Wishbone Ash: "Blue Horizon" é uma viagem no tempo
Resenha - Blue Horizon - Wishbone Ash
Por Blog Rockrônico
Postado em 20 de abril de 2014
O lançamento de Blue Horizon, ocorrido no mês passado, foi algo que me deixou um pouco surpreso. Alguns dias atrás tirei um tempo para ouvir o álbum, já na intenção de resenhá-lo. Mas, ao ouvir a primeira vez, percebi que seria difícil escrever sobre tão magnífica obra da forma como ela mereceria. Juro que tentei fazer o melhor.
Arrisco-me a dizer que este álbum é um tipo de viagem no tempo. Muito bem feito, canções excelentes, uma pitada de blues aqui, outra de jazz ali. Uma linda alternância entre músicas mais agitadas e outras mais tranquilas.
A primeira música, Mary Jane, é um blues. Não aquele blues clichê. Os vocais entram de maneira bem diferente, com a característica comum ao Wishbone Ash, e ao chegar no pré-refrão a música simplesmente toma outra forma. Na sequência você ouve Tally Ho!, com evidentes influências do jazz; as linhas de guitarra e baixo nessa música são simplesmente magníficas. A terceira canção, Being One, é um misto de música jazz com rock progressivo - como se um só já não bastasse. Há algumas passagens nessa música repletas de compassos compostos, linhas totalmente atravessadas de baixo e bateria. Extraordinário!
Strange How Things Come Back Around começa, novamente, com influência do blues, mas já com uma mistura do jazz contemporâneo. É uma música muito tranquila de se ouvir, do tipo que faz você viajar um pouco, se distrair. Deep Blues segue a mesma linha, mas já puxa um pouco mais para o lado rock n' roll, com mais velocidade e um baixo bem objetivo; a linha vocal desta música é totalmente crua e ao mesmo tempo muito criativa, o solo de guitarra ao final é muito bem trabalhado entre duas guitarras. Esta é, provavelmente, a segunda melhor música do disco.
A sexta faixa, Take it Back, tem a melhor introdução do álbum. Há influência de muitos estilos no que é feito ali. A atmosfera criada nessa parte é intrigante, faz você prender atenção, ficar curioso com o que vem a seguir; a forma como entra no verso é tão surpreendente quanto esquisita, por haver uma quebra dessa atmosfera, que se recupera logo em seguida, no interlúdio entre um verso e outro. O solo de guitarra nesta música, confesso, achei um pouco óbvio; ainda que seja ótima, acredito que seja a mais fraca em todo o álbum.
American Century é a canção com melhor linha de bateria. O trabalho feito em cima de muitos contratempos, todos bem encaixados, criou uma mistura daquilo que o jazz tinha de melhor: a assimetria. As guitarras têm uma ligeira influência de música clássica nos momentos de dueto, enquanto o solo é excepcionalmente simples. Já o baixo abusa dos harmônicos naturais em diversos momentos. A canção que a sucede, porém, quebra totalmente o clima anteriormente criado. Way Down South é um tipo de balada, uma daquelas músicas perfeitas para se tocar em uma festinha ou no rádio do carro com a família; possui a linha mais pop, sem muita elaboração. É um tipo de música simples, capaz de agradar mais que desagradar.
A penúltima, All There Is To Say, é sem dúvida uma música que, se tocada pelo Iron Maiden, ficaria a cara da banda. Bem se sabe que Iron Maiden pegou muita influência direta do Wishbone Ash. A música começa com o tradicional dueto das guitarras, característica já conhecida do grupo. Seguindo o mesmo ritmo até quase a metade, a canção passa por uma transição, ficando um pouco mais agressiva, e mantendo o excelente trabalho das guitarras. Esta é, com toda certeza, a melhor música do disco, e é também a segunda mais extensa, tendo sete minutos.
Para finalizar, Blue Horizon, faixa-título do álbum. Uma pegada de rock progressivo, sem exageros. Um ótimo trabalho vocal, somado a uma guitarra muito profunda, um acompanhamento adequado de baixo e uma bateria com repiques assimétricos, dando novamente aquela impressão de se estar ouvindo um pouco de jazz também. É, sem dúvidas, uma boa forma de terminar a obra.
O que posso dizer, como conclusão, é que Blue Horizon entra naquele hall de obras especiais que consigo ouvir diversas vezes sem enjoar. É um trabalho bem feito, com um conceito bem trabalhado do início ao fim. Agradável do início ao fim, repleto de passagens intrigantes e gratas surpresas. Nada menos do que nota dez seria justo para julgar tal preciosidade.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps












 A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem" Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados" As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian
System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar" Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up
Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima" Marillion anuncia show no lendário Anfiteatro de Pompeia
Marillion anuncia show no lendário Anfiteatro de Pompeia
 O músico que faz Humberto Gessinger voltar a ser adolescente e nem dar bolas para o Grêmio
O músico que faz Humberto Gessinger voltar a ser adolescente e nem dar bolas para o Grêmio Paulo Ricardo lembra quando alucinação bizarra fez Tim Maia dar cano na Globo
Paulo Ricardo lembra quando alucinação bizarra fez Tim Maia dar cano na Globo Os três solos de guitarra listados por Jeff Beck como seus favoritos
Os três solos de guitarra listados por Jeff Beck como seus favoritos






 Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto "Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns "Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Nirvana - 32 anos de "In Utero" Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental




)