Goldfinger: banda surpreende e supera álbum anterior
Resenha - Never Look Back - Goldfinger
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 08 de dezembro de 2020
Nota: 9
O mundo pode ter parado em 2020, mas o quinteto estadunidense de ska punk Goldfinger com certeza não. Ao longo da quarentena, eles prestaram um grande serviço aos fãs e à música e lançaram regravações de vários de seus clássicos, com cada membro se filmando de sua respectiva casa.
Não bastasse isso, eles surpreenderam os fãs com o anúncio de seu oitavo álbum, Never Look Back, cujo lançamento se deu menos de duas semanas depois. O que surpreendeu zero pessoas foi o vocalista e guitarrista John Feldmann mostrando que os mais de 50 anos de vida não estão pesando na voz, na atitude ou na vitalidade.
Mantendo a formação do álbum anterior - o excelente The Knife -, que consiste no baixista Mike Herrera (MxPx), o guitarrista Philip Sneed (ex-Story of the Year) e o baterista Travis Barker (Blink-182), o quarteto agora vira quinteto com a volta do guitarrista Charlie Paulson (OG).
A presença de uma guitarra a mais pode até não fazer a diferença que se esperava, mas este detalhe não abala em nada o fato de que Never Look Back é um dos álbuns do ano. Simples assim.
São dois os fatores que tornam este um dos melhores itens da discografia do Goldfinger. Primeiramente, a diversidade. Ska punk pode não ser o gênero mais aberto do mundo, mas com certeza há espaço para várias vertentes.
Canções lentas que flertam livremente com o reggae ("California on My Mind"), petardos rápidos onde os metais são apenas um detalhe ("Nothing to Me", "Cannonball"), faixas sui generis ("The Best Life", enriquecida com um órgão; "Careful What You Wish For", que põe o pé de leve no freio e abre espaço para a convidada Monique Powell (Save Ferris); e "Standing on the Beach", que introduz levadas e timbres atípicos para o álbum e para a própria banda) e, claro, canções que fazem o que podemos considerar como "Goldfinger clássico" ("Infinite", "The City", "Wallflower", "Good Guy", "Golden Days", "Dumb"), termo que aqui significa "faixas enérgicas com equilíbrio entre o lado 'ska' e o lado 'punk' e um ocasional tom de protesto".
O segundo fator é, simplesmente, a competência na execução: todos os instrumentos estão não apenas muito bem tocados, mas também bem audíveis e distinguíveis, o que resulta de uma produção primorosa.
A abertura "Infinite", vale comentar, tem John dividindo os vocais com Charles e Mike - assim, o que faltou de "encorpado" nas guitarras, compensou-se nos vocais.
É verdade que o álbum perde um pouco o gás na sua reta final, com as últimas três ou quatro músicas parecendo menos brilhantes que suas antecessoras. Só que os pontos fortes do trabalho são tão fortes que isto acaba sendo, a exemplo das três guitarras que parecem duas, apenas um detalhe que nada abala o conjunto da obra. E que obra!
Abaixo, a faixa "Wallflower":
Track-list:
1. "Infinite"
2. "The City"
3. "Wallflower"
4. "California on My Mind"
5. "Nothing to Me"
6. "Good Guy"
7. "The Best Life"
8. "Careful What You Wish For"
9. "Cannonball"
10. "Golden Days"
11. "Dumb"
12. "Standing on the Beach"
Sinfonia de Ideias
https://bit.ly/goldfinger2020
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