Sting & Shaggy: reggae agradável, mas descartável
Resenha - 44/876 - Sting & Shaggy
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 08 de maio de 2018
Nota: 6 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
De modo algum soa falsa ou oportunista incursão de Sting pelo reggae. Desde Roxanne ou Walking On The Moon, ouvem-se ecos jamaicanos na música do britânico. Músicos da ilha caribenha reconhecem que a popularização do ska e do reggae mundialmente não se deveu só a Bob Marley, mas também ao superestrelato do Police há 40 anos. Músicos da ex-colônia inglesa já fizeram alguns álbuns-tributo ao trio Sting-Copeland-Summers. Confira os volumes de Reggatta Mondatta: Reggae Tribute Album to The Police ou Spirits In The Material World: A Reggae Tribute To The Police ou ainda The Police in Dub.
Não deve soar como surpresa, portanto, que após retorno de leve ao rock com 57th & 9th (link para resenha, ao final desta matéria), Sting tenha optado por meter seu ferrão no reggae e alguns de seus derivados contemporâneos, através de parceria com o fusionista Shaggy. O resultado é 44/876, que em sua edição de luxo tem 16 faixas.
Bem fácil atirar pedras no álbum. A voz de Sting engrossou e em números como Waiting For The Break Of Day soa despersonalizada (o baixo vai bem, obrigado, confira o reboladão de Fathoms). Shaggy tem voz e pronúncia que irritam muita gente e Sting ainda tenta escorregar para um sotaquezinho forçado jamaicano, que dá para rir. E quando esses dois ricaços reclamam da situação política e, para fugir dela, vão ao Caribe cantar sobre paz e amor? Mas, há algo de irresistivelmente pop descartável que dá certo charme passageiro a 44/876.
Há reggae e derivados para diversos gostos. No raggamufin’ da faixa-título, evoca-se o fantasma de Bob Marley, mas o de Peter Tosh assombra a levada de Night Shift. Tem o dancehall de Don’t Make Me Wait e até reggae encontra Carruagens de Fogo (do Vangelis), em Love Changes Everything. Há o skank de Love And Be Loved e muito reggae pop, como Morning Is Coming.
Há o erro de Crooked Tree, onde Shaggy soa como Falcão, numa levada reggae cuja letra simula julgamento onde o jamaicano é o juiz e Sting o condenado. De rir ou chorar.
Embora o título homenageie os códigos telefônicos de seus países de nascimento, Sting e Shaggy amam mesmo são os EUA. Ambos são imigrantes em Nova York. E é em clima super Grande Maçã, que 22nd Street se sobressai. Dá vontade de ouvir passeando por Manhattan; nem Shaggy a estraga. E depois dela vem Dreaming In The USA, que não apenas remete ao clássico Surfin’ In The USA, dos Beach Boys, mas usa harmonias típicas daquele grupo. Soa como Beach Boys encontra The Police com participação de Shaggy. E toma babação de ovo pela terra da liberdade!
Outro ponto alto é o soul mod de Gotta Get My Baby, que teria ficado perfeita no álbum anterior e com parceiro outro, como Paul Weller. Seria um sonho o Modfather duetando essa delícia.
Sting e Shaggy já não são cool para a mocidade hip há tempos (Shaggy nunca foi), mas para um lual quarentão/cinquentão na praia 44/876 serve. Só este ano, porém. Quase tudo estará esquecido em 2019, porque é diversão só para agora.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
A icônica banda que negligenciou o mercado americano; "Éramos muito jovens"
"Comportamento de um ex-membro" impede Dave Mustaine de promover reunião do Megadeth
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo Corey Taylor do Slipknot
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Guns N' Roses teve o maior público do ano em shows no Allianz Parque
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Por que Dave Mustaine escolheu regravar "Ride the Lightning" na despedida do Megadeth?
Prika Amaral explica por que a Nervosa oficializou duas baixistas na banda
Guns N' Roses lança duas novas canções
Avenged Sevenfold lança single inédito para o novo jogo da franquia Call of Duty


A canção do Police que Sting tentou enterrar - literalmente; "Eu odiava tanto essa música"
O power trio que Eddie Van Halen achava chato e monótono de ouvir; "cansativo"
O baterista que Stewart Copeland e Phil Collins concordam ser o maior de todos os tempos
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


