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Walter Franco: O grande petardo da MPB

Resenha - Vela Aberta - Walter Franco

Por Alexandre Ott
Postado em 21 de outubro de 2015

O velho dicionário escolar define petardo como um engenho explosivo, portátil, projetado para destruir obstáculos. Pois essa definição parece extremamente apropriada para a canção de um certo (e muito peculiar) compositor brasileiro chamado WALTER FRANCO. "Canalha" é simplesmente uma bomba lírica, dramática e, claro, musical. Talvez o maior petardo da história da música popular brasileira, nem sempre afeita à linguagem do Rock’n’Roll. Por isso, é hora de entrar nesse campo minado onde jazem tantos grandes músicos e conjuntos esquecidos e, finalmente, recolher essa peça que parece ser feita de nitroglicerina pura!

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O compositor

São poucos os compositores cujas canções alcançam tamanha penetração no imaginário popular a ponto de tornarem-se uma espécie de provérbio, de máxima. WALTER FRANCO é um desses privilegiados. Se sua obra como um todo é de difícil compreensão, ou mesmo de difícil digestão para a miscelânea de gostos existentes, por ser ela própria uma grande mistura de elementos, com ingredientes nem sempre muito palatáveis, por outro lado, todos concordam que, destarte a variedade de nossas experiências sonoras, "é preciso manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo".

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O dito acima, por si só, seria suficiente para conferir identidade ao cantor e acionar instantaneamente a nossa memória. Porém, isso seria injusto, pois o experimental Walter não é homem de uma só canção. Escrita há mais de 30 anos, "Canalha" é tão marcante que poderia valer por um disco inteiro de rock contemporâneo.

Surgido na década de setenta, WALTER FRANCO é comumente associado a um movimento marginal ao curso da grande MPB: a vanguarda paulistana. Como uma boa cena alternativa, ela não teve um rosto bem definido, mas antes, agrupou faces e nomes diversos pela sua heterogeneidade e experimentalismo. ARRIGO BARNABÉ (para certa crítica, o ZAPPA brasileiro) é e foi um dos seus maiores representantes. Pois foi junto a este grupo que Walter se colocou – no limbo, nas bordas da tradicional MPB.

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Sua música verte entre a canção mais suave e peças como "Canalha". Sua temática tem um quê existencial, na medida em que tanto aborda a angústia cotidiana quanto profetiza a sua superação. Em resumo, WALTER FRANCO é costumeiramente citado como um artista de fortes idiossincrasias, daqueles que associam a música à poesia e, como se não bastasse, a coisas como o concretismo e outros que tais. Não à toa integrou a referida vanguarda paulista e fez, ao longo da vida, parcerias com gente como LOBÃO.

O álbum

O disco que contém essa grande peça é "Vela aberta", de 1980. O quarto álbum da carreira do cantor, já famoso por ter emplacado "Coração tranquilo" (presente no registro "Respire fundo", de 1978), caracteriza-se pela heterogeneidade já referida. Walter abre a vela do seu barco e navega por sons que se espraiam desde as águas nem tão lamacentas de um Blues paradoxalmente alegre, como em "O blues é azul", onde Walter canta o amor, até as correntes que nos remetem a algo de nordestino, de melancolicamente brasileiro, como a faixa-título "Vela aberta", em que Walter poetiza a atitude nômade.

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Há ainda composições como "Tire os pés do chão", com um arranjo indefensavelmente piegas, o qual nos faz lembrar de momentos análogos em CHICO BUARQUE e ELIS REGINA, por exemplo; e também canções como "O dia do criador", que tem a bossa da então nascente década de 80, no embalo do reggae popularizado. "Feito gente" é o momento soul do disco, com muito boa levada de baixo-bateria. "Me deixe mudo" e "Como tem passado" são canções divertidas. Finalmente, "Divindade" mostra a cara do rock setentista, sem superar, no entanto, "Canalha", o incontestável ápice da obra, a partir do qual lançam-se sombras sobre os outros momentos do play.

