Gene Simmons fala sobre política e Reality Show
Por Eliseu Baldo
Fonte: Blabbermouth
Postado em 28 de maio de 2007
(Nota do Editor: este texto é uma tradução ampliada da entrevista publicada ontem, dia 27 de maio)
O Radar Online conduziu recentemente entrevista com o baixista/vocalista do KISS, Gene Simmons.
Radar: Você parece ter um profundo respeito pelos soldados que encontrou no Camp Pendleton. Qual o motivo disso?
Gene Simmons: "É embaraçoso o que está acontecendo com a América hoje em dia. Eu estou envergonhado. A mesma coisa ocorreu no Vietnam e eu vivi naquela época. Era inacreditável. A resposta parece ser, para alguns experts em política, algo como só levantar e sair e os caras maus decidirão, 'Hey, vamos nos desarmar e tudo ficará bem'. Estou tão puto e cansado de comportamentos idiotas como esse".
Radar: Estou imaginando que você não é a favor das retiradas de pagamentos das tropas no Iraque que estão sendo apresentadas agora no congresso.
Gene Simmons: "Não é a questão da política e os pagamentos; é como tratamos nossos militares. É como tratamos nossos jovens que vão lá, com 18 anos de idade e arriscam suas vidas. Não há fama para eles, que certamente não estão ficando ricos, e muitos deles estão morrendo, simplesmente por algo em que acreditam. A propósito, é um exército voluntário, todos voluntários. O fato que ninguém teria algo a dizer sobre isso é surpreendente. E o hospital VA [N.do tradutor: hospital militar] a que Sophie e eu fomos fica a apenas uma hora e meia de Malibu. Estes idiotas não podem levantar a bunda de suas casas de 10 milhões, entrar em seus carros importados, dirigir até o hospital e dizer 'Ei, o que vocês fazem é importante'. Não importa o que eles pensam do presidente Bush. Importa que gente de 18 anos está indo pra lá e arriscando suas vidas. Eu não vejo uma só pessoa lá. É embaraçoso. Estou aqui em Hollywood furioso".
Radar: Você acha que as tropas no Iraque não têm o respeito que merecem?
Gene Simmons: "Eu acho que está cada dia pior, pois ninguém sequer fala sobre isto. Nós tinhamos um diálogo. Quero dizer, havia marchas de paz, e as pessoas esquecem isso, mas os veteranos do Vietnam que voltaram foram esbofetados. Agora, só recebem apatia por parte de todos".
Radar: Mas parece que estas pessoas estão protestando contra a guerra, não contra as tropas.
Gene Simmons: "Eu não vejo diferença. Ajuda e conforto para o inimigo é quando você o faz através da mídia, e há grandes manchetes tipo 'perdemos a guerra' e coisas do tipo. O que faz você pensar que qualquer graduado em uma Madrassa [Nota do editor: Seminário religioso Muçulmano] no Oriente Médio não esteja explorando isso? Em outras palavras, faça uma grande cópia [das manchetes] e mostre para todos".
Radar: O que você diz para pessoas que implicam com o merchandise da banda, tal como o 'Caixão do KISS'?
Gene Simmons: "Oh, eles são as pessoas que cortam minha grama e pegam meu lixo. É fácil sentar no trono e apontar os dedos. As pessoas acham que KISS é diferente de outras bandas. Somos exatamente o mesmo que REM, U2 ou qualquer outra. Eles vendem camisetas também. É que fazemos coisas que nenhuma outra banda pode fazer. Não há quadrinhos dos Rolling Stones. Não importa quanto eu pense em Mick Jagger como um ícone que sobreviveu a todo mundo no Rock até hoje, eu não quero vê-lo numa caverna voando pelo ar".
Radar: Vocês pararam de chamar suas turnês de "reunião" ou "de despedida"?
Gene Simmons: "Quem se importa? Não é verdade, não importa o que você diga, quando você sai do palco e todo mundo está aplaudindo, você volta, e isso é chamado bis? Você não disse de fato 'boa noite' às pessoas e saiu? O que faz você pensar que a vida é diferente? A vida é constituída de oferta e demanda. Esta será nossa última turnê. É isso. [a cantora Barbara] Streisand, todo mundo diz a mesma coisa. E a propósito, quando você está dizendo algo é porque você fará. E então quando a demanda chega a ser muito pra aguentar, você pensa: 'ok, eles nos querem' [de novo]".
Radar: Eu tenho assistido alguns episódios antigos de "Family Jewels", e algumas cenas parecem ter tido parcialmente ensaiadas ou até mesmo refilmadas. Foram?
Gene Simmons: "Não temos muita culpa sobre isso. As equipes de câmeras têm que saber onde você vão e o que vão fazer. Ninguém diz o que se deve falar, mas algumas vezes, assim que você liga a câmera, a realidade passa a ser apenas uma nova versão. As pessoas estão cientes que há câmeras lá, e mudam seu comportamento, incluindo os palhaços. E eu queria ter um bastão para [golpear] cada um desses caras que pulam pra cima e pra baixo atrás de um repórter na rua fazendo uma reportagem sobre incêndio. Há alguns idiotas que fazem isto. Devia haver também policiais idiotas com bastões, de forma que assim que começassem a bagunçar seriam golpeados. Me coloque nesta função que eu garanto que consertaria tudo".
Radar: Shannon e as crianças ficaram felizes quando começou o "Reality Show"?
Gene Simmons: "De fato eles não gostaram. Inicialmente foi feito um piloto em 10 partes como 'extra' e eles gravaram dez trechos de cinco minutos e nomearam 'The Simmons', imitando 'The Osbournes'. A diferença é que não resultou em algo patético. As pessoas ficaram chocadas ao descobrir que somos as pessoas mais educadas, polidas e responsáveis que já encontraram. A audiência foi grande, e eles ficaram meio que impressionados, e fascinados por pessoas que de fato se comportam bem. Já que todos na TV, não importa se é Paris [Hilton] - Deus a abençoe, acho que ela é uma instituição americana, a propósito - ou os idiotas de Hollywood... [o raciocínio é interrompido quando ao fundo se ouve a voz de Shannon gritando 'perdedores!' e Gene ri] Esta é Shannon... ela é tímida... é um desgosto assistir a um Reality Show. O que se vê são pessoas disfuncionais"
Radar: Você assistiu "The Osbournes" e pensou: "Oh, eu não quero entrar nisso... Não quero ser enquadrado desse jeito?"
Gene Simmons: "Ficamos temerosos quanto a isso. Somos quem somos, e não podemos ser ninguém mais. E Ozzy tem sido um amigo por trinta anos. Eu o acho um doce. Mas nem eu nem você podemos falar por sua família. É a família dele e é o que ele faz.
Leia o artigo completo (em inglês) neste link.
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