Alice in Chains: resenha do EP "Sap"
Resenha - Sap - Alice in Chains
Por Brunelson T.
Fonte: Rock in The Head
Postado em 09 de maio de 2017
Em comemoração aos 25 anos de lançamento do 2º trabalho de estúdio do ALICE IN CHAINS, "Sap" (1992), segue a dissertação logo abaixo:
Layne Staley já esteve aqui antes (vocalista do ALICE IN CHAINS), mas na pequena cabine de voz que o estúdio London Bridge acomoda, Layne está cheio de frustração. O ALICE IN CHAINS ficou nesse estúdio durante uma semana inteira gravando o seu 2º trabalho de estúdio, o EP "Sap". Somente 04 músicas foram planejadas, mas o disco acabaria por chegar em 05 canções.
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Staley e a banda conhecem bem esse estúdio. É onde a 1ª demo do ALICE IN CHAINS e o álbum de estréia, "Facelift" (1990), foram gravados. Mas em uma tarde de sexta-feira, Layne está lutando para acertar as notas certas em uma das músicas mais assustadoras que o grupo jamais gravaria.
O engenheiro da casa e agora co-proprietário do estúdio, Jonathan Plum, se recorda: "A 1ª vez que ouvi Layne cantar foi na canção ‘Am I Inside’. Ele estava lutando com o seu passo musical... Na verdade, ele teve muito trabalho para cantar a canção corretamente". Com Ann Wilson da famosa banda HEART já ter estabelecido o seu vocal, a música estava completa e a pressão ficou 100% para Staley gravar o seu vocal em cima.
"Rick Parasher, que era o dono do estúdio e produtor do disco (e que também produziu o álbum de estréia do PEARL JAM, ‘Ten’, em 1991), continuou pedindo a Layne para cantar certas partes repetidas vezes, sendo que fiquei impressionado com o quão difícil foi para ele", disse Plum, que estava presente no momento. Parasher acreditava que sabia onde estava o problema. "Quando a banda saiu, mais tarde perguntei a Rick sobre isso e ele me disse que, para o estilo gritão de Layne, era mais desconfortável e teria que ser muito mais preciso nessas músicas acústicas e tranquilas. Ele apenas fez Layne alcançar novos limites vocais. Alguns dias depois eu ouvi como os vocais de Layne ficaram na produção final do EP "Sap", e Rick estava certo, Layne havia conseguido ‘pregar’ esse estilo em uma tomada ou duas. Depois daquele momento, a banda começou a gravar o clássico álbum ‘Dirt’ (3º trabalho de estúdio, 1992), e ele era simplesmente um vocalista incrível, cara".
No final de sábado à tarde, Layne Staley chegou ao estúdio um pouco cansado, mas em um clima de animação. No início da manhã ele ajudara o pai a cortar madeira. Jerry (guitarrista), Sean (baterista) e Mike Starr (1º baixista) estavam ocupados em estabelecer as suas guias ensaiando, então Layne decidiu sair da sala. Ele pegou o seu lanche e ligou a televisão, esperando assistir aos seus desenhos favoritos. "Isso mesmo, era Layne apenas jogado no sofá assistindo desenhos animados e comendo cereais para crianças", lembra Plum.
Plum falou mais de Staley: "Ele foi de longe o mais descontraído cara da banda. Ele foi muito gentil comigo. Por exemplo, uma manhã ele me perguntou quanto tempo eu tinha trabalhado em estúdios e se eu gostava do meu trabalho. Ele foi um dos poucos músicos que tomou tempo para perguntar sobre mim e compartilhar alguns momentos da sua vida normal. Pelo contrário, Jerry Cantrell nunca reconheceu a minha presença, ao menos se precisasse de algo. Ao mesmo tempo, eu também entendia que Jerry estava em um modo criativo muito intenso quando estava no estúdio. Ele não era cruel, apenas focado em seu trabalho. Pensando bem, Jerry foi a força criativa da banda com uma personalidade muito mais intensa do que Layne".
As sessões do EP "Sap" foram uma estranheza, no fato de que ninguém realmente sabia se estas sessões de gravação acabariam por trazer num lançamento. "Jerry só continuava jogando mais idéias para a banda", disse Plum. "As sessões foram certamente fora do normal, um monte de jams sendo tocadas ao redor e experimentando coisas novas. Algumas pistas que as gravações iriam ver a luz do dia, foram quando alguns dos vocalistas convidados apareceram para as sessões no estúdio. Chris Cornell do SOUNDGARDEN e Mark Arm do MUDHONEY (ambos a pedido de Cantrell) foram trazidos para cantar na música ‘Right Turn’ - que criou o super grupo mais curto da história, ALICE MUDGARDEN (conforme está descrito nos créditos do EP). Ann Wilson cantou os backing vocals nas canções ‘Brother’ e ‘Am I Inside’. Havia uma conversa para Kurt Cobain também entrar, mas o NIRVANA estava na Europa e o disco ‘Nevermind’ tinha acabado de explodir".
Plum recorda que ter a banda no estúdio por uma semana não foi uma tarefa tão fácil assim: "Foi um desafio para nós, eu era o coordenador assistente, mas era também responsável por limpar o estúdio e realmente fazer qualquer outra coisa que fosse necessário. Eu era o único empregado naquela época e naqueles dias o estúdio não estava bem montado para grandes projetos de grandes grupos. Sempre temos que lembrar que o ALICE IN CHAINS já era conhecido no mundo inteiro com a música ‘Man in the Box’, que havia sido lançada no 1º álbum. Eu me lembro até de correr para o restaurante mais perto para pegar comida tailandesa para a banda".
No segundo ao último dia de gravação, com as músicas sendo gravadas em rolo de fita e com o estúdio abrindo somente depois das 20:00hs (porque não tinha tanto movimento assim), os membros do ALICE IN CHAINS decidiram tocar numa festa após uma sessão no estúdio de 09 horas! E não seria a última. "Uma noite fui num clube noturno e tive que esperar até a banda resolver ir para casa. Tinha alguns amigos e fizeram uma grande festa. Embora fosse muito interessante assistir a festa da banda, eu não gostava de simplesmente ficar esperando para ir embora, sabe? Não era como se eu fosse convidado para festejar com o grupo", disse Plum.
O EP "Sap" terminou tendo 05 canções (todas inéditas): "Brother", "Got Me Wrong", "Right Turn", "Am I Inside", e a música não listada nos créditos, "Love Song" (o bebezinho do baterista Sean Kinney). Este EP seria facilmente um sucesso estrondoso na época, mas ele foi lançado sem nenhuma promoção comercial.
O fotógrafo Rocky Schenck tirou uma foto para a contracapa do EP: membros da banda urinando em suas próprias imagens, uma das sessões do álbum de estréia, "Facelift", e outro numa imagem promocional da turnê "Clash of the Titans" do verão anterior. A banda seguiria em frente e estava pronta para começar um novo capítulo em sua brilhante carreira.
Confira a música "Brother" que após a sua execução no acústico da MTV em 1996, ganhou um novo espelho na história da banda:
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