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Chrome Division: a importância da cerveja

Por Rafael Carnovale
Fonte: Mundo Rock
Postado em 10 de dezembro de 2006

Quando foi anunciado que Sagrath (vocal do Dimmu Borgir) estava montando uma banda com Eddie Guz (vocais), Luna (baixo), Ricky Black (guitarras) e Tony White (bateria), muitos pensaram que estaríamos diante de uma banda de black metal. Mas "Doomsday Rock N’ Roll" é um disco de rock pesado, crú e direto, um filho do Motorhead, com Shagrath na guitarra. Para falar sobre esta nova banda, cujo CD chega ao Brasil via Nuclear Blast, conversamos com o vocalista Eddie Guz.

Entrevista originalmente publicada no portal Mundo Rock

Mundo Rock – Porque você e Shagrath decidiram formar uma banda tão diferente do Dimmu Borgir como é o Chrome Division?

Eddie Guz – Era algo que vínhamos combinando já a algum tempo. Shag e eu somos bons amigos e queríamos fazer um som diferente. Foi algo natural. Assim que o Dimmu deu uma pausa em suas atividades começamos a trabalhar para ver se o projeto rolaria. E funcionou. Shag sempre quis fazer algo fora do black metal, e estamos nos divertindo muito. Esta banda é mais heavy , mais rockeira.

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Mundo Rock – Como vocês acharam seus companheiros de banda? Aquele papo de um monte de bêbados num bar é verdade?

Eddie Guz – (Gargalhadas) Claro que sim! De fato a cerveja ajudou a fundar grandes bandas (Mais Gargalhadas). Os caras eram nossos conhecidos e fomos começando a ensaiar. Foi algo bem natural (Risos).

Mundo Rock – Vocês disponibilizaram três músicas em seu "website" antes do CD ser lançado. Como foi a resposta? Muitos estranharam não estar diante de um projeto black metal?

Eddie Guz – A resposta foi ótima e de fato muitos não entenderam que não éramos mais uma banda black metal. Mas gostaram muito. Alguns fãs mais radicais tiveram problemas para entender, mas era algo que já esperávamos.

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Mundo Rock – Vocês assinaram um contrato com a Nuclear Blast. Como analisam o trabalho deles com um projeto novo como o Chrome Division?

Eddie Guz – Bom... só o fato de eu estar aqui falando com você do Brasil já mostra que os caras são bons (Risos). São amigos, profissionais e sabem bem como fazer toda a parte de marketing e contatos. Funciona bem para nós.

Mundo Rock – Vamos falar sobre "Doomsday Rock N’Roll". "Serial Killer" tem muita influência do Motorhead e eu achei várias similaridades com "I’m So Bad, Baby I Don’t Care". O que você acha disso?

Eddie Guz – Cara... essa opinião é legal, mas estranha. Eu amo Motorhead, não uma música específica, mas a obra como um todo. Mas há similaridades sim. Não é algo intencional, mas sim o que queremos fazer. É uma puta banda e ser comparado a eles é muito positivo para nós.

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Mundo Rock – Ao mesmo tempo podemos perceber alguns solos bem heavy tradicionais como acontece em "Hate". Vocês podiam imaginar que o Chrome Division soaria como se as guitarras do Iron Maiden se fundissem com a agressividade do Motorhead?

Eddie Guz – YEAH! É algo que sempre planejamos. Trazemos nossas idéias bem calcadas nos anos 80, e gostamos de dar uma refinada em alguns solos. Traz energia e ao mesmo tempo soa muito legal de ter em nosso CD.

Mundo Rock – Como é processo de composição das músicas? Todos participam?

Eddie Guz – Shagrath escreve quase todo o instrumental e eu faço as letras, mas todos participamos de um jeito ou de outro quando ensaiamos, pois nossas influências aparecem e nosso toque pessoal é colocado nas músicas. É o velho jeito de compor: uma "jam", escrever, ensaiar, tocar ao vivo... algo espontâneo.

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Mundo Rock – "Trouble With The Law" me lembrou os primeiros trabalhos do White Zombie. De alguma maneira eles o influenciaram?

Eddie Guz – Sim... eu concordo, mas sou mais ligado na carreira solo de Rob Zombie (Risos). De qualquer maneira é uma ótima faixa, mais cadenciada e bem divertida. Gosto de tocá-la.

Mundo Rock – "When The Shit Hits The Fan" é quase um hardcore, com uma letra inusitada. Fale sobre ela:

Eddie Guz – É uma ótima música para fechar o CD. Uma atmosfera bem pesada e intensa. Falamos sobre aquelas horas em que você pensa em jogar tudo pro alto, soltar um "FODA-SE" enorme e ir para o inferno. O título resume isso: tudo de pior que pode acontecer. É bem divertida não? (Risos).

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Mundo Rock – Como foram os primeiros shows? Como estão os planos para turnês?

Eddie Guz – Fizemos um show em Oslo (Noruega) e foi muito bom. Agora o Dimmu Borgir está em estúdio, logo não poderemos fazer muita coisa, pois Shag ficará ocupado. Não há shows programados, é algo complicado quando um de seus membros é de uma banda muito grande, mas vamos ver o que acontece. Espero que possamos fazer algo antes do Dimmu começar sua turnê.

Mundo Rock – Como você mesmo falou, Shagrath está agora em estúdio com o Dimmu Borgir. Não seria uma boa o Chrome Division abrir os shows do Dimmu Borgir em sua nova turnê?

Eddie Guz – Seria ótimo e conversamos sobre isso algumas vezes. Nos colocaria diante de uma galera bem selvagem e seria nossa prova de fogo como banda. Mas isso depende de Shagrath quere tocar em duas bandas num mesmo dia, é algo que só ele pode decidir. Seria sensacional pois teríamos muitos locais para tocar e muitos países a visitar. Vamos ver como isso pode acontecer, se pode... quando o Dimmu Borgir lançar seu novo CD.

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Mundo Rock – Falando assim é algo lógico imaginar que vocês estejam com músicas novas prontas... como estão os planos para um segundo CD, caso ocorra esse hiato de shows?

Eddie Guz – Sim... separadamente já temos seis músicas para finalizar. Quem sabe em março/abril de 2007 entremos em estúdio para trabalhar nelas com mais detalhamento. Em Maio/Junho o Dimmu Borgir deve entrar em turnê, logo se quisermos lançar alguma coisa em 2007 temos que gravar antes disso... não sei se conseguiremos, mas haverá continuação para o Chrome Division, acho que daqui a 1 ano, ou 1 ano e meio. As músicas estão mais heavy metal, uma está bem boogie-rock (!) e outra mais radical... um pouco diferentes, mas nem tanto.

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Mundo Rock – Eddie, obrigado pela entrevista, o espaço é seu:

Eddie Guz – Obrigado, espero que possamos tocar para vocês em breve, mas isso depende de tantos fatores que não vou prometer nada!

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Sobre Rafael Carnovale

Nascido em 1974, atualmente funcionário público do estado do Rio de Janeiro, fã de punk rock, heavy metal, hard-core e da boa música. Curte tantas bandas e estilos que ainda não consegue fazer um TOP10 que dure mais de 10 minutos. Na Whiplash desde 2001, segue escrevendo alguns desatinos que alguns lêem, outros não... mas fazer o que?
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