Fê Lemos - Entrevista com o baterista do Capital Inicial
Postado em 28 de abril de 1999
O baterista do Capital responde a perguntas enviadas pelos fãs através da lista de discussão, fala da nova fase da banda, da sua relação com Renato Russo e da posssibilidade de gravar um disco com os antigos sucessos.
Retirado da página do Fã Clube Oficial Capital Inicial.
ATENÇÃO: Estas são as respostas de Fê Lemos. Não refletem necessariamente a opinião dos outros integrantes da banda.
FC / Gostaria que você fizesse um paralelo dessa nova fase com a época dos primeiros sucessos. O que mudou, tanto na carreira quanto na vida pessoal? (Ana Beatriz Neves - Mateus Leme - MG)
Fê / O que mudou é que temos que refazer uma carreira. Começar de novo sem ter parado. É engraçado. E também podemos olhar tudo o que aconteceu, com alguma distância, e tentar refletir um pouco. Certas escolhas ficam mais claras agora, a consequência de certos atos só aparecem agora. É um momento muito especial. Na vida pessoal, todos temos filhos agora, e o futuro, que parecia tão distante, que não precisávamos nos preocupar, chegou.
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FC / Já que a Polygram não pretende, aparentemente, relançar os quatro primeiros discos do Capital Inicial, é viável a gravação de um CD de músicas antigas, com uma nova roupagem? (Ricardo Liguori - SP)
Fê / Nós vamos gravar um disco com as músicas antigas. Não sabemos se será o próximo nem se será acústico, eletro-acústico, enfim, estamos conversando sobre os nossos próximos passos. Eu gostaria de gravar um novo disco com material inédito, mas para o ano que vem.
FC / O Capital Inicial saiu de um estilo mais pesado para voltar a fazer música com elementos dançantes. Foi uma opção para "voltar ao mercado"? (Ricardo Liguori - SP)
Fê / Nosso disco mais pesado é "Rua 47", que é um desabafo, um disco amargo. Provamos que podíamos fazer um disco independente e ir à luta. Foi um disco bem próximo da nossa sonoridade ao vivo, já estávamos sem teclados a dois anos. Contudo, desde o início nós sempre nos preocupamos em misturar o pop às nossas raízes punk. Em discos éramos mais controlados, no palco mais pesados. No "Atrás dos Olhos" tentamos (e conseguimos, na minha opinião) essa alquimia . Usamos teclados menos presentes, maior ênfase à guitarra, e usamos loops de bateria e percussão , p/ dar um viés mais dançante à algumas músicas.
FC / Músicas como "Mil Vezes" e "Desdêmona", do Capital Inicial, e "Inverno" ou "Freiras Lésbicas Assassinas do Inferno", da carreira solo do Dinho, nunca mais serão executadas ao vivo? (Ricardo Liguori - SP)
Fê / Provavelmente não, por enquanto. Eu adoraria fazer uma banda só p/ tocar as músicas que nós nunca (mais) tocamos ao vivo tipo Mambo Club, Rita, Espelho no Elevador, Um Arrepio, O Céu, etc..., enfim, porque não?
FC / Nesse novo álbum vocês mantiveram a sonoridade dos anteriores. O que vocês acham do que vem acontecendo com bandas como os Titãs? Para sobreviver no mercado é preciso mudar? (Ana Beatriz Neves - Mateus Leme - MG)
Fê / Ah, o mercado....Ah, o sucesso... Para sobreviver é preciso ter uma gravadora que grave e divulgue seus discos, e para isso você precisa que seus discos vendam pelo menos um pouco,100.000 por disco tá bom, e que você toque nas rádios pelo menos um pouco durante o ano, durante TODOS os anos, e que seus shows não dêem prejuízo para os contratantes, que apareça na TV, pagando mico de vez em quando... No fundo, se você consegue ter fãs, já é um grande passo (O mais importante!!!). AGORA, cada artista traça sua estratégia. Um dia nos disseram para nunca perder a simplicidade, e sabe o que a gente fez? "Você não precisa entender"! Bidu...
