Anxtron: Novo disco marca os 10 anos da banda
Resenha - Brainstorm - Anxtron
Por Alex Martinho
Postado em 09 de novembro de 2013
Nota: 9
Manter uma banda de rock progressivo instrumental na ativa no Brasil por dez anos é uma tarefa complicada, quase hercúlea. A galera da Anxtron ignorou todas as dificuldades e, devido à persistência e a alta qualidade de seu trabalho, criou ao longo de todo esse tempo uma base de fãs que os acompanha em todos os shows, principalmente no RJ. Eles tem como destaque a abertura de um show da banda inglesa Marillion em 2012 no Vivo Rio, o que lhes rendeu inúmeras críticas positivas.
A banda lança no momento o CD "Brainstorm" (Independente, 2013) para marcar essa década de vida. É um trabalho conciso, onde a música fala mais alto. Não há solos intermináveis como em alguns outros trabalhos progressivos, nem há instrumentista com maior destaque que outro, nem virtuosismo exacerbado e gratuito – é um trabalho de banda no sentido mais amplo e democrático possível, o que o torna bastante palatável mesmo para a galera que não costuma ouvir música instrumental habitualmente. Há toda uma atmosfera "pop" (da mais alta qualidade, com influências por exemplo do Queen e do próprio Marillion) que ronda todo o trabalho e o torna tão agradável logo na primeira audição.
São 10 faixas no total. Meus destaques de cada uma são:
1 - "1037": tem um riff matador, melodia super marcante e ótimos improvisos e climas.
2 - "Ant Attack": forte influência da fase anos 80 do Rush, mais pop e eletrônica. Bacana demais a levada e os climas.
3 - "Skyscraper": Super trabalhada, na linha de músicas como "La Villa Strangiato" do Rush. Várias partes e texturas vão se alternando, desde as mais pop às mais pesadas. Solos maravilhosos do guitarrista Eduardo Marcolino. É a minha faixa preferida do disco.
4 – "Tull Lake": Começa com um puta swing característico do Jazz, e um riff bem bacana. Improvisos do tecladista Gabriel Aquino, numa onda Jon Lord no início mas passando por outros climas e timbres depois, se destacam no decorrer da música.
5 – "5 O´clock Tea": Linda balada à la Queen com destaque para as melodias da guitarra de Eduardo e seus ótimos improvisos.
6 – "Mindblower": Começa num clima bem espacial, e logo depois entra mais um dos riffs matadores da banda e uma sucessão de partes, climas e atmosferas diferentes, numa onda tipo o Dream Theater nos seus primeiros discos (mais pelo lado progressivo que pelo pesado). O trabalho do baterista Rafael Marcolino se destaca em todo o disco, mas tem o ponto alto nessa música.
7 – "Polvo": Começa com um clima bem "relax" de teclados e guitarra limpa, que permanece até um pouco mais de 2min de música, onde vem o peso de toda a banda e ótimos improvisos de todos os músicos.
8 – "Grande Oceano": Tem um levada bastante funkeada, com direito a phaser na guitarra e todo um clima anos 70 como influência principal. Mas os climas vão mudando ao longo da faixa, indo desde o new age ao metal. Bastante criativa, como todo o trabalho em si.
9 – "Pé de Pano": Começa com uma levada pesada de batera, numa onda mais metal clássico, e logo entra uma melodia marcante de teclados, para se seguir daí inúmeros outros climas e partes.
10 – "Anoitecendo no deserto": Começa numa harmonia interessante somente com o dedilhado da guitarra, e aos poucos a banda entra na música, num clima a la Santana, mas bem mais trabalhado. Ótimos solos de Eduardo Marcolino são o destaque da faixa.
O CD (físico) pode ser pedido pelo email [email protected] e a versão digital (MP3 e FLAC) está disponível no CD Baby:
http://www.cdbaby.com/cd/anxtron
Em resumo, é um disco para toda a galera que curte progressivo e música de qualidade em geral, mas vai agradar também à muitos que não estão nesse nicho mas possivelmente - com a influência desse trabalho - podem ter sua porta de entrada na tribo.
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