Dark Avenger: Quando o corpo padece, o eu lírico prevalece
Resenha - Beloved Bones; Hell - Dark Avenger
Por Ricardo Cunha
Postado em 25 de julho de 2020
Nota: 10
A banda foi formada no início de 1993, quando Mário Linhares se uniu a Leonel Valdez e Wagner Marcelo, para formarem o Atena, uma banda de Brasília que fazia um rock ‘n roll meio ao estilo "Rock Brasil" (Legião Urbana, Plebe Rude, etc.), cantando todas as músicas em português. Insatisfeito com o estilo do Atena, Mário Linhares decide dedicar-se ao estilo musical que realmente gostava que era o Heavy Metal oitentista feito por bandas tipo Manowar, Helloween, Iron Maiden, Metal Church, etc. e, contando com o apoio de Leonel Valdez, começam as mudanças dentro da banda, iniciando pelo nome, que muda de Atena para Rat White, nome este dado pelo ex-guitarrista Marcelo, mas esse nome não satisfez a maioria e por sugestão do ex-baixista Wagner Marcelo, logo mudaram para Dark Avenger.
Depois de vários registros, incluindo a duologia Tales of Avalon: The Terror (2001) e The Lament (2013), a banda chega a sua maturidade com:
The Beloved Bones: Hell. Novamente, um trabalho conceitual de duas partes, sendo esta, a primeira. A segunda parte não chegou a ser concretizada em virtude da "passagem" inesperada do vocalista e líder da banda, Mário Linhares no mesmo ano. HELL é o ponto alto da trajetória da banda. Nele é possível ver um grupo maduro e com domínio absoluto dos seus instrumentos. Sem falar na capacidade de compor temas complexos, com inflexões e nuances dignas dos maiores nomes do metal progressivo global. Musicalmente HELL supera o trabalho anterior tanto em gravação e produção quanto em execução e direção. Um álbum completo em todos os sentidos. Conceitualmente, trata do obstinado conflito existente entre razão e emoção, no qual o "Eu" do homem – o Eu lírico – luta pela própria preservação. Repito: uma obra genial na qual sobressai a capacidade dos artistas em musicar temas tão subjetivos de modo tão harmônico. O instrumental é pesado e a produção é impecável. Para um trabalho independente, fizeram algo extraordinário. Obra digna de nota máxima em todos os sentidos.
A Formação que gravou o álbum era composta por Mário Linhares (vocal), Glauber Oliveira (guitarras), Hugo Santiago (guitarras), Gustavo Magalhães (baixo) e Brendon Hoffmann (bateria). Kaio John (bateria) atuou como convidado.
Mário acabara de voltar de um giro pela Europa onde tratava da divulgação e distribuição do álbum no exterior. A segunda parte de The Beloved Bones, inclusive, estava prevista pAra ser lançada em 2019, mas seus planos foram subitamente interrompidos em 22/12/17, quando faleceu durante procedimentos para tratar de um edema pulmonar.
Que esta humilde revisão possa servir de homenagem e reforço à memória do artista e ao conjunto de sua obra.
FONTE: Esteriltipo Blog
https://wp.me/p16vjm-6Vc
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