suporte de Daniel "Beans" Brandão do INSAINTFICATION e então ex-batera do HDC, que atuou como session drummer, e de Igor Noblat, guitarrista do INHERIT, que substituiu Fábio Nosferatus nessa turnê –, numa verdadeira jornada deathmetálica, 100% Underground, anti-mainstream, anti-trend, sem "jabás" ou coisas do tipo, muito comuns na atual cena. Algumas bandas que dividiram o palco conosco nessa turnê foram HOLDER, MESEMON ECROF, BLOODSHED, DESDOMINUS, QUEIRON, BESTIAL ATROCITY, MORTAGE, CLAWN, AMASARAK, MELEKTAUS, FORCE OF DARKNESS, EJECUTOR, DECREPIT CADAVER, MORTOFOBIA, BEMDESAR, BEYOND DEATH, SABATHAN, CARION STENTOR e tantas outras, para as quais mandamos nossos mais sinceros saludos infernales pelo grande suporte que nos foi dado, além, é claro, a todos os fudidos metalheads que bateram cabeça e berraram nossas músicas em cada show. DEATH METAL HASTA LA MUERTE!!! Um grán hail! vai também pro nosso irmão Sílvio Rocha do DOMINUS PRAELII que nos acompanhou on the road to hell durante os três shows no Paraná. Enfim, fudidamente memorável!!!

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Whiplash!: "God’s Spreading Cancer..." pode ser considerado como um dos grandes lançamentos nacionais de 2007. O Headhunter D.C. vem da velha escola do Death Metal, mas as novas canções mostram que vocês evoluíram muito, e sem perder absolutamente nada de sua essência. Como foi o processo de composição do álbum?

Sérgio: Fico feliz que tenha notado isso, Ben! Uma de nossas principais metas sempre foi a de evoluirmos dentro de nosso próprio conceito de se criar Brutal Death Metal, já que sempre vimos no estilo (e no Metal em geral) um grande leque de possibilidades de desenvolvimento musical sem que para isso seja preciso perder a sua essência e macular o seu nome – ao contrário de outras bandas indignas de respeito devido à sua ganância e traição disfarçadas de "evolução" –, e hoje temos muito orgulho em estarmos onde estamos sem JAMAIS termos traído nossas raízes. O "pontapé" inicial para a composição das músicas logicamente foi do Paulo, que foi responsável pelas quatro primeiras composições. Depois nos reunimos em Jacobina para lapidarmos essas músicas e juntos criarmos mais alguns riffs adicionais e arranjos para as mesmas, mesmo período em que me veio as idéias para a faixa título. Posteriormente, já em Salvador, compus as demais músicas do álbum (uma delas em parceria com o Paulo, a "Abortion Of Souls") e as letras, algumas também em parceria com alguns irmãos meus. A partir daí foi uma série de intensos ensaios até entrarmos em estúdio. Nós gravamos "GSC" em um pequeno estúdio chamado Casa das Máquinas aqui mesmo em Salvador, o mesmo onde nós já havíamos gravado o cover do NECROVORE e as músicas para o split com o SANCTIFIER. Ficamos tão satisfeitos com o resultado dessas primeiras gravações que decidimos também registrar lá o álbum novo, e acho que faremos o mesmo com nossas próximas gravações, já que mais uma vez o resultado final saiu muito satisfatório. Embora se trate de um estúdio de pequeno/médio porte, existem alguns equipamentos muito bons lá, os quais aliados à experiência de seu engenheiro de som Tadeu Mascarenhas (que também é o dono do estúdio), tem feito algumas gravações muito boas.

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Whiplash!: E quanto à produção de Thiago Nogueira?

Sérgio: Outro ponto muito importante para o grande resultado final deste álbum foi o fato de que nós tivemos o Thiago Nogueira (ex-baterista do HDC) como produtor, o qual já se tornou referência neste assunto aqui em Salvador devido às suas excelentes produções como, por exemplo, os álbuns debut do UNGODLY, IMPETUOUS RAGE, o novo do THARSIS e nossas gravações anteriores já mencionadas aqui. Também é importante mencionar que Thiago gravou todas as sessões de bateria para o álbum. Sua técnica refinada e batidas brutais e precisas realmente fizeram a diferença no álbum, deixando-o do jeito que nós queríamos. O cara aprendeu, ensaiou e gravou 10 músicas em apenas 10 dias, uma verdadeira façanha! Claro que os seis anos durante os quais ele esteve no HEADHUNTER D.C. tornaram as coisas mais fáceis durante as gravações, mas ainda assim foi mais uma performance surpreendente de um dos melhores bateristas do Brasil na atualidade. Enfim, o resultado de todo esse processo árduo (mas ao mesmo tempo muito prazeroso) é esse que você tem aí em suas mãos e adentrando seus tímpanos, e creio que toda a longa espera tenha valido a pena.

