Cellar Darling: Vida pós-Eluveitie
Resenha - Spell - Cellar Darling
Por Vitor Sobreira
Postado em 24 de janeiro de 2020
Com a ótima estréia em ‘This is the Sound’ (2017), o trio suíço Cellar Darling deixou claro que não seria apenas um mero projeto dos três ex-Eluveitie Anna Murphy, Ivo Henzi e Merlin Sutter. Deixou também um "gosto de quero mais". Dois anos depois do debut, saiu pela Nuclear Blast ‘The Spell’, que certamente fez a alegria daqueles que estavam aguardando por novidades. Lançado em março do ano passado, o trabalho reafirmou que a banda veio mesmo pra ficar, além de novamente estender a curiosidade e a ansiedade por vindouros trabalhos.
Se no primeiro álbum a dificuldade em querer classificar o som dos suíços foi grande, agora esse ponto está mais claro, onde o tempo de estrada e de desenvolvimento criativo estabeleceu um rumo cada vez mais Progressivo às canções, porém conservando alguns elementos Folk, além de não soar tão acessível (com aquela pinta comercial mesmo). Composições trabalhadas, sempre com uma pegada atual e que não deixaram o sentimentalismo se esvair, são características que permanecem na musicalidade do Cellar Darling, e sinceramente espero que não percam isso futuramente.
O track list é um pouco extenso, então vamos lá!
Começando com notas bem interessantes do inseparável hurdy gurdy de Anna, bastante melodia e um clima quase melancólico, "Pain" funcionou muito bem como abertura. Com breves e sombrios dedilhados de guitarra, "Death" vem em seguida, um pouco mais pesada e puxando de vez o ouvinte com a tensa ponte "Take my hand, I’ll never let Go", além de um profundo solo de flauta. Se focando em um suave Progressivo, "Love" só comprova que o trabalho começou muito bem.
Um detalhe que não pode ser deixado de lado é a sofisticação e a delicadeza no extremo cuidado com a criação das melodias instrumentais e vocais, perceptíveis por todas as faixas, e isso é um ponto extra!
Não sei vocês, mas faixas título sempre me geram expectativas, ainda mais quando o trabalho está prendendo verdadeiramente a sua atenção. Para quem estava sentindo falta dos elementos mais Folk "The Spell" tem alguns para fazer a alegria de todos, sem mencionar os vocais de Anne, que apesar da boa interpretação, por causa da repetição, chegam a ser cansativos. Mas não se assuste por esses pequenos deslizes, pois os acertos os superam com folga! Uma prova disso é a diversificada "Burn", que além do espaço para a guitarra trabalhar – aqui e ali, vamos ser sinceros – os vocais já descem bem melhor.
A produção de Tommy Vetterli (Coroner) conseguiu evidenciar as partes suaves e as com algum peso sem problemas, e é o que vemos em "Hang". Bem-vindas notas de piano surgem miraculosamente na experimental "Sleep" (que me lembrou um pouquinho o que a dinamarquesa Agnes Obel faz muito bem, no esquema voz e teclas). Entretanto, tudo se normaliza com a cadenciada e quase ritualística "Insomnia", que tem um belíssimo refrão! Ah, como curiosidade, o vocal de Anne por vezes me lembra o da neerlandesa Anneke van Giersbergen…
O começo hipnótico de "Freeze" nos leva mais uma vez às criativas e melodiosas linhas vocais – pois é, e você ainda tem alguma dúvida de que a moça é o centro das atenções no Cellar Darling? -, mas não gostei do instrumental servir apenas como pano de fundo, na maioria das vezes, sendo que os músicos têm capacidade para se destacar também. A curta "Fall", musicalmente, não acrescenta em nada ao track list, sendo facilmente ignorada em outras audições. Paralelamente a isso, temos a longa "Drown", com seus sete minutos nada desperdiçados – porém também sem outras grandes surpresas – onde uma guitarra tímida consegue se soltar brevemente com alguns riffs mais ousados e até bem modernos.
Discretos momentos que se aproximam mais do Folk novamente dão as caras em "Love – Part II", enquanto em "Death – Part II" temos a volta de um assombroso piano sendo acompanhado apenas pelos vocais, proporcionando um último ato que faz jus ao encerramento de um bom trabalho – que entre muitos altos, também tem alguns pontos baixos.
Não espere por passagens alegres e saltitantes, pois isso aparentemente não tem lugar no som dos suíços. Mas se quiser se surpreender com o bom gosto de melodias densas e refinadas, então fique à vontade pois, vale a experiência!
Faixas:
01. Pain
02. Death
03. Love
04. The Spell
05. Burn
06. Hang
07. Sleep
08. Insomnia
09. Freeze
10. Fall
11. Drown
12. Love, Pt. II
13. Death, Pt. II.
Formação:
Anna Murphy (vocal, hurdy gurdy, flauta e teclado)
Ivo Henzi (guitarra e baixo)
Merlin Sutter (bateria)
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