The Dark Element: Álbum comercial e abaixo do nível dos músicos
Resenha - Dark Element - Dark Element
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 25 de dezembro de 2017
Nota: 4 ![]()
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Quando foi anunciado que Jani Liimatainen (ex-Sonata Arctica, Cain's Offering, Blackoustic) se juntaria a Anette Olzon (ex-Nightwish) num projeto, logo pareceu que tínhamos praticamente mais um supergrupo a caminho. E considerando o alto nível dos trabalhos recentes de ambos, coisa ruim não poderia sair disso.
Mas, por incrível que pareça, foi exatamente o que aconteceu nesta iniciativa batizada como The Dark Element. Sabe aquelas faixas comerciais que toda banda de power metal e/ou metal sinfônico enfia no meio dos álbuns para ganhar um vídeo e agradar suas gravadoras? Bom, o disco de estreia autointitulado deles é, basicamente, uma compilação disso. Reúne o que há de pior e mais fraco nos gêneros num trabalho essencialmente genérico.
Em alguns momentos, temos até tentativas constrangedoras (e fracassadas) de imitar o Nightwish, como em "My Sweet Mystery", "Dead to Me" e "The Ghost and the Reaper". Como se os profissionais envolvidos precisassem se sujeitar a isso. Cadê aquele vigor todo do Cain's Offering, supergrupo que envolve justamente Jani, o baixista e o baterista deste projeto, Jonas Kuhlberg e Jani ‘Hurtsi’ Hurula? Ora, não foram eles (acrescidos das lendas vivas Timo Kotipelto e Jens Johansson) que em 2015 lançaram um dos melhores discos de power metal da década, Stormcrow?
Mas é claro que o álbum tem seus acertos - e ele é tão sofrível que aquilo para o que normalmente torcemos o nariz acaba salvando o dia aqui: as baladas "Someone You Used to Know", "Heaven of Your Heart" e "Only One Who Knows Me". Será coincidência que elas parecem material não aproveitado da estreia solo de Anette, o agradável Shine? "Dead to Me", por sua vez, e apesar do que eu disse no parágrafo acima, é um dos poucos momentos em que o quarteto tenta realmente soar pesado, uma empreitada que termina bem para nossos ouvidos.
A maior parte da culpa da baixa qualidade do disco recai em Jani, afinal, ele fez tudo menos o vocal, o baixo e a bateria. Temos aqui um trabalho tímido na guitarra, que acaba muitas vezes soterrada sob arranjos pop nos teclados, talvez numa tentativa de fazer o projeto soar "moderno".
Anette, por sua vez, faz o possível para elevar o nível das músicas e aproveita muito mais o seu potencial, entregando uma performance condizente com sua média. O mesmo vale para os outros dois discretos integrantes. Mas como a esperança é a última que morre, não custa torcer para que o projeto volte um dia com um disco melhor, o que no caso significa um disco que faça jus à capacidade do time responsável.
Por mais que The Dark Element tenha seus bons momentos, é aquela velha história: deixemos a fanboyzisse de lado e reconheçamos quando músicos que admiramos não produzem algo a altura de suas capacidades.
Abaixo, o vídeo de "My Sweet Mystery":
Track-list:
1. "The Dark Element"
2. "My Sweet Mystery"
3. "Last Good Day"
4. "Here's to You"
5. "Someone You Used to Know"
6. "Dead to Me"
7. "Halo"
8. "I Cannot Raise the Dead"
9. "The Ghost and the Reaper"
10. "Heaven of Your Heart"
11. "Only One Who Knows Me"
12. "Dead to Me (Acoustic Version)" (faixa bônus da edição japonesa)
Fonte: Sinfonia de Ideias
http://bit.ly/thedarkelement
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