Reformulado, veterano Cancer dá uma aula de death metal em "Inverted World"
Resenha - Inverted World - Cancer
Por Mário Pescada
Postado em 07 de setembro de 2025
Nota: 9 ![]()
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Idas e vindas, trocas de integrantes, longos períodos sem lançar material. O que acabaria com praticamente qualquer banda, parece fazer parte do DNA do Cancer, veterano grupo de thrash/death metal formado em 1987 que voltou a dar as caras esse ano com "Inverted World" (2025), lançamento Peaceville Records já disponível no Brasil via Shinigami Records.
O disco quebra um hiato de sete anos sem material novo, desde "Shadow Gripped" (2018), lançamento que, para delírio dos fãs, marcava o retorno do trio Ian Buchanan, Carl Stokes e John Walker. Só que mais uma vez o Cancer passaria por mudanças: de forma amigável, Buchanan e Stokes pularam fora pouco tempo depois, cabendo a Walker decidir o que fazer com o grupo. Para sorte nossa, ele foi arrumando a casa aos poucos e reformulou a banda com três novos membros.
Remetendo ao death metal classudo, no estilo Benediction, Obituary e Bolt Thrower, "Inverted World" (2025) é pesado e lento, na medida certa para bater cabeça. Não é qualquer grupo que consegue fazer um som assim não, com caixa para bater de frente com as centenas de boas bandas que tocam na velocidade luz e ainda assim ser considerada uma banda de peso.
Os temas giram em torno de comportamentos humanos condenáveis, como controle e dominação, massacres, fanatismo religioso doentio e mortal, mutilações sádicas, eugenia e até inspirado por um serial killer que dissolvia suas vítimas em ácido. A voz de Walker, combinada com o clima angustiante e perturbador das músicas, deixa tudo mais sombrio ainda.
E quanto aos "novatos"? Escolhas muito acertadas de Walker. Daniel Maganto (baixo), Gabriel Valcázar (bateria) e Robert Navajas (guitarra) são três ótimos músicos espanhóis que deram um gás novo para banda, especialmente Valcázar, baterista de mão cheia que colocou muitas mudanças e quebras de tempos.
Gravado no The Empty Hall Studio, na Espanha (todos residem lá), por Simón Da Silva e mixado por V. Santura (guitarrista do Triptykon) no Woodshed Studio, na Alemanha, "Inverted World" (2025) não tem firulas, efeitos, orquestrações, nada disso: é guitarra, baixo, bateria, voz e pau na máquina (assim como seu encarte que repete o clássico letras das músicas e fotos dos integrantes, apenas). De diferente mesmo, só a participação de Kriegod (Ibex Moon, Skeletal Augury) fazendo backing vocals em "Inverted World" e "Jesus For Eugenics".
Disco bonito, disco bem-feito, disco formoso, "Inverted World" (2025) ganhou lugar fácil entre os meus favoritos do ano. Em um "mundo invertido", um baita disco desses passaria em branco. Não deixe isso acontecer!
Formação:
John Walker: guitarra, vocais
Daniel Maganto: baixo
Gabriel Valcázar: bateria
Robert Navajas: guitarra
Faixas:
01 Enter The Gates
02 Until They Died
03 Inverted World feat. Kriegod
04 39 Bodies
05 Test Site
06 Amputate
07 When Killing Isn't Murder
08 Covert Operations
09 Jesus For Eugenics feat. Kriegod
10 Corrosive
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