"Stained Class", o álbum que moldou o futuro do Heavy Metal
Resenha - Stained Class - Judas Priest
Por Michel Sales
Postado em 10 de novembro de 2024
Nota: 10
Em 1978, o Judas Priest lançava seu quarto álbum, o discaralhaço 'Stained Class', um trampaço que levou o quinteto inglês a um novo patamar de sofisticação musical e lírica no final dos anos 70.
Numa época em que o Judas Priest já estava estabelecendo uma identidade sonora distinta - afastando-se do blues e do rock mais básico de seus primeiros trabalhos - Stained Class seguiu a linha de transição iniciada por Sad Wings of Destiny (1976) e Sin After Sin (1977), consolidando um som mais rápido, técnico e agressivo, que viria a influenciar uma geração de bandas de metal nos anos seguintes.
Dentre as faixas de destaque desse petardo, estão: "Exciter": A música de abertura é considerada um dos primeiros exemplos de speed metal, com seu ritmo acelerado e riffs cortantes. Ela influenciou diretamente bandas de thrash metal e power metal que surgiriam nos anos 80 e 90.
"Beyond the Realms of Death": Esta faixa é amplamente considerada uma das melhores composições da banda, com uma mistura de passagens lentas e emocionais com explosões de peso e velocidade. As letras abordam a alienação e o desespero, temas que viriam a ser recorrentes no metal.
"Stained Class": A faixa-título tem um som mais progressivo e apresenta letras introspectivas, discutindo a corrupção moral e a perda de valores em uma sociedade moderna.
"Better By You, Better Than Me": Uma regravação de uma música da banda Spooky Tooth, que ficou marcada pela controvérsia em 1990. A banda foi levada a julgamento por alegações de que uma mensagem subliminar na faixa havia incitado dois jovens ao suicídio. O caso foi arquivado, mas trouxe muita atenção negativa ao álbum e à banda.
O álbum foi produzido por Dennis MacKay, com a banda optando por uma produção mais limpa e precisa, que enfatizava a clareza dos instrumentos e a potência dos vocais de Rob Halford. A dupla de guitarristas K.K. Downing e Glenn Tipton foi crucial para o som único do Judas Priest, com seus solos de guitarra entrelaçados e riffs pesados. O baixista Ian Hill e o baterista Les Binks (em seu primeiro álbum com a banda) também se destacam, com Binks sendo elogiado por sua técnica e velocidade na bateria.
No geral, Stained Class abordou temas filosóficos e distópicos, refletindo sobre a condição humana, a moralidade, e o peso da tecnologia na sociedade moderna. As letras de Halford misturaram ficção científica com reflexões existenciais, algo inovador para a época, ampliando o escopo lírico do heavy metal além dos temas tradicionais de rebeldia e violência.
No cenário Heavy Metal, o impacto de Stained Class é muitas vezes citado como um álbum fundamental para a evolução do heavy metal. Ele ajudou a definir a sonoridade e estética do gênero, especialmente no que diz respeito à intensidade instrumental e vocais agudos e potentes.
Ainda na época de seu lançamento, Stained Class recebeu críticas favoráveis, mas seu verdadeiro impacto só foi reconhecido posteriormente. Muitos fãs e críticos consideram o álbum como um dos melhores da carreira do Judas Priest e realmente um precursor direto do thrash metal e do power metal.
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