Therion: Crowning of Atlantis é um trabalho pouco valorizado
Resenha - Crowning of Atlantis - Therion
Por Rafael Lemos
Postado em 19 de maio de 2016
Nota: 9
Este é um dos melhores trabalhos do Therion, esquecido por muitos em sua rica discografia. Na época divulgado como um mini-álbum (e assim ainda é tido pela maioria), é considerado um álbum completo pelo grupo. Ostentando o "Olho de Shiva" na capa (um símbolo ocultista representado por um círculo que envolve um tridente estilizado, significando o momento em que se alcança o conhecimento), se trata do grandioso "Crowning of Atlantis".
Antes de mais nada, quero reforçar o que disse em outras resenhas. Saiu em 2005 a coletânea "Atlantis lucid dreaming", contendo algumas músicas do "Crowning of Atlantis" e do "A'arab Zaraq lucid dreaming". Não confundam a coletânea com este trabalho.
"Crowning of Atlantis" é bastante difícil de se encontrar pra vender, pois só saiu na Alemanha em quatro edições: digipack com as letras na parede da capa, jawel case, acrílico e slipcase. Tenho a edição slipcase, menos bonita do que as demais, sem encarte, portanto, não há muito o que dizer sobre o material físico que tenho em mãos.
No final dos anos 90, o Therion era uma das principais bandas do cenário Heavy Metal mundial. Qualquer música nova gerava curiosidade, pois todos queriam saber como eram os elementos clássicos das novas canções. Foi com esse espírito que saiu "Crowning of Atlantis", que seguiu em grande parte a estrutura do "A'arab Zaraq": possui sobras que não entraram nos discos anteriores, músicas inéditas inéditas e covers (desta vez, melhor executados do que outrora). A produção do disco também ficou muito boa.
A primeira música é a ótima faixa título, com seus corais fenomenais. Se tratava de uma música inédita.
"Mark of Cain" é uma sobra que não entrou em Vovin, o disco anterior e, realmente, em nada tem a ver com ele. É um típico Metal oitentista, com um ótimo riff. Os corais masculinos no final são de arrebentar.
O destaque do disco vem em seguida. É uma segunda versão de uma das canções de Vovin, "Clavicula nox". Se lá ela estava absurdamente boa, aqui está melhor ainda. O que mudou foram os corais. Em Vovin, ela é cantada por vozes femininas e, aqui, masculinas, o que deu um impacto ainda maior e um tom mais obscuro a ela, meio que sacro. O próprio Christofer Johnsson reconheceu que a versão dela em Crowning of Atlantis está muito melhor do que a original.
Logo depois, começam os covers. Pra mim, todos eles superaram as suas versões originais, e olha que são clássicos absolutos! "Crazy nights", da banda japonesa de Heavy Metal Loudness caiu como uma luvas, assim como "Thor" do Manowar. Entre elas, temos "From the dyonisian day", uma música inédita que parece um tanto quanto inacabada, sem um preparo maior, sendo um ponto baixo do disco.
Outro cover é "Seawinds", do Accept, com corais femininos. Infinitamente superior à original, recebeu detalhes que a deixou belíssima, sendo um dos melhores covers que já ouvi.
Temos três músicas ao vivo, "To Mega Therion" (do disco Theli), "The wings of the hydra" (da fase antiga da banda, pertencente ao álbum Lepaca Kliffoth) e "Black sun" (do Vovin), todas com certas limitações ao vivo e com recursos de sampler mas, ainda, muito boas.
Um grande disco para uma grande banda.
Faixas:
01- Crowning of Atlantis
02- Mark of Cain
03- Clavicula nox
04- Crazy nights (Loudness cover)
05- From the dionysian days
06- Thor (Manowar cover)
07- Seawinds (Accept cover)
08- To Mega Therion (live)
09- The wings of the hydra (live)
10- Black diamonds (live)
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