Gigantour: "Sempre existirão pessoas para falar mal", diz Mustaine
Por Alex Silva de Chico e Paulo Nesso
Fonte: Megadeth World
Postado em 15 de abril de 2008
Após passar os últimos dois meses fazendo turnê pela Europa e Reino Unido, a terceira edição do festival itinerante anual, a Gigantour, terá início amanhã (12 de Abril) no Filmore em Denver. A série de shows - com MEGADETH, IN FLAMES, CHILDREN OF BODOM, JOB FOR A COWBOY e HIGH ON FIRE – vai até 22 de maio no Mesa Amphitheatre em Phoenix.
Muitas das datas na América do Norte para o festival, já estão esgotadas, com ingressos que vão de aproximadamente $35 a $40 dólares. Enquanto a Gigantour não pode fazer o que Sharon Osbourne fez, dando de graça a entrada do Ozzfest ano passado, Dave Mustaine fala para Billboard.biz que ele está fazendo o que pode para manter o preço dos ingressos baixos.
"Um preço razoável para o ingresso faz a audiência se sentir respeitada," diz Mustaine, que fundou a Gigantour em 2005. "Eu quero que eles vejam grandes bandas e que possam ir embora com dinheiro em seus bolsos."
A edição da Gigantour em 2006 – contendo MEGADETH, LAMB OF GOD, OPETH, ARCH ENEMY, OVERKILL, INTO ETERNITY, SANCTITY e THE SMASHUP – embolsou $1.8 milhões e levou próximo de 70,000 pessoas em 20 shows, de acordo com a tabela da Billboard. As performances nos shows filmadas na Gigantour 2006 serão lançadas no CD/DVD "Gigantour 2", que chegará via Image Entertainment em 22 de Abril. O CD/DVD oferece uma olhada nos bastidores da excursão de 2006, junto com faixa bônus do MEGADETH com a música "Peace Sells".
Mustaine recentemente falou com a Billboard.biz sobre lançar a Gigantour, o benefício de um festival itinerante, sobre lidar com chatos e os planos futuros do MEGADETH.
Desde que fundou a Gigantour em 2005, você teve uma participação muito significativa na escolha dos artistas para a turnê. Explique como esse processo funciona.
"Eu não necessariamente os localizo, mas quando vem para mim a aprovação final, é minha a decisão... Nosso foco principal foi o de ter bandas que possuem guitarristas que fazem solos. Então nós unimos tudo isso e queríamos que fosse um festival de guitarristas – positivo e encorajador para os garotos irem e estarem protegidos. As mães deles não vão dizer, 'quer saber? Isso não é legal para você ir. Você deve esperar até ficar mais velho'. Qualquer idade pode vir a estes shows".
Você já lidou com bandas jovens que querem muito dinheiro para tocar?
"Houve algumas bandas as quais conversamos ano passado – uma banda em particular da Bay Area que eu realmente gostei. Eu perguntei se eles queriam participar, e a quantia que eles pediram era fora do real. Eu poderia ter pagado, mas eu não compro o talento, eu apenas escolho. E isso foi uma boa coisa, porque provavelmente eu estaria pagando demais por alguns desses caras. Pessoas do ramo me informaram que eles valem algo em torno de $2.000 por show, e eles pediram algo em torno de $10.000. É uma diferença considerável em 40 shows".
Qual resposta você teve após o lançamento da Gigantour em 2005?
"Eu nem consigo mais dizer quantas vezes me disseram que achavam Gigantour um nome estúpido. Mas sempre existirão pessoas para falar mal. Existem pessoas que não gostam de mim simplesmente porque eu nasci, e para mim está bem. Você precisa ter pessoas que acreditam em você. Você tem que trabalhar os relacionamentos com as pessoas, porque todos nós temos diferenças. Quando você tem problemas com outro indivíduo, você tem que achar uma forma para lidar com isso".
Você é um músico que está fazendo turnês por mais de 25 anos. Qual é o benefício de fazer um festival itinerante em vez de ser a banda principal de seus próprios shows?
"Dá mais variedade, e torna mais acessível para a audiência. Se fosse apenas eu por conta própria, eu teria obviamente mais gastos para cobrir. Sendo um negócio, você precisa pensar em todas essas coisas. Se você tem outra banda e eles têm potencial de não vender o mesmo ingresso em duplicidade [vender ingressos a outro público], irá me ajudar em ter a possibilidade de cobrir nossas despesas e levar o festival para lugares de maior capacidade. Tudo se baseia em pisar em chão firme. Nós não queremos ir a lugares e ter uma grande quantidade de ingressos não vendidos".
Eu soube que tem algumas pessoas que ficam tentando te irritar nos shows do Megadeth. Como você lida com eles?
"Você vê esses caras que pagam 35 dólares para vir e ficar tentando me irritar. Não aprendi como os fazer calarem a boca, eles nunca estiveram em um show do Megadeth. Hoje em dia já consigo saber quando tem alguém querendo me tirar do sério. Só não respondo mais a eles".
Você aconselha as bandas mais jovens na Gigantour?
"Isso não me compete. Muito do auto-descobrimento – ou decepção – vem de coisas como essas. Você precisa aprender isso, porque se você não pagar suas dívidas, você será como um monte de bandas do momento que vende milhões de discos, e depois sendo espancados quando sobem ao palco. Eles não têm o que é necessário. No estúdio eles são fantásticos, mas uns completos babacas e fraudes no palco. Toda a maquiagem, tatuagens, delineadores e roupas pretas podem parecer legais nas fotos, mas quando sobem no palco, são horríveis".
Quando os fãs verão o novo disco do Megadeth?
"A Roadrunner Records extendeu a sua opção para um novo disco nosso. Estou muito sobrecarregado para ter que ir ao estúdio agora, porque estou exausto. Assim que terminarmos a Gigantour, tenho certeza que irei tirar uma folga muito bem merecida. Mas um músico nunca para de compor. É como pedir a um cozinheiro que pare de cozinhar".
Fonte: Billboard Biz. Saiba mais sobre a Gigantour aqui e confira as datas dos shows neste link.
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