RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Ayreon: Mais uma joia desta fábrica de obras-primas

Resenha - Source - Ayreon

Por Victor de Andrade Lopes
Fonte: Sinfonia de Ideias
Postado em 30 de abril de 2017

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Já virou tradição: a cada dois ou três anos, o gênio e multi-instrumentista holandês Arjen Anthony Lucassen lança alguma coisa que conquistará os fãs e levará a crítica a rasgar elogios. Em 2017, não foi diferente.

Com The Source, ele retoma seu principal projeto, Ayreon, e nos leva bilhões de anos no passado, no planeta Alpha da Galáxia Andrômeda, onde o controle sobre o mundo é dado a máquinas na esperança de que elas resolvam os problemas ecológicos que o afligem. Para salvar o globo, elas determinam que basta eliminar a humanidade. Um grupo de dez alphas mais um computador leal à humanidade é selecionado para abandonar o corpo celeste decadente e garantir a sobrevivência da raça noutro lugar. O destino encontrado é um mundo aquático orbitando Sirah (mais conhecida como Alfa Andrômeda). A continuação da história? Basta ouvir o antepenúltimo lançamento do supergrupo, 01011001. Este disco marca o início de toda a grande história que Arjen nos conta há mais de 20 anos.

Ayreon - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Como de praxe, um time de primeira foi convidado a participar. Dois reaparecem pela segunda vez consecutiva: Tommy Karevik (Kamelot, Seventh Wonder) e Michael Mills (Toehider), que já haviam deixado sua marca em The Theory of Everything. Ambos interpretam os papeis d'O Líder de Oposição e o computador TH-1. A maioria dos outros cantores retorna de álbuns anteriores do projeto, algo inédito para o Ayreon, uma vez que Arjen prefere sempre trabalhar com sangue novo: James LaBrie (Dream Theater) como O Historiador, Simone Simons (Epica) como A Conselheira, Tobias Sammet (Edguy, Avantasia) como O Capitão, Hansi Kürsch (Blind Guardian) como O Astrônomo, Russell Allen (Symphony X, Adrenaline Mob) como O Presidente e Floor Jansen (Nightwish, ex-After Forever, ex-ReVamp) como A Bióloga. As novidades ficam por conta de Tommy Rogers (Between the Buried and Me) como O Químico, Nils K. Rue (Pagan's Mind) como O Profeta, Michael Eriksen (Circus Maximus) como O Diplomata e Zaher Zorgati (Myrath) como O Pregador. Nos solos, só novidades (e só feras): Mark Kelly (Marillion) num solo de teclado e Paul Gilbert (Mr. Big, Racer X), Guthrie Govan (The Aristocrats, ex-Asia) e Marcel Coenen (Sun Caged) em solos de guitarra.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Com tudo isso em mãos, o holandês entregou mais uma obra-prima do metal progressivo. Prometeu que o trabalho seria mais voltado para as guitarras e cumpriu. Se em The Theory of Everything os teclados estavam OVER 9000!! (não reclamo), em The Source os sons eletrônicos deram mais espaço às seis cordas. Há um foco evidente em riffs e solos, com os teclados acompanhando tudo na forma de órgãos e mellotrons. O peso é tanto que deixa o álbum próximo ao Star One, projeto de Arjen com riffs notadamente mais agressivos.

Como no lançamento anterior, as várias faixas (17 no total) foram divididas em quatro partes. A diferença é que, embora as canções emendem umas nas outras dentro de cada parte, você pode ouvir cada uma isoladamente numa boa. Em The Theory of Everything, isso ficaria estranho, pois cada parte é feita de dezenas de interlúdios e faixas curtas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Mas enfim, sem mais delongas, falemos da música em si. The Source abre com a estupenda "The Day That the World Breaks Down". Apesar de, com 12 minutos e meio, ser a mais longa, é um bom resumo da proposta musical do lançamento por conter passagens de diferentes climas e velocidades e estrelar todos os vocalistas, menos Zaher.

A melancólica "Sea of Machines" tem um refrão que nos remete à ótima "Closer to the Stars", do Star One (paralelos com esse supergrupo, como sugerido acima, podem ser traçados várias vezes ao longo do álbum, como veremos no decorrer desta resenha). Nela, o Profeta prevê elementos do futuro que figuraram nas histórias anteriores do projeto: um mundo "sob as ondas" ("Beneath the Waves"), um "cometa" ("Ride the Comet") e um castelo (Into the Electric Castle).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Depois da acelerada "Everybody Dies", que ganhou um lyric video, temos um ponto alto, que também ganhou um lyric video: "Star of Sirrah". Com referências à "eternidade líquida" ("Liquid Eternity") de 01011001, traz o primeiro solo de um convidado: Paul Gilbert, que faz um brilhante trabalho na segunda metade desta peça matadora. Esta é uma das que mais chega perto do Star One - com efeito, o riff principal parece tirar inspiração de "Earth That Was".

