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Motörhead: Um disco essencial com sabor de estrada

Resenha - We are Motörhead - Motörhead

Por Rodrigo Contrera
Postado em 08 de setembro de 2016

Sempre existirão muitas formas diferentes de analisar e curtir os 22 CDs lançados pelo Motörhead em toda sua história, que o Lemmy pôs a término com seu falecimento. Muitos sempre discutirão se foi uma banda de rock'n roll, simplesmente, como o próprio Lemmy dizia, ou se foi a banda que apadrinhou o heavy metal enquanto gênero, ou se foi uma banda com uma pegada punk que não explicitava algo de suas origens na história desse outro subgênero. Pois, como toda banda marcante, o Motörhead seguiu o seu caminho, e deixou um legado para que os outros dele bebessem, pura e simplesmente. Que houve CDs da banda que permaneceram na história, houve; o primeiro deles, homônimo, foi com certeza um deles, motivando até vídeos exclusivamente a respeito. Mas agora irei "analisar" outro, como sempre fazendo uso de excursos pessoais, qual seja, "We are Motörhead", do ano 2000. Vários são os motivos para fazer a análise deste CD, mas o maior deles, quem sabe, seja seu caráter anfíbio e sua representatividade em todo um elenco de emoções que ele traz à tona (para mim, pelo menos). Pois é um CD tosco, sim, mas intermediário, que divide águas, e o primeiro a promover e prenunciar a quarta fase da banda em toda sua história.

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Pois divido os CDs do Motörhead em quatro fases, bem distintas. A primeira vai até "Iron Fist", de 1982; a segunda, até "Bastards"; a terceira, até "Hammered"; e a última, até "Bad Magic". Meus motivos para dividir a discografia da banda dessa forma são bem claros: pegada, musicalidade, temas e som. Pois até "Iron Fist" o Motörhead mostra bem qual a sua pegada original, uma musicalidade tosca que reacente o rock mas que abusa do barulho para marcar presença; já até "Bastards" a banda parece procurar um jeito mais particular de tocar, diferente de tudo o que já foi, e sem beber muito de excessos; já de "Sacrifice" até "Hammered" a banda encontra tons mais suaves para dizer o que sempre esteve a ponto de dizer, sem com isso renunciar a seu caráter tosco, e até "Bad Magic" Lemmy encontra finalmente um tom seco e, por que não dizer, quase aveludado de dizer mensagens que se afastam de tudo o que parecia prenunciado, mas que aqui é explicitado. Não à toa o som foi mudando, nessas fases todas, a depender dos produtores, sendo que a última fase Cameron Webb foi absolutamente determinante (e explicitada nos vídeos sobre a vida e obra do Lemmy). Diria até que "Hammered" parece ser quase um filho bastardo, a depender dos xingamentos que o próprio Lemmy fazia quanto a seu desempenho no elenco todo de CDs.

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Já de cara lhes digo que "We are Motörhead" é um dos meus discos preferidos da banda. Por diversos motivos. O primeiro é a variação de tons que ele oferece, indo do mais rápido e brusco até o mais lírico. O segundo é a variação de temas que oferece, abordando desde algo bem rústico, como dizer aquilo a que a banda realmente se oferece, até lamentos em baladas românticas absurdamente impossíveis de superar. O terceiro é a variedade de influências que demonstra, indo desde o rock mais puro, passando por uma espécie de speed metal suavizado, e terminando no punk mais explícito, captado nas próprias músicas e no tom de batida. É um disco, assim, bastante anfíbio, mas com uma sonoridade bem pecular e completamente original. Um rebento da época, como que fazendo um contraponto a todas as influências das quais havia bebido e tornado algo bastante pessoal. Note-se, porém, que o CD nunca foi um dos mais citados, nem sendo também muito referendado pelos fãs, que preferiam outras faixas de outros CDs, até em rankings pessoais, e que dificilmente se metiam a cantar ou pedir, em shows, faixas deste CD. Em suma, um CD que pode facilmente passar batido, e que por essa mesma razão eu prefiro recuperar, não para os iniciados. Porque, justiça seja feita, é um dos CDs que eu mais ouço e canto, quando tenho tempo e pegada suficiente para isso.

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Já de cara, para quem o vê, o CD surpreende pela capa, pois não apresenta o Snaggletooth de um jeito chapado, como quase sempre, mas o coloca num contexto, numa espécie de cenário de guerra ou desolação, como que dominando uma batalha. A cor da capa (esverdeada) também não combina com nada feito antes, geralmente branco, negro ou com tonalidades azuis. É como se a banda estivesse dizendo, em meio a tal desolação, que ela é assim, guerreira, e que sua figura de estimação, ou mascote, é quem a representa. Claro que não fica a menor dúvida de que a banda é essa, mas algo parece estabelecer novos parâmetros, e a gente fica preparado para o que virá.

O CD começa com "See me burning", se não me engano a faixa mais rápida dentre todas as da banda, em toda sua carreira, a exigir formidavelmente tanto do Mikkey Dee como do próprio Lemmy. É estranho, de alguma forma, ouvir uma faixa tão rápida com um tema que remete a uma relação, como se o próprio Lemmy estivesse passando um recado, dizendo à garota (ou garotas) como ele está fervendo (ou queimando). Pois é como se o tom da música não combinasse com algo desse tipo, mas, se querem saber, pensando bem, e ouvindo-a, combina. Tanto que, logo a seguir, a faixa que a acompanha parece uma espécie de resquício dessa tal de queima, "Slow Dance", em que parece que vemos as garotas em pole dancing dançando nuas bem na nossa frente.

