Foo Fighters: "Concrete and Gold" é um bom álbum de rock
Resenha - Concrete and Gold - Foo Fighters
Por Thiago Panhossi
Postado em 08 de novembro de 2017
Nota: 7
Quando o Foo Fighters anunciou uma pausa em 2015, pensei comigo: "nada mais do que normal para uma banda que não para de trabalhar". Quando Grohl disse que tudo isso não passava de uma brincadeira e que um novo álbum e turnês pelo mundo estavam por vir, fiquei felizão como todo "Foo" ficou, ainda mais depois de declarar que o novo álbum seria algo como uma mistura de "Motorhead e Beatles".
A primeira vez que ouvi 'Concrete and Gold' confesso que não gostei. Estava em outra pegada, fazendo meus aquecimentos para os shows (Millencolin e In Flames) que eu veria nas próximas semanas. Passados estes shows, dei uma nova chance. Como sempre faço ouço exaustivamente (até agora isso não aconteceu) no carro, nos meus longos trajetos de trabalho, escola do meu filho, etc, e posso garantir desde já: "Não ouse ouvir em baixo volume, você vai perder tudo que o álbum tem para oferecer".
Foo Fighters é uma das únicas bandas da atualidade capazes de lotar estádios. Tem seu estilo e sonoridade consolidados e carregam o rótulo dado pela imprensa (que para mim não faz o menor sentido) de serem os salvadores do rock. Com 'Concrete and Gold' a banda mantém a pegada dos últimos álbuns. Músicas muito bem estruturadas e com aquilo que já virou a cara da banda: o início calmo, tranquilo, e a evolução, quase imperceptível, do peso da música a partir do meio dela.
Vamos ao álbum. E como eu disse anteriormente: "ouça em alto e bom som".
Quando você ouve "T-Shit", a vontade de aumentar o volume é instantânea, mas para ouvir a melodia baixinha que ecoa pelos alto-falantes, e de repente aquele susto, BUM, e a certeza de que o álbum é realmente do Foo Fighters. Na sequência "Run" surge naquele esquema calmo, mas logo a sua batida sequenciada e as duas guitarras no mesmo tom entram na sua cabeça e fazem você ter vontade de sair pulando e chutando tudo que você vê pela frente. O vocal rasgado de Grohl, mesmo vocal que o fez ganhar o prêmio de melhor performance de hard rock/metal com "White Limo" em 2012, me agrada de mais.
A sequência vem com "Make It Right" mantendo a pegada, mas sem grande destaque. Seguido por "The Sky is a Neighborhood", mais lenta, mais melódica, mas completamente deliciosa de se ouvir. O refrão no estilo "coro" é como aquelas músicas que entram na sua cabeça e não saem mais. Normalmente isso acontece com música "ruim", mas eu não tenho problema algum em ficar com esse refrão o dia todo na cabeça.
"Dirty Water" me fez lembrar aquela história de Motorhead mais Beatles, cai bem na sequência para acalmar os ânimos e termina com aquele peso que agrada os fãs mais antigos da banda. Inclusive, essa música me parece soar completamente espetacular ao vivo.
A partir daí, confesso ter desanimado um pouco com "Arrows" e "Happy Ever After (Zero Hour)". Prefiro as músicas mais pesadas e essas duas não me agradaram muito. A música seguinte, "Sunday Rain", cantada por Taylor Hawkins segue a mesma linha. Gostaria muito de ver Hawkins cantando uma música de peso, o potencial do vocal dele é enorme. Veja ele cantando "Rock N' Roll" no emblemático show de 2008 no Wembley Statium, é sensacional.
Quando tudo parece acabado, felizmente surge "The Line", como um hino. Um ritmo animal, uma harmonia perfeitamente desenhada e uma melodia incrível. Na minha opinião a melhor música do álbum. Bate de frente com todas as clássicas, e excelentes, músicas do Foo Fighters como "My Hero", "Everlong", "Best of You".
Enfim, a última música: "Concrete and Gold". Tons mais baixos, melancólicos e uma melodia até depressiva encerra o "gigantesco novo álbum do Foo Fighters" (palavras de Grohl) que me agradou bastante. Vale salientar que a banda tem um incrível poder de transformar músicas que não chamam tanto nossa atenção, em grandes músicas performadas ao vivo. Mal posso esperar para vê-los no Brasil em 2018.
Sinto um pouco de falta da ‘zoeira’ que sentia ouvindo músicas como "Monkey Wrench", "Learn to Fly" e a pegada mais pesada de músicas como "All My Life" e "The Pretender", mas acredito que isso são temos passados e precisamos desapegar. ‘Concrete and Gold’ é um bom álbum de rock, longe do conceito "Motorhead + Beatles", mas definitivamente um bom álbum de rock.
Eu daria uma nota 7,0, passou por média.
O que você achou?
CONCRETE AND GOLD
FOO FIGHTERS
LançamentO: 15 de setembro de 2017
Gravadora: RCA / Roswell
Produção: Greg Kurstin
1. "T-Shirt"
2. "Run"
3. "Make It Right"
4. "The Sky Is a Neighborhood"
5. "La Dee Da"
6. "Dirty Water"
7. "Arrows"
8. "Happy Ever After (Zero Hour)"
9. "Sunday Rain"
10. "The Line"
11. "Concrete and Gold"
Apenas deixando claro: Não estou aqui para julgar o trabalho de ninguém, muito menos influenciar opiniões. Acredito que a música tem a função de nos entreter, e se ela cumpre este objetivo, deve ser considerada. Não li outras reviews, nem opiniões alheias. Estou apenas dando minha opinião como um mero fã e adorador do bom e velho (e eterno) rock and roll.
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