Linkin Park: Não se parece com a banda de Hybrid Theory e Meteora
Resenha - One More Light - Linkin Park
Por Marcio Machado
Postado em 23 de maio de 2017
Nota: 5 ![]()
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É normal uma banda passar por processos de mudanças, e poucos os casos em que alguma seguiu a fio por anos e anos sem nenhuma em seu currículo, seja ela flerte com outros estilos, participações duvidosas, mudanças drásticas de sonoridade e por aí vai. Algumas são bem vindas, outras se distanciam completamente daquilo que a fizeram ter uma leva de fãs pelo mundo afora. O Linkin Park sempre foi uma banda que dividiu opiniões, e tanto angariou fãs como odiadores, e há um tempo eles deixaram de lado a banda com berros e guitarras pesadas, para um som mais brando, duvidoso em diversos momentos, mas ainda se tratando do Linkin Park. Mas dessa vez, até mesmo o fã mais ardoroso vai encontrar dificuldades para assimilar de cara "One More Light", o novo trabalho da banda que foi lançado na última sexta.
As coisas mudaram, e bastante, não se parece com a banda de Hybrid Theory e Meteora, nem há nenhum resquício desses discos por aqui, ao contrário, parece se tratar de um projeto paralelo, com Chester Bennington e Mike Shinoda, em parcerias com cantores do pop e alguns DJ's.
Mas afinal, o disco é ruim? Não, não se trata de um registro ruim, não totalmente descartável, as letras do disco são boas, os temas obscuros ainda continuam lá, mas o choque já dá primeira faixa, pode fazer com que alguns não sigam a frente, "Nobody Can Save Me" trata de encabeçar as coisas, e sem exageros, em primeiro momento, parece que iremos ouvir algo do Justin Bieber, e por aí se segue, barulhinhos, batidas eletrônicas e Chester cantando como Justin Timberlake, e é exatamente assim que as coisas se desenrolam.
"Good Goodbye" é música que a MTV abraçaria como preferida e a rolar o dia todo com seu clipe, rolam palmas, Mike com um rap xexelento, e ainda um tal de Pusha T, que me fez lembrar a parceria entre Paramore e B.o.B, anos atrás. Faixa bem morna, sem muito o que se falar.
Seguindo a frente, "Talking to Myself" talvez seja um dos poucos traços do antigo LP, bem distante, e parece ótima para animar alguma balada. Tem um bom refrão, mas nada muito além.
Voltamos a mais um momento Justin Bieber, mais barulhinhos na introdução, e mais batida eletrônica, e assim se desenrola "Battle Symphony". Me pergunto o que Brad, Rob e David faram na apresentação dessas músicas, animarão a plateia, fazer um lanche, responder mensagens no grupo da família, enfim, até aqui, um dos melhores momentos do disco.
"Invisible" é outro bom momento, faixa cantanda inteira por Mike Shinoda, e longe de seu rap, traz uma boa interpretação e sua voz parece combinar mais com essa proposta pop do que a voz de Chester.
Sendo a primeira música a ser liberada desse novo trabalho, "Heavy" foi responsável por preparar terreno para o que viria no disco todo. Um Chester calmo, uma levada água com açúcar, e o estilo pop enraizado de vez, ainda mais com a voz dividida com a cantora Kiiara, que dá um ar bastante teen, as coisas dão uma boa desanimada aqui.
A próxima faixa, "Sorry For Now" parece uma dessas coisas criadas pelo Skrillex em parceria com algum cantor, nesse caso, Mike Shinoda, que também leva essa a toda voz, e inverte os papéis com Chester, que faz a vez de rapper aqui em uma passagem, e vejam só, outro bom momento do disco e com a "segunda voz" da banda à frente. É uma das melhores de tudo aqui, com um clima bem alto astral e fácil de se pegar ouvindo mais de uma vez.
"Halfway Right" traz de novo esse Chester sem ânimo cantando de uma forma bem sem carisma, aliás, toda a faixa é, se arrasta sem muito ao que acrescentar.
Chegando a faixa título, está é a melhor faixa entoada pelo cantor outrora de cabelos verdes, e dedicada na sua estreia ao vivo à Chris Cornell, que era um amigo próximo de Chester. Apesar de longe das guitarras pesadas e berros, podemos ver aquele LP angustiado e de sentimentos aqui, faixa muito bonita e tende a se tornar um hino da banda e fazer corais nos shows.
Fechando o disco, "Sharp Edges" flerta com o country de forma discreta, e o trabalho construído por Chester na faixa anterior se esvai aqui, que invoca de cantar com uma voz esmilinguida que por vezes dá nos nervos.
E assim se encerra "One More Light", o mais "controverso" registro do Linkin Park, saem as calças largas, os cabelos coloridos, os berros e dão lugar à um som chiclete, sem muita identidade e de direção completamente oposta. Seria isso um amadurecimento ou preguiça e acovardamento da banda em seguir com suas origens e ideias?! Temos várias hipóteses, mas a questão é, e agora? Esse é o lugar que a banda ficará ou podemos esperar mais, ou menos num próximo lançamento?
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