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Whiplash!: O álbum apresenta algumas particularidades dignas de nota, como a regravação de "Contemplation (To The Fire)", o cover "Angelkiller" (ThrashMassacre) e a introdução de um show de 1984 do Possessed na matadora "Long Live The Death Cult". Poderia falar sobre a inclusão destas canções?

Sérgio: "Contemplation (To The Fire)" faria originalmente parte do tracklist de "...And The Sky Turns To Black...", porém teve que ficar de fora por motivos de orçamento (ou falta de, hehehe...). Lack of money suxxx!!! Como não havíamos ficado muito satisfeitos com sua versão na Promo ’96, resolvemos incorporar alguns novos arranjos e finalmente a incluímos no tracklist de "GSC", agora com uma versão que nos agradou em definitivo.

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Sérgio: Sobre "Angelkiller", a primeira vez que a tocamos foi em 95, como uma homenagem à banda pioneira do Metal extremo aqui da Bahia, o THRASHMASSACRE, da qual eu havia feito parte antes de me unir ao Culto. Como achamos que o THRASHMASSACRE merecia muito mais que uma simples homenagem, resolvemos voltar a tocá-la anos mais tarde e incluí-la em nosso novo álbum como um verdadeiro tributo por tudo o que representaram para a nossa cena local e pelo seu magnífico material que infelizmente jamais fora registrado oficialmente. A idéia a partir agora é gravar uma música do TM a cada novo lançamento do HDC, portanto novos massacres açoitantes estão a caminho. Por fim – e novamente no âmbito das homenagens –, resolvemos usar aquele fragmento de um show do POSSESSED como intro (cuja gravação já havia virado um bootleg há uns anos) como uma forma de louvarmos sincera e honestamente os verdadeiros pais do Metal da Morte. Antes de fazermos a edição da música, pedimos autorização ao Jeff Becerra para utilizarmos aquela gravação no disco, o qual sentiu-se honrado pela homenagem e a liberou sem maiores dificuldades. O resultado é esse que você ouve aí e que mostra toda a nossa devoção aos mestres. POSSESSED lives eternally!!!

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Whiplash!: Vocês já tiveram outros registros distribuídos fora do Brasil. Agora, como rolou a possibilidade de "God`s Spreading Cancer..." ser lançado na Europa? Já deu para sentir alguma repercussão?

Sérgio: Nós conhecemos o Hacker da Obscure Domain Productions há aproximadamente oito anos, desde que enviamos para ele uma cópia do "...And The Sky..." para ser revisado em seu poderoso Unholy Terror ‘zine. Desde então desenvolvemos uma grande relação de amizade, respeito e admiração mútuos, até que ele veio com a proposta para lançarmos nosso novo álbum através de seu próprio selo de Death Metal. Apesar de ser um selo recém-formado, estamos satisfeitos em estarmos na Obscure Domain hoje, pois não se trata daquela típica relação fria banda/selo, mas sim uma relação de deathmetalheads para deathmetalheads, o que também é muito importante para nós. Acreditamos que o selo possa nos ajudar a espalhar ainda mais nosso nome e nossa música através de terras européias da mesma forma que podemos ajudá-los a crescer dentro da cena, portanto estamos satisfeitos por estarmos onde estamos agora. A receptividade para o álbum lá fora tem sido incrível por parte daqueles que já tiveram acesso a ele, e a prova disso são os comentários sempre muito positivos em diferentes zines/webzines e revistas mundo afora. A atual bíblia do Death Metal Underground mundial, Necromaniac ‘zine, da Alemanha, por exemplo, citou "God’s Spreading Cancer..." como o melhor álbum de old school Death Metal de 2007 ao lado de "Triune Impurity Rites" do NECROS CHRISTOS. É claro que sempre têm aqueles que dizem que não trouxemos nada de novo ao Death Metal e blábláblá (como se fosse esse nosso objetivo...), mas no geral a resposta ao novo álbum no exterior tem sido a melhor possível.

