Em 13/12/2001: Morria o genial Chuck Schuldiner, a mente por trás do Death
Por Mateus Ribeiro
Postado em 13 de dezembro de 2019
O tempo passa muito rápido. Prova disso é que neste dia 13 de dezembro, a morte do genial Chuck Schuldiner, guitarrista, vocalista e mentor do Death, uma das maiores bandas da historia do metal extremo, completa 18 anos.
Charles Michael Schuldiner nasceu dia 13 de maio de 1967. O pequeno garoto se iniciou na música cedo, quando ainda tinha nove anos, ao ganhar de seus pais um violão, como uma forma de amenizar a dor da morte de seu irmão Frank, que faleceu aos 16 anos. Tempos depois, foi para a guitarra, sem saber que anos mais tarde, se tornaria um gigante das seis cordas.
No início dos anos 1980, montou o grupo Mantas, sua primeira experiência musical mais séria. Porém, o músico viria a se tornar uma lenda quando fundou o Death, um dos nomes mais importantes da historia do metal, sobretudo, dentro do death metal. Como principal compositor da banda, é justo dizer que a vida dele e a obra da banda se confundem.
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O estilo começava a dar seus primeiros passos, e bandas como o Possessed e o próprio Death foram de fundamental importância para que aquele som sujo, pesado e agressivo se tornasse um fenômeno de proporções mundiais. O primeiro disco do Death, o clássico "Scream Bloody Gore", acabou se tornando um dos pilares de sustentação do death metal, influenciando milhares de músicos e fãs até os dias de hoje.
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Já no segundo álbum, "Leprosy", é notório que o som da banda ficou mais lapidado, porém, sem perder o cheiro de morte, sangue e desgraça que dominava a sonoridade do Death. Tudo isso era ideia de Chuck, que além de tocar, cantava e escrevia muito, muito mesmo.
Os temas das letras começaram a apresentar críticas sociais no ótimo "Spiritual Healing". Chuck deixou de falar apenas sobre os temas mais batidos, e abordou temas delicados, como a utilização da fé como forma de manipulação. Além das letras, o som estava mais técnico, mostrando uma constante evolução.
Em "Human", lançado em 1991, o som do Death ficou quase irreconhecível, porém, excelente. O peso e a velocidade ganharam doses imensas de virtuosismo, o que tornou o som da banda algo complexo, mas muito, muito bem executado. Um salto e tanto na carreira do grupo (e obviamente, de Chuck).
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Naquelas alturas, Chuck já era referência tanto pelo seu estilo de tocar quanto pela sua obra, que já poderia ser considerada fundamental. O lançamento de "Individual Thought Patterns" só constatou mais uma vez o que alguns ainda não sabiam: Chuck Schuldiner já era um gênio da música extrema. Talvez, o maior deles.
Chuck sempre surpreendia a cada novo lançamento. não foi diferente com o maravilhoso "Symbolic", que conseguiu ser mais técnico e marcante que seus antecessores. O som extremo dos primeiros álbuns era apenas lembrança naquele momento. Muitas pessoas o consideram como o melhor álbum de toda a carreira da banda.
O último álbum lançado com o Death foi o excelente "The Sound Of Perseverance", que misturava thrash metal, progressivo e até mesmo algumas passagens do heavy. Tudo, obviamente, com muitos tempso quebrados, riffs furiosos e melodia. Um disco genial para fechar uma carreira curta, porém, inesquecível.
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No meio do caminho, Chuck fundou o Control Denied, um ótimo projeto paralelo, mas que não atingiu a popularidade de sua banda principal, o que convenhamos, era quase impossível. Mesmo assim, um ótimo disco, chamado "The Fragile Art Of Existence", foi lançado em 1999, com a mesma sonoridade apresentada nos últimos discos do Death, porém, sem Chuck nos vocais.
No ano de 1999, Chuck foi diagnosticado com câncer no cérebro. Aquele jovem, que tanto contribui para a música pesada, agora iria passar pela maior batalha de sua vida. Foram meses e meses de lutas, mas, infelizmente, Chuck faleceu no dia 13 de dezembro de 2001, com apenas 34 anos de vida.
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Sua morte completa 18 anos, e mesmo após tanto tempo, ele continua sendo considerado um dos músicos mais influentes de todos os tempos. Seu talento, sua técnica, seus riffs e solos jamais serão esquecidos.
Quanto aos fãs, que ficaram meio que órfãos após sua morte, resta ouvir seus discos maravilhosos, lançados durante a sua carreira, que infelizmente, durou pouco mais que uma década. Se estivesse vivo, certamente estaria explorando novos caminhos na música, e surpreendendo a cada lançamento.
Obrigado, Chuck, que deixou de ser um mortal para se tornar um ídolo eterno.
Observação: para quem quiser um resumo completo e muito bem feito da discografia do Death e da vida de Chuck Schuldiner, o grande Gastão Moreira fez um vídeo excelente.
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