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E é curioso que neste CD, talvez mais do que nos outros do Motörhead, fica mais do que clara a intenção de dar recados, tanto para mulheres, como para homens, ou jovens perdidos. Assim como torna-se bastante clara a intenção de ditar regras, de dizer como as coisas são, e de mostrar que, por detrás do que a maioria vê e não enxerga, existem verdades que eles, os da banda, enxergam bastante bem, e que lhes cumpre dizer aos outros. Isso fica sobremaneira óbvio na faixa seguinte, "Stay Out of Jail", dedicada aos zé manés que se perdem na vida, e que correm o risco de caírem atrás das grades, como o próprio Lemmy, outrora, caiu, quando foi pego na fronteira canadense, portando drogas. Pois os conselhos dados pela banda, aqui, quase remetem a vidas vividas por quem soube (ou não soube) vivê-las, àqueles que precisam ser avisados do seu preço. A faixa é um claro conselho a quem acha que sabe lidar com o que não sabe, para evitar o pior.

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Eis que antes eu disse que o CD remete a gêneros que o Lemmy e banda viveram, mas que recusaram, pelo menos até certo ponto. Pois a homenagem ao punk fica clara na faixa a seguir, "God Save the Queen", dos Sex Pistols, grandes conhecidos do Lemmy, em versão que não deixa nada a dever à energia dessa trupe, aproximando-a do rock. Pois o que o Motörhead faz não é punk, é rock, e o Lemmy viu ambos gêneros surgindo, e de ambos tinha muitas histórias a falar, a comentar. Como quando tentou ensinar baixo ao Sid Vicious, sem sucesso. Ou como trouxe para si uma "ídola" punk, num show, e, tendo seu guitarrista se recusado a tocar, mando ELE embora (essa história está contada em um dos vídeos que circulam com a história do Motörhead nos YouTubes da vida). Pois Lemmy sempre foi um sujeito de convicções - poucas, mas acirradas. Não à toa a gente não estranha, embora comente a pouca voz, a homenagem aos punks que mudaram a música e a arte em todo o Ocidente. Segue-se a tal homenagem um dos maiores achados que eu conheço em rock, "Out to lunch", uma música forte, breve e aguerrida que tem como base um, ou quem sabe, dois acordes, apenas, e que dá para ouvir gritando sem parar, até quando ela cessa, esperando uma outra, "Wake the Dead", esta, mais complexa, que um dia irei resenhar, quando conseguir. Uma música estranha, cambaleante, cujo significado eu apenas insinuo, e que não me meterei a chutar aqui.

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Mas eu havia comentado sobre o caráter também lírico deste CD. Esse aspecto, a meu ver, fica completamente atendido com a faixa a seguir, "One More Fucking Time", uma balada de dor de cotovelo que a gente até estranharia de ver num CD do Motörhead, e do Lemmy, se a gente não viesse a entender, após sua audição, e leitura, que ela nada mais é do que um lamento por algo que a outra pessoa diz que é nossa culpa, quando não, é culpa dela. Em suma, uma balada de lamento que é um lamento, sim, mas que esconde uma grande acusação, de ser acusado mais uma vez de merda (one mor fucking time) por algo que não é nossa culpa (ou pelo menos, que não é toda nossa culpa). Esta faixa é, compreensivelmente, de grande valor pessoal para mim, que vim a me separar em 2011, e cujas feridas ainda não sanaram completamente (por descaso ou mesmo incapacidade minha). Claro que a faixa permanece clássica para todos os amantes de Motörhead que ainda insistem em ter coração. E claro que ela só disputa com "Don't Believe a Word" em morbidez e força. Se bem que não conheça ninguém, exceto eu, que a elenque como preferida nesse quesito. Talvez por ser sofrida, doída, condoída, e destruidora demais. Quem sabe.

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Mas, claro, o circo não pode parar, ou o show, e o Motörhead não iria se deixar levar tanto tempo assim pelo lamento. Pois surgem em seguida "Stagefright/ Crash and Burn", que pelo próprio nome já parece ser uma mistureba de duas canções - ou ao menos dois motivos para uma única canção -, e "(Wearing Your) Heart on Your Sleeve", que parece comentar mais uma vez o mundo com os valores que tão bem caracterizaram, se não o Motörhead como um todo, Lemmy com certeza. São pegadas pesadas, que indicam o andar para a frente característico daquele que entra na vida para ganhar, não para perder, e a ausência de desculpas, para todo aquele que, miserável, ainda está vivo. Não entro no mérito das letras, que qualquer um pode pegar traduzidas no Google, mas lhes digo que tudo, nelas, parece remeter a frases de efeito, a frases para a frente e para cima, e a ausência de lamentos, em meio a gritos.

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Sendo que o CD termina com a faixa-título, uma espécie de hino - que, contudo, não colou - e que tem tudo a ver com a energia punk. Um hino nada solene, claro, com o baixo marcado no começo e no fim, e com frases que vêm bem ao momento para nos dizer o que são eles, afinal, que continuam, apesar dos pesares, sabendo que ao final só tem mesmo o fim, mas que enquanto isso podem continuar curtindo a estrada. Porque é isso: parece que o CD foi feito no ônibus da equipe, ao menos parece.

Espero que tenham curtido.

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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