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Whiplash!: E como aconteceu a parceria com o Sanctifier no split 10" EP "...In Deathmetallic Brotherhood", liberado em maio pelo selo francês Legion Of Death Rekordz? E parece que há mais novidades vindo por aí! Vocês estão com sede de música, hein?

Sérgio: Sede e fome por Death Metal, hehehe... Bem, em decorrência da grande parceria e irmandade que criamos com nosso irmão Hugues "Karnage" Vallot (hail!) após o lançamento do live tape "Brazilian Deathkult Live Violence..." no início de 2002 via Eternal Fire Tapes Series da França, tive a idéia do split com o SANCTIFIER, inspirado no split 10" DESASTER/PENTACLE "...In League With..." via Iron Pegasus Records, no qual cada uma tocava um cover da outra mais materiais inéditos. Passei a idéia pro Karnage, que aceitou de imediato realizar o projeto, e o resultado é o split MLP "...In Deathmetallic Brotherhood", já disponível via Legion Of Death Rekordz desde maio passado (limitado em 500 cópias numeradas a mão), no qual aparecemos com uma faixa inédita intitulada "Hymn To Babylon", mais um cover do SANCTIFIER ("Cycle Of The Entity") e uma versão ao vivo para "Falling In Perdition", gravada em 2005, enquanto que o SANCTIFIER oferece duas faixas inéditas e uma versão brutal para "Am I Crazy?".

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Sérgio: No mais só me resta dizer a todos vocês, reais defensores da verdadeira tradição do Brutal Death Metal brasileiro e sul-americano, que adquiram já sua cópia, pois se tratam de duas bandas realmente comprometidas com a real essência do Metal da Morte da antiga escola. 100% untrendy!!!!!! Além disso, existem planos para o lançamento de um CD comemorativo (possivelmente um CD duplo), que deverá acontecer em meados do segundo semestre, contendo apenas materiais antigos e raros da banda, como gravações ao vivo, ensaios, demos, promos, advance tapes entre outras "peças arqueológicas", sem falar na versão LP de "GSC" via Evil Spell Records lançada recentemente, que vem em capa dupla e contando ainda com um 7" EP de bônus com a nossa versão para "Slaughtered Remains" do NECROVORE, um pôster da banda e as primeiras 100 cópias em splattered vinyl. Apenas para die hard maniacs! Confiram!

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Whiplash!: Em relação às turnês, quais os planos para o futuro?

Sérgio: A idéia agora é cruzarmos a fronteira novamente a partir de junho para shows na Colômbia, Venezuela, Equador e norte do Peru, mas antes disso não abrimos mão de brutalizarmos por outras cidades desse Brasil fudido espalhando o Culto. Esperamos que dê tudo certo! See you on the Metal road! Quanto a um possível giro pela Europa, algo que somos muito questionados a respeito, agora que temos dois selos trabalhando conosco na Europa, a Obscure Domain Productions (versão CD) e a Evil Spell Records (versão LP), ambos da Alemanha, logicamente as possibilidades para um giro por lá tendem a aumentar, porém continuamos bastante realistas quanto a esse assunto e nunca deixamos que essa obsessão de querer tocar lá fora a qualquer custo – muito comum em algumas bandas brasileiras – nos atinja. Muitos aspectos alheios à nossa vontade entram aí nesse quesito, então é algo que infelizmente não depende apenas de nós. De qualquer modo, quando a oportunidade aparecer, certamente estaremos mais do que preparados para isso e faremos o nosso melhor para espalhar o Culto por terras européias.

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Whiplash!: Uma excursão bem organizada pelo Velho Mundo seria ótimo... Sérgio, lhe agradeço pela entrevista. Fique à vontade para deixar uma mensagem final ao leitor do Whiplash!:

Sérgio: Eu é que agradeço a você, Ben, e site Whiplash! pelo suporte dado ao HEADHUNTER DEATH CULT e mais uma vez desculpe pela demora no retorno! Aos leitores, confiram "God's Spreading Cancer..." e "...In Deathmetallic Brotherhood", se não temem a escuridão... Permaneçam brutais, avessos às modas e tendências, apóiem o verdadeiro Metal Underground e mantenham-se distantes de Deus! Nós somos o câncer de Deus que se espalha... LONG LIVE THE DEATH CULT!!!

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Contato:
http://www.headhunterdc.net
http://www.myspace.com/headhunterdc

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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