Steely Dan: "Aja", um verdadeiro clássico
Resenha - Aja - Steely Dan
Por Tiago Meneses
Postado em 18 de setembro de 2017
Nota: 10 ![]()
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Steely Dan durante sua carreira poderia ser visto mais como um quadro conceitual para a criação de música inventiva do que uma banda de rock típica, tendo como tutores os engenhosos da música, DONALD FAGEN e o infelizmente, recém falecido, WALTER BECKER. Embora a banda tenha gravado prolificamente durante a maior parte dos anos setenta, eles só fizeram apenas uma turnê por um breve período no início daquela década, decidindo assim que eles preferiam muito mais o estúdio e trabalhar na criação de uma série de álbuns irônicos, matizados e hiper alfabetizados bastante conhecidos por apreciadores de música com ganchos pop, uma elegante harmonia de jazz e sagacidade de dissecação.
Sob a superfície altamente polida da música da STEELY DAN, os ouvintes astutos podiam ouvir e sentir um amor visceral e uma identificação com a própria alma do jazz, onde esse ápice criativo se encontra no disco Aja, lançado em 23 de Setembro de 1977. Possuíam uma magia sonora perfeccionista que também havia certa qualidade acessível capaz de fazê-lo conectar-se com fãs musicais de diferentes tribos.
Aja é a combinação perfeita do alto nível de composição criativa, musicalidade e tecnologia de gravação de estúdio que cresceu a passos largos desde que os revolucionários anos sessenta chegaram ao fim. Sem dúvida alguma um disco que envelheceu muito bem.
A pronuncia para o nome do disco é "Ásia", e foi inspirada pelo continente. STEELY DAN tem várias músicas com uma influência do Extremo Oriente, já que DONALD FAGEN acredita que é um símbolo de sensualidade. Ele disse à revista Rolling Stone que o título veio de um amigo do ensino médio, cujo irmão estava no exército e voltou com uma esposa coreana chamada Aja.
WALTER BECKER E DONALD FAGEN usaram uma enorme variedade de músicos no álbum, escolhendo-os a dedo onde a ideia era para que cada um se adequasse individualmente nas faixas que participassem. O fotógrafo, Hideki Fujii, foi quem eternizou a atraente imagem da modelo Sayoko Yamaguchi em uma seção de fotos no OZ Studios. Patricia Mitsui e Geoff Westen deram o acabamento que a deixou como uma figura intrigante emergindo do ambiente preto e branco. Com uma linda sombra de vermelho e uma fonte exótica aumentando a distinção do título do álbum no canto superior direito, o motivo não só foi uma homenagem, mas representou um contraste impressionante com a vanguarda de The Dark Side of the Moon.
"Black Cow" é a música de abertura, por sinal, que música. O coro é bastante cativante e ainda consegue colocar um novo toque na estrutura e na direção da música. A bateria é um tanto contagiosa. Enquanto isso restante dos instrumentos também se mantem em alto nível, as harmonias vocais funcionam muito bem e nenhuma nota soa fora do lugar. Realmente uma faixa maravilhosa.
"Aja" não é apenas a faixa título, mas o mais belo momento do disco. Começa com alguns dos pianos de jazz mais lindos que já tive a oportunidade de ouvir, as linhas graves incisivas juntamente com o vibrafone também ajudam a preencher o som. Os trabalhos de guitarras são maravilhosos e as melodias vocais misteriosas e temperamentais não poderiam ser mais bem feitas. Uma música que exemplifica de forma precisa o quanto STEELY DAN é capaz de ser cirúrgica e apaixonada na maneira de tocar. Estruturas complexas e outras mais instrumentais com direito ao mestre WAYNE SHORTER emprestando seu talento a um exímio trabalho de saxofone. Aja sem dúvida é uma daquelas músicas que entram no rol da que falamos que só ela já vale o álbum, ainda que o disco tenha muito mais a oferecer. Uma dica é escutá-la com um bom fone de ouvido pra captar cada detalhe dessa obra de arte.
"Deacon Blues" é uma daquelas músicas que já soa maravilhosa nos seus dez primeiros segundos. Uma faixa bastante edificante no seu núcleo, mas ao mesmo tempo pode soar melancólica dependendo do momento que a ouvimos. Tem uma cadência jazzy e suave, tudo é bastante claro e de uma simplicidade encantadora.
"Peg" é provavelmente a música mais direta do "jazz" encontrado no disco, soando incrivelmente aleatória às vezes, enquanto permanecem juntas e nunca as sentimos desorganizadas. O riff de fundo é tocado tão eloquentemente dando uma incrível sensação de alegria no coração cada vez que o ouço.
"Home at Last" tem um excelente trabalho de piano logo no seu início e que continua por toda a sua extensão. Poderia dizer que é a faixa mais fraca do registro, mas não pra desmerecê-la, mas pra se ter uma ideia do quão alto nível é a música do álbum. Adorável e executada com uma qualidade de primeira como sempre, talvez um pouco mais longa que o necessário e que a deixa meio repetitiva, mas ainda assim com partes atraentes e interessantes.
"I Got the News" tem um trabalho de baixo e bateria com bastante groove. No geral uma excelente trilha, muito atraente e sempre adicionando camadas a fazendo crescer a todo instante. Um tipo de música que jamais faz com que o ouvinte fique entediado.
"Josie" é a música que fecha o disco com extrema maestria. Tem um dos riffs de guitarras rítmicas mais infectuosos já feitos pela banda. Apresenta uma linha incrível de baixo e bateria, coro cativante, bateria segura, linhas de guitarra sólidas, enfim, tudo como sempre bem encaixado e suavemente executado. Uma música pra finalizar um álbum que apresenta o que a STEELY DAN tem de melhor.
Quando nos perguntamos qual é a chave do sucesso de Aja, podemos pensar no quão tudo se encaixa musicalmente de forma perfeita. Bem como acontece, por exemplo, com Kind of Blues de MILES DAVIS, é um conjunto de peças fluindo juntas de maneiras completamente lógica e nada desperdiçada em termos de composições. Seja qual for o caso, este álbum cimentou firmemente o nome STEELY DAN nos ouvidos musicais mais exigentes do final dos anos 70. Um verdadeiro clássico.
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