E falando em "that was"... na quinta faixa, "All That Was", afloram os temperos folk, como acontecia em "River of Time", do 01011001. Seu clima melancólico é acentuado pela harmonização dos vocais de Simone e Floor. "Run! Apocalypse! Run!" soa menos cataclísmica do que seu título sugere, mas a velocidade é condizente. Depois dela, mais um momento de melancolia em "Condemned to Live", o encerramento do disco 1, em que os personagens lidam com o sentimento de culpa por fugirem do planeta enquanto todo o resto - incluindo seus entes queridos - fica para morrer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

O disco 2 abre tão bem quanto o anterior, com uma tríade de faixas fortes: "Aquatic Race"; "The Dream Dissolves", que traz os solos inspirados de Mark Kelly e Marcel Coenen; e "Deathcry of a Race", uma faixa muito especial, pois traz a brevíssima, porém belíssima participação de Zaher Zorgati. Depois delas, a igualmente boa "Into the Ocean", que referencia mais o rock progressivo clássico sem perder o peso.

A boa "Bay of Dreams" nos leva à ótima "Planet Y Is Alive!", cujo início, de novo, faz chupim de Star One, desta vez da arrebatadora "Down the Rabbit Hole". Nela, temos um delicado solo de Guthrie Govan preenchendo um inesperado momento leve na segunda metade. A morna "The Source Will Flow" é o momento mais leve do disco, sem nadica de nada de guitarras, mas com uma passagem cantada por James que nos remete à parte cantada por David Gilmour no clássico "Comfortably Numb", do Pink Floyd.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Chegamos à reta final com a ótima e positiva "Journey to Forever", citando o "mundo sem muros" em que eles querem viver - e que é referenciado também em "Beneath the Waves" e no final de "The Sixth Extinction", do 01011001. Ela emenda numa espécie de encerramento duplo: "The "Human Compulsion", que reprisa o riff do terceiro quarto de "Sea of Machines" e, mantendo uma tradição dos encerramentos dos álbuns do Ayreon, coloca todos os personagens para cantarem brevemente suas considerações finais; e o encerramento de fato, a ameaçadora "March of the Machines", que conclui com o gancho perfeito para 01011001: "the age of shadows will begin".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Gostaria de dedicar espaço a algumas performances que merecem comentários a parte. A começar por Tobias Sammet, que, por um acaso, lidera o Avantasia, a metal opera mais famosa e bem sucedida da história. Que ele é um baita vocalista, ninguém duvida, mas o ambiente diferenciado do Ayreon lhe permitiu explorar aspectos pouco conhecidos de sua agradável voz.

O australiano Michael Mills é outro que merece aplausos. Ele já havia mandado muito bem em The Theory of Everything - quem não se arrepia com "The Parting"? -, mas é aqui que ele realmente mostrou toda a sua versatilidade vocal. E aproveito mais este texto para renovar minha recomendação para sua banda principal, Toehider, que trabalha com uma grande gama de subgêneros do rock e do metal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

As majestosas Floor Jansesn e Simone Simons, infelizmente as únicas mulheres, oferecem um lado vocal indispensável para uma metal opera com direito a dueto soprano em "Deathcry of a Race". Por fim, elogio novamente o tunisiano Zaher Zorgati. Como podem tão poucos segundos marcarem tanto? Para quem não sabe, os versos dele significam "Ele disse 'que se faça a luz'; e a luz se fez" em árabe.

Pra não dizerem que eu só babei ovo no texto - desculpem-me, mas é Arjen Anthony Lucassen - fica aqui uma observação. O excesso de passagens que dialogam com Star One empolgam, mas percebo uma certa autorreciclagem de riffs que me remete ao In Paradisum, do supergrupo Symfonia, encabeçado por Timo Tolkki, que teve fria recepção da crítica justamente por isto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Nesta vida, só temos duas certezas: a morte, e que Arjen colocará algo bom no mercado. The Source é uma aula de metal progressivo pesado, direto e voltado para a ficção científica e mais uma joia desta fábrica de obras-primas. A não ser que tenhamos o melhor ano da história do gênero, não leve a sério nenhuma lista de melhores lançamentos progressivos de 2017 que não inclua este discaço.

Abaixo, o vídeo da faixa "The Day That the World Breaks Down":

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Track-list:
CD1

Chronicle 1: The 'Frame

1. "The Day That the World Breaks Down"
2. "Sea of Machines"
3. "Everybody Dies"

Chronicle 2: The Aligning of the Ten

4. "Star of Sirrah"
5. "All That Was"
6. "Run! Apocalypse! Run!"
7. "Condemned to Live"

CD2

Chronicle 3: The Transmigration

8. "Aquatic Race"
9. "The Dream Dissolves"
10. "Deathcry of a Race"
11. "Into the Ocean"

Chronicle 4: The Rebirth

12. "Bay of Dreams"
13. "Planet Y Is Alive!"
14. "The Source Will Flow"
15. "Journey to Forever"
16. "The Human Compulsion"
17. "March of the Machines"

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Comente: Já ouviu? O que achou?

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Victor de Andrade Lopes

Victor de Andrade Lopes é jornalista (Mtb 77507/SP) formado pela PUC-SP com extensões em Introdução à História da Música e Arte Como Interpretação do Brasil, ambas pela FESPSP, e estudante de Sistemas para Internet na FATEC de Carapicuíba, onde mora. É também membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil e responsável pelo blog Sinfonia de Ideias. Apaixonado por livros, ciências, cultura pop, games, viagens, ufologia, e, é claro, música: rock, metal, pop, dance, folk, erudito e todos os derivados e misturas. Toca piano e teclado nas horas livres.
Mais matérias de Victor de Andrade Lopes.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS