Monster Magnet: Dopes To Infinity, Stoner Metal com Space Rock
Resenha - Dopes To Infinity - Monster Magnet
Por José Sinésio Rorigues
Postado em 31 de julho de 2019
Nota: 9
Difícil falar de MONSTER MAGNET nas poucas linhas de que disponho. Esta banda, nascida em 1989, cujas composições mergulham de cabeça no Stoner Rock com atmosfera lisérgica mesclado a um Space Rock viajante, simplesmente mudou minha vida: fez com que eu saísse do Punk Rock e Grunge e mergulhasse, de vez, em algo mais pesado. Ou seja: a banda é um marco para mim, particularmente por causa do álbum Dopes To Infinity, que conheci lá em 1996, talvez o álbum que mais ouvi na vida.
Tudo começa com a faixa-título, bem espacial, viajante, trazendo peso na medida certa. Tudo nesta faixa é perfeito. Em seguida, somos atingidos pelo som espacial de "Negasonic Teenage Warhead", composição que resume muito bem a proposta da banda neste álbum, música pesada e viajante. "Look To Your Orb For The Warning", que fez parte da trilha sonora do filme Matrix, vem em seguida, despejando uma barulheira de primeira, viajante, cheia de variações e sonoridade espacial. Se você fechar os olhos, vai se imaginar numa viagem intergaláctica (ops, acho que quem viajou aqui fui eu)... "All Friends And kingdom Come" mergulha de cabeça na sonoridade espacial, sem rapidez e com um belo refrão. "Ego, The Living Planet" é, se não me engano, a primeira faixa instrumental gravada pelo MONSTER MAGNET em sua carreira. E que música magnífica! Quando o som é instrumental, tem de ser muito bom para não ficar enfadonho; e esta faixa não decepciona. A viagem continua com a ótima "Blow Em´ Off", rica em sonoridade espacial, com um belo refrão, faixa sem muito peso, mas excelente. A banda acertou a mão aqui. "Third Alternative" surge em seguida, cheia de variações, indo da sonoridade leve ao peso escancarado, vocal agressivo e poderoso. Esta faixa tem mais de oito minutos, mas não é nada enjoativa, o que é uma façanha. "I Control I Fly", a faixa mais pesada e rápida do álbum, tem sonoridade que remete ao Punk Rock. "King Of Mars", por sua vez, não tem muita rapidez, mas tem peso, é uma ótima composição e viaja por momentos de sonoridade espacial escancarada. "Dead Christmas" vem com sonoridade setentista, com aquele tecladinho à la IGGY POP e VELVET UNDERGROUND. Eu não gosto de álcool, mas meu irmão disse que esta é a música certa para se ouvir ingerindo umas cervejas. "Theme From Masterburner" é a segunda faixa instrumental do álbum. E que faixa! Cheia de variações incríveis, muito peso no momento certo, mesclado com momentos de menos peso. O álbum finaliza com a espacial, mas repetitiva "Vertigo". Som lisérgico, feito em cima de um trecho da faixa "King Of Mars". Cuidado aqui: este som não é ruim, mas corre sério risco de se tornar enjoativo, pois é muito repetitivo.
No geral, este trabalho do MONSTER MAGNET é um divisor de águas em sua carreira. Aqui, a banda deixa de lado a sonoridade meio Punk Rock, meio crua, de álbuns anteriores, e se entrega de corpo e alma ao Stoner Rock/Stoner Metal/Space Rock com sonoridade lisérgica e viajante. Bom demais! Se você não conhece a banda, comece por este álbum (ou pelo possante Monolithic Baby, que o grupo lançaria anos depois).
Formação do MONSTER MAGNET na época do álbum Dopes To Infinity:
*Dave Wyndorf – vocal e guitarra
*Joe Calandra – baixo
*Jon Kleinman – bateria
*Ed Mundell – guitarra
Track List do álbum Dopes To Infinity:
01 – Dopes To Infinity
02 – Negasonic Teenage Warhead
03 – Look To Your Orb For The Warning
04 – All Friends And Kingdom Come
05 – Ego, The Living Planet
06 – Blow Em´ Off
07 – Third Alternative
08 – I Control, I Fly
09 – King Of Mars
10 – Dead Christmas
11 – Theme From Masterburner
12 – Vertigo
Bandas similares:
BRAIN POLICE, da Islândia;
DANAVA, dos Estados Unidos;
DEVILLE, da Suécia;
NEBULA, dos Estados Unidos;
ROADSAW, dos Estados Unidos;
SPICE AND RJ BAND, da Suécia;
SPIRITUAL BEGGARS, da Suécia;
TRUCKFIGHTERS, da Suécia;
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