FC / Qual é a sua opinião sobre as bandas novas? Elas ainda são fiéis ao rock nacional? (Gilson de Sousa - BH - MG)
Fê / O rock nacional é feito pelas bandas brasileiras. O dia em que acabarem as bandas novas, acaba o rock nacional, e tudo o que existe agora será passado, história. O rock vive da renovação, e do legado das gerações anteriores.
FC / Quem é o personagem da música "A Saga do Homo Babaca"? (Ricardo Liguori - SP)
Fê / Essa eu respondo no livro!
FC / Qual o significado da música "Fátima"? É sobre religião, como alguns dizem, ou sobre política? (Cleber - SP)
Fê / Diz a lenda que o Renato escreveu essa letra no ônibus, indo para o ensaio do Aborto Elétrico. Eu acho que é uma crítica à fé, ao mesmo tempo que a reafirma. O cara era um gênio.
FC / É sabido que vocês tiveram alguns desentendimentos pessoais, quando da saída do Dinho. E agora, como está o relacionamento entre vocês? (Ana Beatriz Neves - Mateus Leme - MG)
Fê / Estamos muito bem, embora está claro que vamos ter que trabalhar muito, muito mesmo. Estamos confiantes porque vemos a satisfação dos fãs. E retomamos a nossa carreira. Tomar consciência de que precisávamos manter a banda original junta fez bem à todos.
FC / Ainda há divergências na banda sobre o estilo musical a ser seguido? (Ricardo Liguori - SP)
Fê / Não. Cada um gosta de um certo estilo de música, mas sabemos que cada um vai tocar do jeito que sabe, e que o que rolar vai ser a soma de nós quatro.
FC / O Loro não vai mais cantar? (Ana Beatriz Neves - Mateus Leme - MG)
Fê / Acho que vai sim. É só a gente falar para ele parar de cantar...
FC / Você acha que o Legião está fazendo falta para a geração de hoje? Qual era a sua relação com o Renato? (Gilson de Sousa - BH - MG)
Fê / Quem parte leva a saudade de alguém/ Que fica chorando de dor... É claro. O Renato foi o meu melhor amigo. Foi o meu padrinho de casamento. Nós ficamos distantes depois que eu vim para SP e ele foi para o Rio.
FC / Que fim levou a história do "caderno perdido" de Renato Russo? (Ricardo Liguori - SP)
Fê / O caderno foi devolvido à família do Renato.
FC / Como ficou o relacionamento de vocês com o Murilo e com o Bozzo? (Ana Beatriz Neves - Mateus Leme - MG)
Fê / A última vez que eu vi o Bozzo foi no show do Peter Gabriel, no Olímpia (SP) em 94(?). O Murilo eu encontro de vez em quando na noite, e já fui a um show dele. Tenho o CD demo dele, é muito bom. Mas a distância se torna inevitável.
FC / Qual foi a vendagem dos discos do Capital? (Isabela Almeida - Salvador-BA)
Fê / 250.000 / Capital Inicial; 120.000 - Independência; 60.000 os outros três (cada um); 20.000 - Rua 47 e Ao Vivo; 100.000 - O Melhor do Capital Inicial. ATENÇÃO: Não são dados oficiais.
FC / O que você acha da dominação do axé e pagode na atual programação radiofônica e televisiva? (Leonardo Luiz - RJ)
Fê / Acho um saco. Mas será que eles achavam um saco quando NÓS dominávamos? Não se esqueça que existem grupos de pagode com mais tempo de carreira do que a gente. E a voz do povo não é a voz de Deus? Será que "alguém" empurra ao povo o que ele quer ouvir ou será que ele escolhe o que realmente mais gosta? Quando é que eu vou poder ouvir drum'n'bass nas rádios brasileiras? Oh dúvidas... oh vida... Eu tenho certeza que na hora que aparecer algo bem legal e diferente todo mundo vai AMAR!
FC / O fã clube agradece a todas as pessoas que enviaram perguntas através da lista de discussão. Elas foram selecionadas e as que não apareceram nessa entrevista poderão ser utilizadas em outras. Algumas delas foram semelhantes e o Fê respondeu em uma só. Continuem enviando perguntas e sugestões para a nossa HP.
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