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O álbum é interessante e estranho ao mesmo tempo. Pessoalmente, causou impressões diversas em cada audição: da assimilação à repulsa, prevalecendo a primeira. Talvez seja essa a condição do trabalho de um vanguardista, como se propôs a ser Walter em sua época, ainda mais em termos de MPB – um universo tão diverso e controverso. Diríamos que FRANCO provoca-nos ao modo tupiniquim: ele nos leva do asco ao deleite, do quase-reggae ao rock rapidamente. O destaque final vai para ele próprio, WALTER FRANCO, com este seu tempero exótico, inusitado, e para a muito boa cozinha do disco.

A peça

"Canalha" inicia com ares épicos, num belíssimo tema ao piano, entremeado pelas frases distorcidas da guitarra. O ambiente criado pela banda é imponente, é dramático. Os acordes do piano harmonizam-se plenamente com a entrada em cena de FRANCO e a canção, paulatinamente, cresce. O desabafo, o vaticínio tão supostamente fatalista quanto aparentemente realista do cantor é intenso: para ele, nossas almas serão dilaceradas pelas inevitáveis dores do existir. Diante deste quadro limítrofe, em pouco menos de um minuto, a peça explode na emoção de seu primeiro clímax, consumado de forma grotesca e feroz pelo urro e pelo berro de Walter.

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Com isso, o resto da banda se apresenta: ótimas viradas de bateria se colocam em meio a uma levada direta e empolgante. Logo percebe-se que a mistura será refeita por uma cozinha explosiva, que municiará FRANCO em seu intuito de levar tudo pelos ares novamente. Seu retorno, com cordas ao fundo, é antecedido por uma passagem de baixo simplesmente sensacional – pela felicidade seja de sua execução, seja da timbragem do instrumento. O fraseado do baixo praticamente divide, com FRANCO, o protagonismo em "Canalha".

Assim, já em um Rock franco - e sem trocadilhos -, mais direto do que nunca, Walter insiste em sua profecia, tocando-nos com seu vocal gutural, cuja força vem de suas entranhas emocionais. Enfim, temos uma interpretação fantástica. Um petardo "popular" e "supra-popular" – eis aí uma obra para o rock nacional. É impossível ficar indiferente, pois

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É uma dor canalha,
Que te dilacera.
É um grito que se espalha.
Também, pudera!
Não tarda, nem falha,
Apenas te espera...
Num campo de batalha,
É um grito que se espalha,
É uma dor...
Canalha!

Tamanha é a força da peça que MARCELO NOVA, o príncipe do rock brasileiro e os TITÃS tentaram dar a ela suas próprias versões. Porém, há composições que não são passíveis de recriação. E esse é o caso de "Canalha": WALTER FRANCO é, aqui, inimitável! Nem a Marceleza mais o eterno Raul poderiam fazê-lo; tampouco os cabeças-dinossauro (ainda que embasados pelo bom trabalho de TONY BELOTTO).

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O Canalha

Em "Canalha", o triunfo de WALTER FRANCO se dá pela simplicidade profunda da mensagem e pela grande interpretação a ela dedicada. Ademais, a composição permite com que façamos apropriações do seu sentido.

Certamente, deparamo-nos com muitos canalhas em nossas vidas: são os perpetradores do mal, os apologetas da mentira, os motivadores da desilusão. Porém, até que ponto não somos nós os próprios canalhas? Pois, como diz WALTER FRANCO, canalha é a dor nela mesma. Portanto, o que iremos fazer com ela e as circunstâncias envolvidas? Neste campo de batalha no qual a vida, muitas vezes, se transforma, nós mesmos realizamos esta condição antagônica miserável com as outras pessoas. Em virtude de nossas fraquezas.

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Por outro lado, mesmo quando estivermos fortes, teremos de lembrar que este grito não tarda, nem falha, apenas nos espera: a dor e o mal tentarão dilacerar nossos corações. Logo, teremos de resistir, de fato, aos canalhas do mundo.

* Lamentavelmente, não temos os nomes dos demais integrantes da banda neste registro.

** Deixo aqui minha lembrança a dois ex-colegas de coral, Cristian e Márcio: através deles descobri esta grande canção e este artista singular.

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